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Republicano Paul Ryan afirma que Trump não deveria se 'auto-indultar'

06/06/2018 17h17

Washington, 6 Jun 2018 (AFP) - O presidente da Câmara de Representantes, o republicano Paul Ryan, considera que o chefe de Estado americano, Donald Trump, não deveria conceder o indulto a si mesmo, ressaltando que ninguém nos Estados Unidos está acima da lei.

Na segunda-feira, Trump afirmou que tem o "direito absoluto" de conceder um indulto presidencial a si mesmo, à medida que avança a investigação comandada por Robert Mueller sobre um suposto conluio entre a equipe de campanha do presidente e Moscou, assim como uma possível "obstrução à Justiça" por ele.

Questionado por um jornalista nesta quarta-feira (6) sobre se Trump tem esse poder, Ryan respondeu que não conhece a "resposta técnica" a essa pergunta, "mas obviamente a resposta é que não deveria, ninguém está acima da lei".

Trump escolheu uma postura agressiva sobre os seus poderes presidenciais no âmbito dessa investigação, que chamou de "caça às bruxas".

Muitos especialistas afirmam que essa possibilidade do presidente se indultar carece de uma base legal firme.

Em um memorando escrito pela equipe jurídica de Trump e enviado a Mueller afirma-se que o presidente tem poderes plenos sobre as investigações do Departamento de Justiça e, portanto, não pode enfrentar acusações por obstrução à Justiça.

E na segunda-feira escreveu este tuíte: "como foi estabelecido por muitos especialista em Direito, tenho o direito absoluto de me outorgar o PERDÃO, mas por que faria isso quando não fiz nada de mau?".

O de Ryan foi o mais recente dos comentários de um dirigente democrata ou republicano advertindo o presidente que não interfira na investigação liderada por Mueller.

Ryan também negou a afirmação de Trump de que os investigadores do FBI infiltraram um informante em sua equipe de campanha.

Depois de revisar informação sigilosa na semana passada, o legislador republicano Trey Gowdy havia descartado essa declaração de Trump. "Não vi nenhuma evidência que contradiga o que Gowdy deixou claro", disse Ryan.

Embora até agora Mueller e sua equipe tenham apresentado 22 denúncias concretas contra pessoas próximas a Trump durante a campanha, as mesmas não se relacionam diretamente com o suposto conluio com a Rússia. A investigação não produziu até agora acusações diretas contra o presidente.