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Confirmação de Pompeo como Secretário de Estado diante de desafio no Senado

23/04/2018 18h55

Washington, 23 Abr 2018 (AFP) - O Comitê das Relações Exteriores do Senado americano prevê votar nesta segunda-feira sobre a confirmação de Mike Pompeo como Secretário de Estado, em meio a especulações sobre uma rejeição sem precedentes para deixar a questão nas mãos do plenário.

Pompeo, atual diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), participou recentemente de uma missão secreta à Coreia do Norte, onde se reuniu com o líder Kim Jong Un para preparar um histórico encontro com Donald Trump.

Em Washington, o comitê do senado pretende reunir-se às 15H00 local (21H00 GMT, 18H00 horário de Brasília), e tudo indica que dificilmente o nome de Pompeo será aprovado.

Isso porque além do voto contra de todos os representantes do partido Democrata no Comitê, se somaria o voto negativo do senador republicano ultraconservador Rand Paul, que lembra que Pompeo, um ex-legislador republicano, havia apoiado a intervenção americana no Iraque.

Os senadores do partido Democrata adiantaram que votarão contra Pompeo não apenas por suas controversas posições em relação aos muçulmanos e homossexuais, como também por sua proximidade pessoal com o presidente.

Um senador democrata que integra o Comitê, Chris Coons, afirmou no final de semana seu temor de que, como secretário de Estado, Pompeo não posso divergir de Trump "em assuntos críticos".

De acordo com o gabinete do historiador do Senado, não há registros de que um nomeado para ser secretário de Estado tenha sido rejeitado pelo Comitê das Relações Exteriores (antes de 1920 esse voto era secreto).

Antes de 1945, o plenário do Senado nunca tinha aprovado uma nomeação de um integrante do executivo que não contasse com o apoio do respectivo Comitê.

Nesta segunda-feira, entretanto, três senadores democratas - Joe Manchin, Joe Donnelly e Heidi Heitkamp - sugeriram que, quando o plenário for votar, poderão apoiar a confirmação de Pompeo.

De acordo com Donnelly, Pompeo é uma pessoa "capaz de defender os interesses dos Estados Unidos".