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Pompeo vê uma "verdadeira oportunidade" de avançar com a Coreia do Norte

29/04/2018 12h40

Washington, 29 Abr 2018 (AFP) -

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou que observa uma "verdadeira oportunidade" de avanço depois de sua reunião com Kim Jong Un, ao destacar que uma solução com a Coreia do Norte deve passar pela diplomacia.

Ao mesmo tempo, John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional do presidente Donald Trump, deu uma entrevista ao canal Fox News e apresentou alguns detalhes sobre a visão de Washington do programa de desnuclearização de Pyongyang, ao considerar que o programa de abandono das ambições nucleares da Líbia pode servir de modelo.

Mike Pompeo, que acaba de assumir o comando da diplomacia americana, se reuniu como o dirigente norte-coreano no fim de semana da Páscoa, quando ainda era diretor da CIA, em uma missão sigilosa.

"Temos a obrigação de nos comprometermos com um discurso diplomático para tentar encontrar uma solução pacífica, para que os americanos não sejam ameaçados por Kim Jong Un e seu arsenal nuclear".

"Esta é a missão, este é o objetivo", declarou Pompeo em uma entrevista ao canal ABC News, durante a qual destacou que conversou com o dirigente norte-coreano sobre "um mecanismo completo, verificável, irreversível" para a desnuclearização.

"Meu objetivo era ver se existia uma verdadeira oportunidade. E acredito que existe uma", completou.

"Quando os dois dirigentes (Trump e Kim), as únicas duas pessoas que podem adotar este tipo de decisão, estiverem juntos em uma sala, poderão definir o curso (das discussões). Poderão traçar o contorno dos resultados, dar uma direção a suas equipes para que apresentem resultados", declarou.

- 'Não vamos fazer promessas' -O presidente sul-coreano Moon Jae-in se reuniu com o líder norte-coreano em um encontro de cúpula histórico na sexta-feira, durante o qual anunciaram que pretendem trabalhar para uma paz permanente e a completa desnuclearização da península coreana.

Kim se tornou o primeiro líder norte-coreano a atravessar a fronteira com o Sul desde o fim da guerra em 1953, quando um armistício acabou com a guerra entre os dois países, mas desde então não foi assinado um acordo de paz.

O encontro Moon-Kim aumentou as expectativas para o presidente americano, Donald Trump, que deve se reunir em breve com o líder norte-coreano, em uma data e um local que ainda não foram anunciados.

Na Fox News, John Bolton citou o caso da Líbia para compará-lo com a Coreia do Norte.

"Pensamos no modelo líbio de 2003, 2004" para a desnuclearização prometida por Kim, disse, em referência ao abandono em dezembro de 2003 por parte de Muamar Khadafi, que na época dirigia o país, do programa de desenvolvimento de armas nucleares da Líbia.

Ao ser questionado se um eventual compromisso de Seul e Pyongyang para uma "desnuclearização total da península" significava uma mudança da postura nuclear dos Estados Unidos na região, Bolton respondeu de modo negativo.

"Não acredito que isto comprometa os Estados Unidos, não".

A respeito das esperanças provocadas pelas inéditas discussões com Pyongyang, Pompeo afirmou que permanece vigilante.

"Não vamos fazer promessas, não vamos acreditar nas palavras. Vamos buscar as ações, atos. E até este momento, o presidente disse claramente que vamos manter a pressão", concluiu.