Opaq poderá designar autores de ataques químicos na Síria
Haia, 27 Jun 2018 (AFP) - Os Estados-membros da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) acordaram nesta quarta-feira (26) que a partir de agora esse organismo pode identificar os autores desse tipo de ataque na Síria, para incômodo da Rússia, que não excluiu deixar o organismo.
Na votação a portas fechadas, 82 países votaram a favor e 24 contra essa proposta, anunciou a delegação britânica, que a apresentou com o apoio de França e Estados Unidos.
"A Opaq dispõe agora de um poder crucial complementar não somente para detectar o uso de armas químicas, como também para apontar diretamente a organização ou o Estado" suspeito de estar por trás dos ataques, celebrou o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson.
"É fundamental se quisermos desestimular o uso dessas armas infames", disse em um vídeo divulgado nas redes sociais.
O projeto gerou o rechaço de Rússia e Síria. Moscou é acusado de empregar agentes neurotóxicos contra um ex-espião russo no Reino Unido, enquanto o regime de Damasco é suspeito de usar gases tóxicos contra a sua população.
O texto prevê que a Opaq, prêmio Nobel da Paz em 2013, pode "usar dispositivos para identificar os autores (de ataques) com armas químicas na República Árabe Síria, identificando e comunicando todas as informações potencialmente pertinentes sobre a origem dessas armas químicas".
Após a votação, a Rússia comparou a Opaq com o Titanic "afundando".
"Todas as opções estão sobre a mesa", declarou seu embaixador em Haia, Alexander Shulguin, ao ser perguntado em entrevista coletiva sobre a possibilidade de seu país deixar a organização.
- Queda de braço diplomática -A resolução foi adotada após um pulso diplomático, antes de os inspetores da Opaq revelarem um aguardado informe sobre um suposto ataque com cloro e gás sarin em 7 de abril em Duma, perto de Damasco, que deixou 40 mortos.
Os britânicos solicitaram essa sessão extraordinária algumas semanas depois do envenenamento mediante um agente tóxico do ex-espião duplo russo Sergei Skripal e sua filha, em Salisbury (sudoeste da Inglaterra), um ataque químico - feito inédito há décadas na Europa - que Londres atribuiu à Rússia.
Fazendo alusão aos ataques na Síria, em Salisbury e em Kuala Lumpur contra o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong Un, o ministro holandês das Relações das Exteriores, Stef Blok, falou de uma "nuvem negra" que fez sombra durante os 20 anos da Opaq, completados no ano passado após ter contribuído para a destruição de 96,3% das reservas de armas químicas.
"Houve terríveis sofrimentos humanos como consequência disso, mas também existe um risco de 'nova normalidade': uma situação na qual os autores se considerem intocáveis", afirmou o ministro, segundo uma cópia de seu discurso obtida pela AFP.
- Outros cenários -A Rússia fez esforços durante dois dias, apresentando questões de procedimento com a ajuda dos delegados sírio e iraniano.
"O Reino Unido apresentou provas tangíveis sobre o chamado 'caso Skripal'? Não", tuitou nesta quarta a embaixada russa na Holanda, que denunciou "uma campanha contra a Rússia" na qual querem "envolver" a Opaq.
A Rússia, que apresentou um projeto de resolução diferente, considera que somente o Conselho de Segurança da ONU tem legitimidade para designar os que recorrem a essas armas de destruição em massa.
No final de 2017, Moscou exerceu o seu direito de veto na ONU para acabar com o mandato da missão investigativa comum ONU-Opaq,, o Joint Investigative Mechanism (JIM), cujo objetivo era identificar os responsáveis pelos ataques na Síria.
Aliada próxima da Síria na guerra que devasta este país, a Rússia afirmou que o ataque de Duma foi uma representação dos socorristas sírios conhecidos como Capacetes Brancos.
A possibilidade de identificar culpados poderia se estender a outros cenários fora da Síria, detalhou Wilson à imprensa.
O diretor-geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, e seu sucessor receberam a tarefa de apresentar propostas dirigidas a dar o poder de identificar os responsáveis em outros países quando seus governos seus governos solicitarem, explicou o embaixador.
