May faz concessão ao Parlamento e evita derrota no Brexit
Londres, 20 Jun 2018 (AFP) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, conseguiu evitar, nesta quarta-feira (20), uma derrota parlamentar instigada por deputados conservadores pró-europeus, que queriam criar a possibilidade de que o Parlamento se pronuncie sobre o desfecho das negociações do Brexit.
Os deputados da Câmara dos Comuns rejeitaram, por 319 a 303, uma emenda que teria fortalecido o papel do Parlamento nas negociações, em troca de o governo reconhecer formalmente que não poderia frear uma intervenção do Parlamento se May decidir tirar o país da UE sem um acordo com Bruxelas.
May se reservava essa possibilidade para poder pressionar seus colegar europeus e agora pode ser obrigada a usar esta carta na manga.
O compromisso foi alcançado pouco antes de a Câmara dos Comuns se pronunciar sobre a emenda desses conservadores, reclamando que o Parlamento votará sobre o acordo final com Bruxelas.
O promotor desta emenda, o deputado conservador pró-europeu Dominic Grieve, aceitou a concessão do governo porque reconhece "a soberania do Parlamento".
Outra conservadora pró-europeia, Nicky Morgan, anunciou que não ia votar contra o governo porque a concessão equivaleria a contar "com uma votação significativa" sobre o acordo com Bruxelas.
Os rebeldes garantiram que a iniciativa não pretendia deixar o Reino Unido na UE e que respeitarão o resultado do referendo de junho de 2016.
Já May considerava que o Parlamento lhe deixaria de mãos atadas nas negociações com Bruxelas caso a emenda fosse aprovada.
A Câmara dos Lordes ratificou, horas depois, essa vitória do Executivo mediante outra votação.
"O projeto de lei sobre a saída da UE está se convertendo em texto legislativo, chegou a hora de se unir como país e como partido", disse May, segundo a agência Press Association.
Na semana passada, ela evitou uma derrota neste setor, se comprometendo com os deputados rebeldes das filas conservadoras, mas eles logo disseram terem se sentido enganados e conseguiram reintroduzir a proposta.
"Não podemos aceitar a emenda", disse o porta-voz da primeira-ministra, "arruinaria nosso poder nas negociações de conseguir o melhor acordo para o país".
- Evitar queda do governo -A primeira-ministra tem uma pequena maioria na Câmara dos Comuns, graças ao apoio dos unionistas norte-irlandeses do DUP (Partido Democrático Unionista).
Dominic Grive negou que pretendia derrubar o governo de May. Pelo contrário, trataria-se de conseguir "um mecanismo pelo qual a Câmara dos Comuns possa expressar sua opinião, sem chegar a uma moção de censura que poderia derrubar o governo", disse Grieve à Sky News.
Mas seu colega Graham Stringer, deputado conservador eurocético, avaliou que Grieve e seus partidários apenas pretendem "sabotar todo o processo" de saída da UE.
"O propósito do último truque de Grieve é dar ao Parlamento o poder de atrasar ou interromper o Brexit", afirmou.
A possibilidade de que o Reino Unido deixe a UE sem um acordo foi alimentada pela lentidão das negociações.
Até agora, Londres e Bruxelas concordaram sobre poucos pontos, e não conseguem resolver pontos cruciais como o futuro da fronteira da Irlanda e da Irlanda do Norte.
Por isso, os mandatários europeus vão pedir, em sua próxima cúpula em Bruxelas, que todos estejam preparados para diversos resultados.
"O Conselho Europeu reitera o seu apelo aos Estados-membros e às partes interessadas para que intensifiquem o seu trabalho de preparação a todos os níveis e para todos os resultados", diz o rascunho de conclusões da cúpula consultado pela AFP nesta quarta-feira.
ar-al/tjc/zm/mb/ll/mvv
Os deputados da Câmara dos Comuns rejeitaram, por 319 a 303, uma emenda que teria fortalecido o papel do Parlamento nas negociações, em troca de o governo reconhecer formalmente que não poderia frear uma intervenção do Parlamento se May decidir tirar o país da UE sem um acordo com Bruxelas.
May se reservava essa possibilidade para poder pressionar seus colegar europeus e agora pode ser obrigada a usar esta carta na manga.
O compromisso foi alcançado pouco antes de a Câmara dos Comuns se pronunciar sobre a emenda desses conservadores, reclamando que o Parlamento votará sobre o acordo final com Bruxelas.
O promotor desta emenda, o deputado conservador pró-europeu Dominic Grieve, aceitou a concessão do governo porque reconhece "a soberania do Parlamento".
Outra conservadora pró-europeia, Nicky Morgan, anunciou que não ia votar contra o governo porque a concessão equivaleria a contar "com uma votação significativa" sobre o acordo com Bruxelas.
Os rebeldes garantiram que a iniciativa não pretendia deixar o Reino Unido na UE e que respeitarão o resultado do referendo de junho de 2016.
Já May considerava que o Parlamento lhe deixaria de mãos atadas nas negociações com Bruxelas caso a emenda fosse aprovada.
A Câmara dos Lordes ratificou, horas depois, essa vitória do Executivo mediante outra votação.
"O projeto de lei sobre a saída da UE está se convertendo em texto legislativo, chegou a hora de se unir como país e como partido", disse May, segundo a agência Press Association.
Na semana passada, ela evitou uma derrota neste setor, se comprometendo com os deputados rebeldes das filas conservadoras, mas eles logo disseram terem se sentido enganados e conseguiram reintroduzir a proposta.
"Não podemos aceitar a emenda", disse o porta-voz da primeira-ministra, "arruinaria nosso poder nas negociações de conseguir o melhor acordo para o país".
- Evitar queda do governo -A primeira-ministra tem uma pequena maioria na Câmara dos Comuns, graças ao apoio dos unionistas norte-irlandeses do DUP (Partido Democrático Unionista).
Dominic Grive negou que pretendia derrubar o governo de May. Pelo contrário, trataria-se de conseguir "um mecanismo pelo qual a Câmara dos Comuns possa expressar sua opinião, sem chegar a uma moção de censura que poderia derrubar o governo", disse Grieve à Sky News.
Mas seu colega Graham Stringer, deputado conservador eurocético, avaliou que Grieve e seus partidários apenas pretendem "sabotar todo o processo" de saída da UE.
"O propósito do último truque de Grieve é dar ao Parlamento o poder de atrasar ou interromper o Brexit", afirmou.
A possibilidade de que o Reino Unido deixe a UE sem um acordo foi alimentada pela lentidão das negociações.
Até agora, Londres e Bruxelas concordaram sobre poucos pontos, e não conseguem resolver pontos cruciais como o futuro da fronteira da Irlanda e da Irlanda do Norte.
Por isso, os mandatários europeus vão pedir, em sua próxima cúpula em Bruxelas, que todos estejam preparados para diversos resultados.
"O Conselho Europeu reitera o seu apelo aos Estados-membros e às partes interessadas para que intensifiquem o seu trabalho de preparação a todos os níveis e para todos os resultados", diz o rascunho de conclusões da cúpula consultado pela AFP nesta quarta-feira.
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