Ioga, uma disciplina indiana transformada em patrimônio mundial
Paris, 21 Jun 2018 (AFP) - A ioga é uma disciplina indiana tradicional, ao mesmo tempo espiritual e física, que é praticada no mundo inteiro e está inscrita desde 2016 como patrimônio imaterial da humanidade.
- As origens da ioga -A palavra ioga vem do sânscrito que significa "unir", o que, segundo o historiador Bernard Sergent, ilustra bem a ideia subentendida da disciplina: "unir em um mesmo conjunto" o intelecto de quem pratica com a "alma universal" do mundo.
A noção da ioga aparece em obras muito antigas como o Bhagavad-Gîtâ, texto fundamental do Hinduísmo, escrito entre os séculos V e II antes de nossa era.
A ioga é "a chave do Hinduísmo", considerou a especialista em Índia Tara Michael. Se baseia na "tomada de consciência do caráter insatisfatório da condição humana", explica em seu livro "Ioga". A ioga aparece como uma forma de transcender o sofrimento.
- Um termo 'equivocado' -Mas esse termo é "equivocado" já que coexistem vários "ioga", "clássico", "popular", "ascético" e, inclusive, "erótico", destaca o filósofo e romancista Mircea Eliade em seu ensaio "Técnicas de Ioga".
Nos dicionários ocidentais modernos, a ioga é um "sistema ortodoxo de filosofia da Índia (...) no qual são expostos os meios fisiológicos e psíquicos que vieram a se desenvolver nos métodos de treinamento que caracterizam cada uma de suas partes" (definição do dicionário Aurélio).
A ioga de hoje, "de consumo corrente (...) não é outra coisa além de uma ginástica de boa saúde", resume Tara Michael. Qualquer pessoa "com flexibilidade física, energia e um pouco de lábia pode improvisar e em seis meses se tornar 'professor de ioga'".
- Reinvenção moderna -A ioga começou a ser conhecida no Ocidente no fim do século XIX. Nesse mesmo momento, a disciplina se reinventava na Índia, movimento impulsionado pelo mestre do Hinduísmo moderno Swami Vivekananda (1863-1902).
Este monge filósofo insistiu no lado racional e científico da ioga para fazer desta uma disciplina acessível para o Ocidente. Seu livro "Raja-Ioga" coloca as bases de uma ioga moderna e internacional.
Na primeira metade do século XX apareceram livros no Ocidente que registram e detalham as posturas da ioga.
Contrariamente ao que se acredita, a importância dada às posturas e séries "não é de vários milênios", mas sim um "desenvolvimento recente", destaca a especialista indiana Sita Reddy no livro "Ioga, a arte da transformação".
- Fenômeno mundial -Nos anos 1960 e 1970, a fascinação dos ícones da contracultura pela metafísica indiana, ilustrada pela relação dos Beatles com o guru indiano Maharishi Mahesh, popularizou a ioga como prática espiritual.
Contudo, nos anos 1980 e 1990 surge uma prática "mais profana", e a "ioga de posturas baseada em métodos atléticos e dinâmicos" tende a se impor no Ocidente, destaca o pesquisador britânico Mark Singleton.
- Patrimônio mundial -É difícil fazer um censo confiável da quantidade de pessoas que praticam ioga no mundo.
Os estudos mostram seus benefícios contra a ansiedade, a depressão e os transtornos do sono (mais eficaz que uma simples atividade física, mas menos do que uma psicoterapia).
E em dezembro de 2016 a ioga foi inscrita como patrimônio cultural imaterial da humanidade da Unesco.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fez da ioga desde que chegou ao poder, em 2014, um instrumento da influência da Índia no mundo. Impulsionou que a ONU adotasse uma resolução em 2015 que faz de 21 de junho o Dia Internacional da Ioga.
- As origens da ioga -A palavra ioga vem do sânscrito que significa "unir", o que, segundo o historiador Bernard Sergent, ilustra bem a ideia subentendida da disciplina: "unir em um mesmo conjunto" o intelecto de quem pratica com a "alma universal" do mundo.
A noção da ioga aparece em obras muito antigas como o Bhagavad-Gîtâ, texto fundamental do Hinduísmo, escrito entre os séculos V e II antes de nossa era.
A ioga é "a chave do Hinduísmo", considerou a especialista em Índia Tara Michael. Se baseia na "tomada de consciência do caráter insatisfatório da condição humana", explica em seu livro "Ioga". A ioga aparece como uma forma de transcender o sofrimento.
- Um termo 'equivocado' -Mas esse termo é "equivocado" já que coexistem vários "ioga", "clássico", "popular", "ascético" e, inclusive, "erótico", destaca o filósofo e romancista Mircea Eliade em seu ensaio "Técnicas de Ioga".
Nos dicionários ocidentais modernos, a ioga é um "sistema ortodoxo de filosofia da Índia (...) no qual são expostos os meios fisiológicos e psíquicos que vieram a se desenvolver nos métodos de treinamento que caracterizam cada uma de suas partes" (definição do dicionário Aurélio).
A ioga de hoje, "de consumo corrente (...) não é outra coisa além de uma ginástica de boa saúde", resume Tara Michael. Qualquer pessoa "com flexibilidade física, energia e um pouco de lábia pode improvisar e em seis meses se tornar 'professor de ioga'".
- Reinvenção moderna -A ioga começou a ser conhecida no Ocidente no fim do século XIX. Nesse mesmo momento, a disciplina se reinventava na Índia, movimento impulsionado pelo mestre do Hinduísmo moderno Swami Vivekananda (1863-1902).
Este monge filósofo insistiu no lado racional e científico da ioga para fazer desta uma disciplina acessível para o Ocidente. Seu livro "Raja-Ioga" coloca as bases de uma ioga moderna e internacional.
Na primeira metade do século XX apareceram livros no Ocidente que registram e detalham as posturas da ioga.
Contrariamente ao que se acredita, a importância dada às posturas e séries "não é de vários milênios", mas sim um "desenvolvimento recente", destaca a especialista indiana Sita Reddy no livro "Ioga, a arte da transformação".
- Fenômeno mundial -Nos anos 1960 e 1970, a fascinação dos ícones da contracultura pela metafísica indiana, ilustrada pela relação dos Beatles com o guru indiano Maharishi Mahesh, popularizou a ioga como prática espiritual.
Contudo, nos anos 1980 e 1990 surge uma prática "mais profana", e a "ioga de posturas baseada em métodos atléticos e dinâmicos" tende a se impor no Ocidente, destaca o pesquisador britânico Mark Singleton.
- Patrimônio mundial -É difícil fazer um censo confiável da quantidade de pessoas que praticam ioga no mundo.
Os estudos mostram seus benefícios contra a ansiedade, a depressão e os transtornos do sono (mais eficaz que uma simples atividade física, mas menos do que uma psicoterapia).
E em dezembro de 2016 a ioga foi inscrita como patrimônio cultural imaterial da humanidade da Unesco.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fez da ioga desde que chegou ao poder, em 2014, um instrumento da influência da Índia no mundo. Impulsionou que a ONU adotasse uma resolução em 2015 que faz de 21 de junho o Dia Internacional da Ioga.
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