Antes de sua dissolução em dezembro, o JIM havia determinado que o regime sírio usou cloro e gás sarin ao menos em quatro ocasiões contra a sua própria população, e que o grupo Estado Islâmico (EI) usou gás mostarda em 2015.
Na votação a portas fechadas, 82 países votaram a favor e 24 contra essa proposta, anunciou a delegação britânica, que a apresentou com o apoio de França e Estados Unidos.
"A Opaq dispõe agora de um poder crucial complementar não somente para detectar o uso de armas químicas, como também para apontar diretamente a organização ou o Estado" suspeito de estar por trás dos ataques, celebrou o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson.
"É fundamental se quisermos desestimular o uso dessas armas infames", disse em um vídeo divulgado nas redes sociais.
O projeto gerou o rechaço de Rússia e Síria. Moscou é acusado de empregar agentes neurotóxicos contra um ex-espião russo no Reino Unido, enquanto o regime de Damasco é suspeito de usar gases tóxicos contra a sua população.
O texto prevê que a Opaq, prêmio Nobel da Paz em 2013, pode "usar dispositivos para identificar os autores (de ataques) com armas químicas na República Árabe Síria, identificando e comunicando todas as informações potencialmente pertinentes sobre a origem dessas armas químicas".
Após a votação, a Rússia comparou a Opaq com o Titanic "afundando".
"Todas as opções estão sobre a mesa", declarou seu embaixador em Haia, Alexander Shulguin, ao ser perguntado em entrevista coletiva sobre a possibilidade de seu país deixar a organização.
- Queda de braço diplomática -A resolução foi adotada após um pulso diplomático, antes de os inspetores da Opaq revelarem um aguardado informe sobre um suposto ataque com cloro e gás sarin em 7 de abril em Duma, perto de Damasco, que deixou 40 mortos.
Os britânicos solicitaram essa sessão extraordinária algumas semanas depois do envenenamento mediante um agente tóxico do ex-espião duplo russo Sergei Skripal e sua filha, em Salisbury (sudoeste da Inglaterra), um ataque químico - feito inédito há décadas na Europa - que Londres atribuiu à Rússia.
Fazendo alusão aos ataques na Síria, em Salisbury e em Kuala Lumpur contra o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong Un, o ministro holandês das Relações das Exteriores, Stef Blok, falou de uma "nuvem negra" que fez sombra durante os 20 anos da Opaq, completados no ano passado após ter contribuído para a destruição de 96,3% das reservas de armas químicas.
"Houve terríveis sofrimentos humanos como consequência disso, mas também existe um risco de 'nova normalidade': uma situação na qual os autores se considerem intocáveis", afirmou o ministro, segundo uma cópia de seu discurso obtida pela AFP.
- Outros cenários -A Rússia fez esforços durante dois dias, apresentando questões de procedimento com a ajuda dos delegados sírio e iraniano.
"O Reino Unido apresentou provas tangíveis sobre o chamado 'caso Skripal'? Não", tuitou nesta quarta a embaixada russa na Holanda, que denunciou "uma campanha contra a Rússia" na qual querem "envolver" a Opaq.
A Rússia, que apresentou um projeto de resolução diferente, considera que somente o Conselho de Segurança da ONU tem legitimidade para designar os que recorrem a essas armas de destruição em massa.
No final de 2017, Moscou exerceu o seu direito de veto na ONU para acabar com o mandato da missão investigativa comum ONU-Opaq,, o Joint Investigative Mechanism (JIM), cujo objetivo era identificar os responsáveis pelos ataques na Síria.
Aliada próxima da Síria na guerra que devasta este país, a Rússia afirmou que o ataque de Duma foi uma representação dos socorristas sírios conhecidos como Capacetes Brancos.
A possibilidade de identificar culpados poderia se estender a outros cenários fora da Síria, detalhou Wilson à imprensa.
O diretor-geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, e seu sucessor receberam a tarefa de apresentar propostas dirigidas a dar o poder de identificar os responsáveis em outros países quando seus governos seus governos solicitarem, explicou o embaixador.
Antes de sua dissolução em dezembro, o JIM havia determinado que o regime sírio usou cloro e gás sarin ao menos em quatro ocasiões contra a sua própria população, e que o grupo Estado Islâmico (EI) usou gás mostarda em 2015.
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