Sexo, jogo e carros de luxo: a face oculta do tratamento do Parkinson
Paris, 21 Jun 2018 (AFP) - Alguns tratamentos contra o Mal de Parkinson têm um lado obscuro, como o aparecimento de uma impulsividade que desencadeia transtornos alimentícios, hiperatividade sexual, compras compulsivas ou dependência em jogo, fenômenos mais frequentes do que se pensava, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (20).
Divulgada na revista americana Neurology, a pesquisa se baseou em 411 pacientes franceses submetidos a acompanhamento durante vários anos.
Em um período de cinco anos, estes "problemas de controle de impulsos" afetaram quase metade (46%) dos tratados com "agonistas dopaminérgicos", medicamentos sintéticos que imitam a ação da dopamina, um neurotransmissor.
"Trata-se de gente que se arruína no cassino, acorda de noite para esvaziar a geladeira ou que tem uma sexualidade transbordante. Por exemplo, gente que acaba sendo detida por exibicionismo ou que se divorcia por ter multiplicado os parceiros", indicou à AFP o médico Jean-Cristophe Corvol, dos hospitais universitários Pitié-Salpétrière de Paris.
"Começam a comprar carros de luxo. Um paciente que tinha muito dinheiro dizia que tinha comprado um Porsche e sua mulher o corrigia: não, você comprou quatro de uma vez", acrescentou.
O estudo prova que estes efeitos indesejáveis aumentam com a dose e a duração do tratamento com agonistas da dopamina. "E se o tratamento for interrompido, isto desaparece durante o mesmo ano na maior parte dos casos", destacou Corvol.
A manifestação destes transtornos já estava descrita na pesquisa. Mas na falta de um estudo prolongado, se pensava que a incidência fosse muito menor, de 10% a 15% em um ano.
Segundo os autores, cientistas do Instituto de Saúde e Pesquisa Médica da França (Inserm) e da Universidade da Sorbonne, conhecendo o possível aparecimento destes transtornos, os médicos deveriam advertir os pacientes e suas famílias.
"O entorno nem se dá conta a princípio e quando advertimos o casal, por exemplo, há uma vigilância", afirmou Corvol.
O especialista também mencionou que a criatividade artística ou literária de alguns pacientes aumentou enormemente devido ao tratamento.
O Mal de Parkinson, que afeta uma dezena de milhões de pessoas no mundo, principalmente em idade avançada, se manifesta por sintomas motores (tremores, lentidão e rigidez) devido a uma perda dos neurônios secretores de dopamina.
Divulgada na revista americana Neurology, a pesquisa se baseou em 411 pacientes franceses submetidos a acompanhamento durante vários anos.
Em um período de cinco anos, estes "problemas de controle de impulsos" afetaram quase metade (46%) dos tratados com "agonistas dopaminérgicos", medicamentos sintéticos que imitam a ação da dopamina, um neurotransmissor.
"Trata-se de gente que se arruína no cassino, acorda de noite para esvaziar a geladeira ou que tem uma sexualidade transbordante. Por exemplo, gente que acaba sendo detida por exibicionismo ou que se divorcia por ter multiplicado os parceiros", indicou à AFP o médico Jean-Cristophe Corvol, dos hospitais universitários Pitié-Salpétrière de Paris.
"Começam a comprar carros de luxo. Um paciente que tinha muito dinheiro dizia que tinha comprado um Porsche e sua mulher o corrigia: não, você comprou quatro de uma vez", acrescentou.
O estudo prova que estes efeitos indesejáveis aumentam com a dose e a duração do tratamento com agonistas da dopamina. "E se o tratamento for interrompido, isto desaparece durante o mesmo ano na maior parte dos casos", destacou Corvol.
A manifestação destes transtornos já estava descrita na pesquisa. Mas na falta de um estudo prolongado, se pensava que a incidência fosse muito menor, de 10% a 15% em um ano.
Segundo os autores, cientistas do Instituto de Saúde e Pesquisa Médica da França (Inserm) e da Universidade da Sorbonne, conhecendo o possível aparecimento destes transtornos, os médicos deveriam advertir os pacientes e suas famílias.
"O entorno nem se dá conta a princípio e quando advertimos o casal, por exemplo, há uma vigilância", afirmou Corvol.
O especialista também mencionou que a criatividade artística ou literária de alguns pacientes aumentou enormemente devido ao tratamento.
O Mal de Parkinson, que afeta uma dezena de milhões de pessoas no mundo, principalmente em idade avançada, se manifesta por sintomas motores (tremores, lentidão e rigidez) devido a uma perda dos neurônios secretores de dopamina.
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