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Equipe de López Obrador buscará de casa em casa respostas para violência no México

06/07/2018 19h26

México, 6 Jul 2018 (AFP) - A equipe do presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, começará uma consulta nacional "rua por rua" para a "pacificação" do país, que incluirá uma lei de anista, informaram integrantes do que será o seu gabinete de Segurança nesta sexta-feira (6).

"Exploraremos sem preconceitos, nem alardes todas as ideias e propostas que nos permitam recuperar a paz e a serenidade no país, incluindo a anistia e eventual indulto", disse Alfonso Durazo, futuro secretário de Segurança Pública.

Para alcançá-lo, será feita uma consulta que começará por familiares de vítimas de crimes como desparecimento forçado, execuções extrajudiciais, feminicídios, tráfico de pessoas, entre outros, por meio de fóruns, uma plataforma digital e brigadas, comentou Loretta Ortiz, assessora de Direitos Humanos.

Essas brigadas serão implementadas "rua por rua, assim como fizemos para vencer essa eleição, casa por casa", em várias regiões do país, continuou, sem dar detalhes dos que integrarão esses grupos.

López Obrador disse que desmilitarizará gradualmente a guerra contra as drogas, que desatou uma onda de violência que deixou um balanço de mais de 200 mil mortos desde 2006.

O ano de 2017 foi o mais violento da história contemporânea do país, com uma média de 70 assassinatos por dia, a cifra mais alta desde que começaram os registros das taxas de homicídios.

Mas o tema de uma eventual anistia para criminosos já custou a López Obrador uma série de críticas.

Em dezembro, em Guerrero, um dos estados tensos do país, o presidente eleito apresentou a possibilidade de explorar novos caminhos para resolver os graves problemas de violência, entre eles a possibilidade de outorgar anistias.

"Construiremos uma receita mexicana para a pacificação de nosso país. Por mais difícil que pareça, buscaremos o entendimento entre todos os mexicanos como caminho para construir a paz", acrescentou Alfonso Durazo.

No domingo López Obrador foi eleito presidente com mais de 30 milhões de votos, o número mais alto obtido por um candidato a chefe de Estado neste país com 120 milhões de habitantes.