Justiça condena autoridades italianas que negociaram com a máfia
Roma, 20 Abr 2018 (AFP) - A Justiça italiana condenou nesta sexta-feira (20) a penas exemplares de prisão políticos e representantes das forças de ordem por terem negociado na década de 1990 com a máfia siciliana para conter uma onda de atentados.
O tribunal de Palermo (Sicília, sul) condenou a 28 anos de prisão o chefão da máfia Leoluca Bagarella, detido desde 1995 e condenado a várias penas de prisão perpétua por dezenas de assassinatos - uma sentença particularmente alta, pois a promotoria havia pedido 16 anos.
Os generais reformados Mario Mori e Antonio Subranni, assim como o histórico colaborador e amigo de Silvio Berlusconi, o ex-senador Marcello Dell'Utri, atualmente preso por associação mafiosa, foram condenados a 12 anos de prisão juntamente com Antonino Cina, médico pessoal de Toto Riina, o "capo dei capi" (o chefe de todos os chefes).
O julgamento começou em maio de 2013, em Palermo, a fim de lançar luz sobre as suspeitas de que altos funcionários do Estado negociaram com a temida organização criminosa siciliana para acabar com a onda de atentados que sacudiam toda a Itália no começo dos anos 1990, oferecendo em troca melhores condições de detenção para centenas de mafiosos.
Segundo a acusação, as negociações secretas começaram após o assassinato do deputado Salvo Lima, em 1992, e se intensificaram depois dos assassinatos dos dois juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino nos meses sucessivos.
O ex-ministro do Interior da época, Nicola Mancino, foi absolvido após demonstrar que se tratava de falsos testemunhos.
No curso de mais de 200 audiências foi convocado o presidente da República da época, Giorgio Napolitano, deputado no momento dos fatos.
Foi a primeira vez que um chefe de Estado italiano em exercício foi testemunha em um julgamento.
"Foi um veredicto histórico", declarou, satisfeito, o promotor siciliano Nino Di Matteo, que vive sob proteção policial há 25 anos.
bur-kv/es/mvv
O tribunal de Palermo (Sicília, sul) condenou a 28 anos de prisão o chefão da máfia Leoluca Bagarella, detido desde 1995 e condenado a várias penas de prisão perpétua por dezenas de assassinatos - uma sentença particularmente alta, pois a promotoria havia pedido 16 anos.
Os generais reformados Mario Mori e Antonio Subranni, assim como o histórico colaborador e amigo de Silvio Berlusconi, o ex-senador Marcello Dell'Utri, atualmente preso por associação mafiosa, foram condenados a 12 anos de prisão juntamente com Antonino Cina, médico pessoal de Toto Riina, o "capo dei capi" (o chefe de todos os chefes).
O julgamento começou em maio de 2013, em Palermo, a fim de lançar luz sobre as suspeitas de que altos funcionários do Estado negociaram com a temida organização criminosa siciliana para acabar com a onda de atentados que sacudiam toda a Itália no começo dos anos 1990, oferecendo em troca melhores condições de detenção para centenas de mafiosos.
Segundo a acusação, as negociações secretas começaram após o assassinato do deputado Salvo Lima, em 1992, e se intensificaram depois dos assassinatos dos dois juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino nos meses sucessivos.
O ex-ministro do Interior da época, Nicola Mancino, foi absolvido após demonstrar que se tratava de falsos testemunhos.
No curso de mais de 200 audiências foi convocado o presidente da República da época, Giorgio Napolitano, deputado no momento dos fatos.
Foi a primeira vez que um chefe de Estado italiano em exercício foi testemunha em um julgamento.
"Foi um veredicto histórico", declarou, satisfeito, o promotor siciliano Nino Di Matteo, que vive sob proteção policial há 25 anos.
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