Topo

Ancara rejeita declarações de Haia e Viena sobre campanha eleitoral

21/04/2018 21h34

Ancara, 22 Abr 2018 (AFP) -









O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e seu ministro de Assuntos Europeus, Ömer Celik, rejeitaram neste sábado (21) as declarações de Haia e Viena, segundo as quais não querem que os políticos turcos façam campanha entre a comunidade turca em seus países.

"As medidas tomadas pela Áustria serão devolvidas a ela", disse Erdogan em entrevista difundida pela emissora NTV, a primeira após convocar as eleições presidenciais e legislativas antecipadas para 24 de junho.

"A luta da Turquia pela democracia não será facilmente obstaculizado", disse, ao afirmar que "vão pagar preço" aqueles que tentarem impor entraves à democracia turca.

Antes, o ministro ministro de Assuntos Europeus tinha criticado as declarações de Haia e Viena, segundo as quais não querem que os políticos turcos façam campanha junto à comunidade turca na Holanda e na Áustria.

"Fica claro que os primeiros-ministros de Áustria e Holanda não se apoiam em princípios democráticos ao tomarem decisões assim", escreveu Celik no Twitter.

"Com este enfoque, Áustria e Holanda estão envenenando os valores democráticos de seus próprios países", acrescentou em uma série de tuítes.

"Assim, contribuem para o desenvolvimento de movimentos políticos racistas contrários aos valores da União Europeia (UE)", acrescentou.

Na sexta-feira, o jovem chanceler austríaco, Sebastian Kurz, destacou que "os acontecimentos (que ocorrem) na campanha eleitoral turca são indesejáveis na Áustria, pelo que não os permitiremos mais".

Falando à rádio pública Ö1, também denunciou as tentativas do governo de Ancara de manipular a comunidade de origem turca na Europa.

O premiê holandês, Mark Rutte, destacou por sua vez que "não é desejável celebrar comícios na Holanda com vistas às eleições antecipadas turcas", previstas para 24 de junho.

"Tratam-se de eleições turcas, a campanha deveria ficar na Turquia", insistiu Rutter, após avaliar que eventuais atos de campanha turcos poderiam causar problemas de ordem pública na Holanda.