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Conheça os alvos dos ataques do Ocidente na Síria

Centro de pesquisa científica sírio fica em escombros em Damasco após ataque  - Hassan Ammar/AP
Centro de pesquisa científica sírio fica em escombros em Damasco após ataque Imagem: Hassan Ammar/AP

14/04/2018 12h31

Damasco, Síria, 14 Abr 2018 (AFP) - Os ataques realizados neste sábado (14) na Síria por Estados Unidos, França e Reino Unido se concentraram em centros de pesquisa e locais militares vinculados ao programa de armas químicas do governo de Bashar al-Assad, perto de Damasco e no centro do país.

Esses ataques foram lançados em reposta a um suposto ataque químico atribuído ao governo sírio, em 7 de abril, na cidade de Duma, que até então era o último reduto rebelde em Ghuta Oriental, a leste de Damasco.

Três alvos precisos 

Washington indicou que os ataques ocidentais foram contra três alvos: um perto de Damasco e dois na província de Homs.

Nos arredores de Damasco, a capital, atacaram "um centro de pesquisa, desenvolvimento, produção e testes de tecnologia química e biológica", explicou o chefe do Estado-Maior americano, o general Joe Dunford.

Um "centro de pesquisa" no bairro de Barzah, no limite nordeste de Damasco, foi alvo de mísseis que provocaram "a destruição de um centro de formação e de laboratórios científicos", disse a agência oficial de notícias Sana.

Na província de Homs, atacaram um "depósito de armas químicas", segundo afirmou o general Dunford. "Estimamos que era ali onde se encontrava principalmente o gás sarin sírio e os primeiros equipamentos de produção", acrescentou.

O terceiro alvo, situado perto do segundo, foi "um depósito para equipamentos de armas químicas e um importante posto de comando", continuou.

Os britânicos indicaram, por sua vez, que atacaram um complexo militar "onde o regime supostamente conservava armas químicas", a 24 quilômetros a oeste da cidade de Homs.

Os ataques destruíram uma "boa parte do arsenal químico" do governo sírio, disse o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian.

Instalações conhecidas

Segundo a organização Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), todos os alvos são sucursais do Centro de Estudos e Pesquisas Científicas da Síria (CERS), uma entidade que depende do Ministério da Defesa e suspeita de ser o principal laboratório a cargo de programas químicos, de acordo com os ocidentais.

No passado, os Estados Unidos acusaram esse centro de desenvolver gás sarin, uma arma que, segundo a ONU, foi usada em um ataque químico na localidade síria de Khan Sheikhun (noroeste), onde morreram mais de 80 civis em abril de 2017.

Depois desse ataque, os Estados Unidos anunciaram sanções financeiras contra 271 cientistas do CERS.

Mais recentemente, em janeiro de 2018, a França sancionou entidades e responsáveis de empresas diante da suspeita de que faziam parte das "redes de aquisição" desse centro.

Sem atingir a Rússia

Aliado do governo sírio, Moscou afirmou que nenhum dos ataques atingiu suas bases aéreas ou navais na Síria, situadas a noroeste do país.

A Rússia também indicou que, "segundo as informações preliminares", não havia "nenhuma vítima no seio da população civil, ou da armada síria".

De acordo com o OSDH, "as instalações tidas como alvo estavam completamente vazias" depois que "as forças presentes foram evacuadas há mais de três dias".

A agência Sana indicou que três civis ficaram feridos em Homs depois que a defesa antiaérea síria "desviou" mísseis.

O Exército russo afirmou que a defesa antiaérea síria interceptou 71 dos 103 mísseis de cruzeiro lançados pelos Estados Unidos e por seus aliados.