Confusão sobre acordos entre Alemanha e países europeus sobre migrantes
Berlim, 30 Jun 2018 (AFP) - A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou ter alcançado neste sábado (30) acordos com 14 novos países da União Europeia (UE) para lhes reenviar migrantes registrados em seus territórios, incluindo República Tcheca e Hungria, que desmentiram a declaração.
A chefe do governo alemão disse a seus sócios de governo ter obtido sinal verde desses 14 países, além dos acordos já anunciados com Grécia e Espanha.
"Como já disse na quinta-feira diante do Conselho Europeu, a Alemanha não se dirigiu a nós e eu não assinarei esse acordo", reagiu o primeiro-ministro tcheco, Andrej Babis, em um comunicado.
Já Bertalan Havasi, porta-voz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, destacou que a posição de seu país seguia "sem mudanças desde 2015".
"Nenhum solicitante de asilo pode entrar no território húngaro, se esse solicitante já entrou pela Grécia, ou outro Estado-membro", acrescentou.
Um porta-voz do governo alemão garantiu, em contrapartida, que Praga afirmou estar "disposta a negociar um acordo" dirigido a uma melhor cooperação na devolução de migrantes registrados na República Tcheca e disse "tomar conhecimento, lamentando-as, das declarações" de Praga.
Merkel, muito enfraquecida pela revolta da ala direita de sua coalizão, deseja que os imigrantes que chegam à Alemanha e que já foram registrados em outro país da UE ingressem em centros de acolhida especiais e sob condições muito restritivas, segundo o texto de oito páginas enviado ao Partido Socialdemocrata (SPD) e aos conservadores bávaros, do qual a AFP obteve uma cópia.
Essa proposta parece ser um gesto na direção dos conservadores da CSU da Baviera e, em particular, de seu ministro do Interior, Horst Seehofer, que deu a Merkel um ultimato para que se consiga uma solução europeia para os fluxos migratórios.
Em caso contrário, o ministro ameaçou ordenar que se rejeite nas fronteiras imigrantes que já tenham sido registrados em outro país europeu.
Angela Merkel sempre recusou qualquer medida unilateral e negociou com Bruxelas pôr freio à pressão migratória para contentar seu aliado de governo.
Na sexta-feira, a Espanha chegou a um acordo com a Alemanha para acolher de novo os imigrantes que cheguem à primeira economia europeia, mas que previamente tenham sido registrados em seu território, em troca de ajuda econômica de Berlim para enfrentar o fenômeno migratório no país mediterrâneo. A Grécia também se somou a esse acordo.
O conjunto dessas medidas será examinado no domingo pelo partido de Merkel (CDU) e o de Seehofer (CSU), duas siglas aliadas desde 1949, mas que estão à beira do divórcio, devido ao debate sobre os imigrantes.
yap/mr/me/eg/sgf-JZ/tt
A chefe do governo alemão disse a seus sócios de governo ter obtido sinal verde desses 14 países, além dos acordos já anunciados com Grécia e Espanha.
"Como já disse na quinta-feira diante do Conselho Europeu, a Alemanha não se dirigiu a nós e eu não assinarei esse acordo", reagiu o primeiro-ministro tcheco, Andrej Babis, em um comunicado.
Já Bertalan Havasi, porta-voz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, destacou que a posição de seu país seguia "sem mudanças desde 2015".
"Nenhum solicitante de asilo pode entrar no território húngaro, se esse solicitante já entrou pela Grécia, ou outro Estado-membro", acrescentou.
Um porta-voz do governo alemão garantiu, em contrapartida, que Praga afirmou estar "disposta a negociar um acordo" dirigido a uma melhor cooperação na devolução de migrantes registrados na República Tcheca e disse "tomar conhecimento, lamentando-as, das declarações" de Praga.
Merkel, muito enfraquecida pela revolta da ala direita de sua coalizão, deseja que os imigrantes que chegam à Alemanha e que já foram registrados em outro país da UE ingressem em centros de acolhida especiais e sob condições muito restritivas, segundo o texto de oito páginas enviado ao Partido Socialdemocrata (SPD) e aos conservadores bávaros, do qual a AFP obteve uma cópia.
Essa proposta parece ser um gesto na direção dos conservadores da CSU da Baviera e, em particular, de seu ministro do Interior, Horst Seehofer, que deu a Merkel um ultimato para que se consiga uma solução europeia para os fluxos migratórios.
Em caso contrário, o ministro ameaçou ordenar que se rejeite nas fronteiras imigrantes que já tenham sido registrados em outro país europeu.
Angela Merkel sempre recusou qualquer medida unilateral e negociou com Bruxelas pôr freio à pressão migratória para contentar seu aliado de governo.
Na sexta-feira, a Espanha chegou a um acordo com a Alemanha para acolher de novo os imigrantes que cheguem à primeira economia europeia, mas que previamente tenham sido registrados em seu território, em troca de ajuda econômica de Berlim para enfrentar o fenômeno migratório no país mediterrâneo. A Grécia também se somou a esse acordo.
O conjunto dessas medidas será examinado no domingo pelo partido de Merkel (CDU) e o de Seehofer (CSU), duas siglas aliadas desde 1949, mas que estão à beira do divórcio, devido ao debate sobre os imigrantes.
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