Seul interrompe propaganda na fronteira antes da cúpula intercoreana
Seul, 23 Abr 2018 (AFP) -
Seul exibiu nessa segunda-feira enormes alto-falantes que emitem mensagens de propaganda aos soldados norte-coreanos destacados na fronteira, um gesto de reconciliação antes da cúpula norte-sul da próxima sexta-feira.
"Hoje começamos a suspender os anúncios por alta-falantes a fim de reduzir as tensões e criar um clima de paz (...) antes da cúpula inter-coreana", apontou em um comunicado o ministério da Defesa
A Coreia do Norte havia anunciado no final de semana a suspensão de seu programa de testes nucleares e de lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais, iniciativas que Seul considerou como um forte gesto de distensão.
"É uma decisão importante em vias da desnuclearização total da península coreana", disse o presidente sul-coreano Moon Jae-in, antes que seu governo replicasse calando os alto-falantes de propaganda.
Apesar dos gestos de distensão entre as duas Coreias, Donald Trump mantém seu ceticismo sobre as intenções do regime de Pyongyang.
"O caminho é longo (...) O futuro dirá", escreveu no domingo no Twitter o presidente americano, que deveria manter um encontro histórico com o líder norte-coreano Kim Jong Un nas próximas semanas.
- Ceticismo -Há tempo as forças militares sul-coreanas difundiam por grandes alto-falantes mensagens gravadas de propaganda convocando os soldados norte-coreanos a desertar, entre música e notícias com enfoque sul-coreano.
Ao outro lado da ultra fortificada "zona desmilitarizada", a Coreia do Norte tem seus próprios equipamentos de som encarregados de difundir sua propaganda para o Sul.
As duas Coreias estão ainda tecnicamente em estado de guerra, já que o conflito foi contido pelo armistício há 65 anos sem que jamais tenham assinado um tratado de paz.
Dezenas de milhares de soldados dos dois países permanecem nos dois lados da zona desmilitarizada, repleta de mirantes, posições de artilharia e áreas minadas.
Da ótica de Seul, o foco da reunião de sexta-feira, após o anúncio da suspensão de ensaios norte-coreanos, será se Kim se comprometerá com passos concretos para desmantelar seu arsenal nuclear.
O líder norte-coreano assistiu a quatro dos seis testes nucleares de seu país, além das dezenas de lançamentos de mísseis, entre eles especialmente os ICBM (mísseis balísticos intercontinentais), capazes em teoria de alcançar o território continental dos Estados Unidos.
Mas nada foi dito sobre o eventual desmantelamento do arsenal nuclear.
"Todas as decisões anunciadas por Kim são reversíveis, de palavras e promessas no ar. E a Coreia do Norte não tem fama de cumprir suas promessas", afirmou Harry Kazianis, especialista em temas de defesa do grupo de estudos conservador Center for the National Interest, em Washington.
Kazianis adverte que Kim Jong Un poderia rapidamente relançar seus programas de mísseis e nucleares se não obtiver o que quer em suas reuniões com o sul-coreano Moon e com Trump. "A comunidade internacional deve manter as esperanças, mas não deve ser estúpida", disse à AFP.
Desde o surpreendente anúncio em 1 de janeiro de uma participação norte-coreana nos Jogos Olímpicos de inverno de Pyeongchang, o Norte e o Sul multipicaram os gestos mútuos de boa vontade após anos de tensão.
Essa melhora das relações chegará a um novo ponto na sexta-feira, com o anunciado encontro entre os líderes das duas Coreias, previsto no sul da zona desmilitarizada que marca a fronteira bilateral.
Seul exibiu nessa segunda-feira enormes alto-falantes que emitem mensagens de propaganda aos soldados norte-coreanos destacados na fronteira, um gesto de reconciliação antes da cúpula norte-sul da próxima sexta-feira.
"Hoje começamos a suspender os anúncios por alta-falantes a fim de reduzir as tensões e criar um clima de paz (...) antes da cúpula inter-coreana", apontou em um comunicado o ministério da Defesa
A Coreia do Norte havia anunciado no final de semana a suspensão de seu programa de testes nucleares e de lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais, iniciativas que Seul considerou como um forte gesto de distensão.
"É uma decisão importante em vias da desnuclearização total da península coreana", disse o presidente sul-coreano Moon Jae-in, antes que seu governo replicasse calando os alto-falantes de propaganda.
Apesar dos gestos de distensão entre as duas Coreias, Donald Trump mantém seu ceticismo sobre as intenções do regime de Pyongyang.
"O caminho é longo (...) O futuro dirá", escreveu no domingo no Twitter o presidente americano, que deveria manter um encontro histórico com o líder norte-coreano Kim Jong Un nas próximas semanas.
- Ceticismo -Há tempo as forças militares sul-coreanas difundiam por grandes alto-falantes mensagens gravadas de propaganda convocando os soldados norte-coreanos a desertar, entre música e notícias com enfoque sul-coreano.
Ao outro lado da ultra fortificada "zona desmilitarizada", a Coreia do Norte tem seus próprios equipamentos de som encarregados de difundir sua propaganda para o Sul.
As duas Coreias estão ainda tecnicamente em estado de guerra, já que o conflito foi contido pelo armistício há 65 anos sem que jamais tenham assinado um tratado de paz.
Dezenas de milhares de soldados dos dois países permanecem nos dois lados da zona desmilitarizada, repleta de mirantes, posições de artilharia e áreas minadas.
Da ótica de Seul, o foco da reunião de sexta-feira, após o anúncio da suspensão de ensaios norte-coreanos, será se Kim se comprometerá com passos concretos para desmantelar seu arsenal nuclear.
O líder norte-coreano assistiu a quatro dos seis testes nucleares de seu país, além das dezenas de lançamentos de mísseis, entre eles especialmente os ICBM (mísseis balísticos intercontinentais), capazes em teoria de alcançar o território continental dos Estados Unidos.
Mas nada foi dito sobre o eventual desmantelamento do arsenal nuclear.
"Todas as decisões anunciadas por Kim são reversíveis, de palavras e promessas no ar. E a Coreia do Norte não tem fama de cumprir suas promessas", afirmou Harry Kazianis, especialista em temas de defesa do grupo de estudos conservador Center for the National Interest, em Washington.
Kazianis adverte que Kim Jong Un poderia rapidamente relançar seus programas de mísseis e nucleares se não obtiver o que quer em suas reuniões com o sul-coreano Moon e com Trump. "A comunidade internacional deve manter as esperanças, mas não deve ser estúpida", disse à AFP.
Desde o surpreendente anúncio em 1 de janeiro de uma participação norte-coreana nos Jogos Olímpicos de inverno de Pyeongchang, o Norte e o Sul multipicaram os gestos mútuos de boa vontade após anos de tensão.
Essa melhora das relações chegará a um novo ponto na sexta-feira, com o anunciado encontro entre os líderes das duas Coreias, previsto no sul da zona desmilitarizada que marca a fronteira bilateral.
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