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Assassino em série da Califórnia foi descoberto graças a sites de genealogia

27/04/2018 00h31

Los Angeles, 27 Abr 2018 (AFP) - A polícia de Sacramento, na Califórnia, encontrou o responsável por 12 assassinatos e 45 estupros entre 1976 e 1986 graças a páginas na Internet dedicadas à genealogia, informou o gabinete da promotora Anne Marie Schubert, encarregada do caso.

O subprocurador Steve Grippi confirmou à AFP que os investigadores detectaram o suposto assassino em série, Joseph James DeAngelo, 72 anos, através de amostras de DNA obtidas nas cenas dos crimes, que foram comparadas a perfis genéticos publicados em sites como o Ancestry y Genealogy.

Desta maneira, Grippi avalizou detalhes da investigação revelados pelo jornal Sacramento Bee. "Podemos confirmar" que o que foi publicado "é correto".

Os investigadores analisaram as árvores genealógicas de famílias cujo DNA se aproximava das amostras obtidas, até chegarem a Joseph DeAngelo, que havia morado na zona de vários estupros no subúrbio de Sacramento, e tinha na época a suposta idade do agressor.

Em seguida, a polícia realizou uma operação de vigilância para recuperar amostras de DNA de DeAngelo, que se revelaram compatíveis com as encontradas nos locais dos crimes.

Na terça-feira, a polícia deteve DeAngelo, conhecido como "Golden State killer" (assassino do Estado Dourado, como a Califórnia é chamada).

Segundo o FBI, ele entrava nas casas durante a noite e amarrava as vítimas mulheres, estuprando muitas delas.

DeAngelo foi policial entre 1973 e 1979, os últimos três anos em Auburn - perto de Sacramento -, de onde foi demitido por furto, e é muito possível que tenha cometido os crimes quando estava na polícia.

O FBI - que oferecia há dois anos uma recompensa de 50.000 dólares por informação que levasse à sua prisão - revelou que entre 1976 e 1986 o homem cometeu 12 homicídios, 45 estupros e 120 roubos a residências.

Suas vítimas tinham entre 13 e 41 anos.

Esses crimes inspiraram o livro de Michelle McNamara "I'll Be Gone in the Dark" (em tradução livre para o português, "Desaparecerei na escuridão"), que foi publicado neste ano nos EUA, despertando um novo interesse sobre esse caso.