Controverso chanceler austríaco assume o comando político da UE
Viena, 30 Jun 2018 (AFP) - "Estrela do rock" para alguns e "oportunista" para outros, o chanceler austríaco Sebastian Kurz, cujo país assume a presidência semestral da União Europeia (UE), não deixa ninguém indiferente.
A Áustria iniciará no domingo o semestre à frente da UE, no momento em que os governos europeus endurecem os discursos sobre a recepção dos demandantes de asilo, tema que divide os Estados membros.
Uma sorte para o governante conservador de 31 anos, aliado ao partido de extrema-direita austríaco FPÖ desde dezembro, que alega ser um dos idealizadores do fechamento da "rota dos Bálcãs" em 2016, quando era ministro das Relações Exteriores, e já anunciou a intenção de transformar a questão migratória em uma prioridade de seu mandato à frente do bloco.
O líder do Partido Popular Austríaco (ÖVP) avançou na política e estabeleceu a aliança com o FPÖ com a promessa de uma política sem concessões para os migrantes.
Kurz é uma figura controversa, mas sabe entender as preocupações atuais, explica à AFP Patrick Moreau, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França, especialista na política austríaca.
"Sua crítica à decisão de Angela Merkel de abrir temporariamente as fronteiras em 2015 é cada vez mais compartilhada", afirma Moreau.
Kurz é partidário da UE, desde que conceda mais soberania aos Estados membros. Uma visão compartilhada pelo FPÖ e os demais partidos de extrema-direita da Europa que abandonaram, em sua maioria, os planos de saída do bloco.
A presidência austríaca da UE oferecerá ao chanceler a possibilidade de destaque, afirmou o jornal austríaco Kurier.
Para a Áustria e seus 8,7 milhões de habitantes, o clima político está no ponto oposto ao que imperava no ano 2000, quando o ÖVP estabeleceu, pela primeira vez, uma aliança com a extrema-direita de Jörg Haider. A coalizão foi muito criticada no exterior e a UE manteve durante meses sanções contra Viena.
Dezoito anos depois, "Kurz é uma figura reconhecida no cenário internacional e os austríacos estão orgulhosos dele", disse Moreau.
O novo embaixador americano em Berlim chamou Kurz de "estrela do rock" e os membros do partido bávaro CSU, que exigem da chanceler alemã Angela Merkel uma política de asilo menos generosa, destacam sua afinidade com o governo austríaco.
O Executivo tem uma boa popularidade nas pesquisas.
"A força do governo consiste em apresentar uma imagem de harmonia, graças a um intenso marketing político, especialmente nas redes sociais", analisa o cientista político Thomas Hofer.
Depois que as disputas políticas acabaram nas legislativas de outubro com a coalizão entre social-democratas e conservadores, que estava há 11 anos no poder, ÖVP e FPÖ têm como lema não demonstrar suas divergências em público, explica Hofer.
Os críticos de Kurz afirmam que sua moderação em qualquer circunstância é um sinal de "oportunismo" que se impõe aos valores.
"Kurz é um mestre da distração", afirmou a revista austríaca de linha liberal Falter.
A Áustria iniciará no domingo o semestre à frente da UE, no momento em que os governos europeus endurecem os discursos sobre a recepção dos demandantes de asilo, tema que divide os Estados membros.
Uma sorte para o governante conservador de 31 anos, aliado ao partido de extrema-direita austríaco FPÖ desde dezembro, que alega ser um dos idealizadores do fechamento da "rota dos Bálcãs" em 2016, quando era ministro das Relações Exteriores, e já anunciou a intenção de transformar a questão migratória em uma prioridade de seu mandato à frente do bloco.
O líder do Partido Popular Austríaco (ÖVP) avançou na política e estabeleceu a aliança com o FPÖ com a promessa de uma política sem concessões para os migrantes.
Kurz é uma figura controversa, mas sabe entender as preocupações atuais, explica à AFP Patrick Moreau, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França, especialista na política austríaca.
"Sua crítica à decisão de Angela Merkel de abrir temporariamente as fronteiras em 2015 é cada vez mais compartilhada", afirma Moreau.
Kurz é partidário da UE, desde que conceda mais soberania aos Estados membros. Uma visão compartilhada pelo FPÖ e os demais partidos de extrema-direita da Europa que abandonaram, em sua maioria, os planos de saída do bloco.
A presidência austríaca da UE oferecerá ao chanceler a possibilidade de destaque, afirmou o jornal austríaco Kurier.
Para a Áustria e seus 8,7 milhões de habitantes, o clima político está no ponto oposto ao que imperava no ano 2000, quando o ÖVP estabeleceu, pela primeira vez, uma aliança com a extrema-direita de Jörg Haider. A coalizão foi muito criticada no exterior e a UE manteve durante meses sanções contra Viena.
Dezoito anos depois, "Kurz é uma figura reconhecida no cenário internacional e os austríacos estão orgulhosos dele", disse Moreau.
O novo embaixador americano em Berlim chamou Kurz de "estrela do rock" e os membros do partido bávaro CSU, que exigem da chanceler alemã Angela Merkel uma política de asilo menos generosa, destacam sua afinidade com o governo austríaco.
O Executivo tem uma boa popularidade nas pesquisas.
"A força do governo consiste em apresentar uma imagem de harmonia, graças a um intenso marketing político, especialmente nas redes sociais", analisa o cientista político Thomas Hofer.
Depois que as disputas políticas acabaram nas legislativas de outubro com a coalizão entre social-democratas e conservadores, que estava há 11 anos no poder, ÖVP e FPÖ têm como lema não demonstrar suas divergências em público, explica Hofer.
Os críticos de Kurz afirmam que sua moderação em qualquer circunstância é um sinal de "oportunismo" que se impõe aos valores.
"Kurz é um mestre da distração", afirmou a revista austríaca de linha liberal Falter.
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