Grandes potências fazem oferta ao Irã para salvar acordo nuclear
Viena, 6 Jul 2018 (AFP) - Rússia, China e os países europeus se reuniram nesta sexta-feira (6) em Viena, onde confirmaram seu compromisso e vontade de manter a República islâmica conectada à economia mundial, apesar das ameaças dos Estados Unidos.
Os chefes da diplomacia dos cinco países que se mantêm no acordo nuclear com o Irã (Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia) apoiaram o direito do Irã a exportar petróleo, como parte de uma lista de 11 objetivos definidos hoje, em uma reunião com o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif.
Em um comunicado conjunto, Zarif e seus homólogos ratificaram seu compromisso com o acordo e seus "dividendos econômicos" para o Irã, país que volta a sofrer uma turbulência financeira após o anúncio do presidente Donald Trump.
Apesar das ameaças de Washington a companhias e bancos que continuarem fazendo negócios com o Irã, os cinco países asseguraram que continuariam promovendo investimentos e comércio com o país.
Também expressaram sua vontade de "preservar canais financeiros eficazes com o Irã, promover as coberturas de crédito e as comunicações marítimas, terrestres, aéreas e ferroviárias, um apoio claro e eficaz para os operadores econômicos que negociam com o Irã".
"Essas iniciativas buscam preservar o acordo nuclear que é do interesse de todos", indica o comunicado lido pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
- 'Vontade de resistir' -Depois da reunião, o chanceler Javad Zarif celebrou a "vontade política de resistir" aos Estados Unidos.
"O que constatei durante esta reunião é que todos os membros, incluindo os três aliados [de Washington: Berlim, Paris e Londres], se comprometeram e têm a vontade política de resistir aos Estados Unidos", declarou Zarif ao fim da reunião, segundo a agência de notícias iraniana Fars.
"Fizemos uma oferta que consideramos atraente" para que o Irã continue negociando com empresas europeias, apesar do anúncio de retomada das sanções americanas, declarou à imprensa o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Mass, antes do início da reunião na capital austríaca.
O acordo histórico de 2015 submete o Irã a um estrito controle de suas atividades nucleares com o objetivo de impedir que o país se dote da arma atômica. Em troca, seriam suspensas as sanções internacionais contra o Irã com a perspectiva de novos investimentos.
À saída dos americanos do pacto, anunciada em maio, somaram-se fortes ameaças de sanções contra todos aqueles que fizerem negócios com Teerã.
Depois de ter ameaçado, em várias ocasiões, retomar suas atividades de enriquecimento de urânio, o Irã tenta obter compensações econômicas por parte dos europeus diante da retirada de Washington.
- Impossível compensação total -"Esta não será a última discussão" sobre este tema com o Irã, admitiu Mass, reconhecendo que os europeus "não podem compensar tudo".
"Mas querem mostrar ao Irã que uma retirada teria mais desvantagens do que se manter" no acordo, acrescentou.
Desde que o governo Trump denunciou o texto, a perspectiva de retorno das sanções americanas fez os investidores estrangeiros começarem a fugir.
O fabricante automotivo francês Peugeot e o armador dinamarquês de navios petroleiros Maersk Tankers se preparavam para deixar o país. A francesa Total pode se retirar de um projeto de desenvolvimento do grande campo petroleiro iraniano Pars Sud.
Teerã não esconde sua impaciência. "O tempo de negociações está acabando", advertiu, no início de junho, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani.
O aiatolá Ali Khamenei exigiu uma garantia para as vendas iranianas de petróleo e para as transações comerciais.
A Europa se encontra, assim, submetida a uma dupla pressão: a de Teerã, que precisa de investimentos estrangeiros para recuperar sua economia, e a de Washington, que pode impor sanções contra suas empresas e privá-la do acesso ao mercado americano.
Prova de que há urgência - as primeiras sanções americanas serão reimpostas em agosto - é que Rouhani esteve em Genebra e em Viena esta semana, onde defendeu que o acordo seja salvo.
"Enquanto for possível para o Irã, continuaremos fazendo parte do acordo. Não abandonaremos o JCPOA, com a condição de que possamos nos beneficiar dele", afirmou o presidente iraniano, Hassan Rouhani.
smk-fz/me/tt
Os chefes da diplomacia dos cinco países que se mantêm no acordo nuclear com o Irã (Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia) apoiaram o direito do Irã a exportar petróleo, como parte de uma lista de 11 objetivos definidos hoje, em uma reunião com o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif.
Em um comunicado conjunto, Zarif e seus homólogos ratificaram seu compromisso com o acordo e seus "dividendos econômicos" para o Irã, país que volta a sofrer uma turbulência financeira após o anúncio do presidente Donald Trump.
Apesar das ameaças de Washington a companhias e bancos que continuarem fazendo negócios com o Irã, os cinco países asseguraram que continuariam promovendo investimentos e comércio com o país.
Também expressaram sua vontade de "preservar canais financeiros eficazes com o Irã, promover as coberturas de crédito e as comunicações marítimas, terrestres, aéreas e ferroviárias, um apoio claro e eficaz para os operadores econômicos que negociam com o Irã".
"Essas iniciativas buscam preservar o acordo nuclear que é do interesse de todos", indica o comunicado lido pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
- 'Vontade de resistir' -Depois da reunião, o chanceler Javad Zarif celebrou a "vontade política de resistir" aos Estados Unidos.
"O que constatei durante esta reunião é que todos os membros, incluindo os três aliados [de Washington: Berlim, Paris e Londres], se comprometeram e têm a vontade política de resistir aos Estados Unidos", declarou Zarif ao fim da reunião, segundo a agência de notícias iraniana Fars.
"Fizemos uma oferta que consideramos atraente" para que o Irã continue negociando com empresas europeias, apesar do anúncio de retomada das sanções americanas, declarou à imprensa o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Mass, antes do início da reunião na capital austríaca.
O acordo histórico de 2015 submete o Irã a um estrito controle de suas atividades nucleares com o objetivo de impedir que o país se dote da arma atômica. Em troca, seriam suspensas as sanções internacionais contra o Irã com a perspectiva de novos investimentos.
À saída dos americanos do pacto, anunciada em maio, somaram-se fortes ameaças de sanções contra todos aqueles que fizerem negócios com Teerã.
Depois de ter ameaçado, em várias ocasiões, retomar suas atividades de enriquecimento de urânio, o Irã tenta obter compensações econômicas por parte dos europeus diante da retirada de Washington.
- Impossível compensação total -"Esta não será a última discussão" sobre este tema com o Irã, admitiu Mass, reconhecendo que os europeus "não podem compensar tudo".
"Mas querem mostrar ao Irã que uma retirada teria mais desvantagens do que se manter" no acordo, acrescentou.
Desde que o governo Trump denunciou o texto, a perspectiva de retorno das sanções americanas fez os investidores estrangeiros começarem a fugir.
O fabricante automotivo francês Peugeot e o armador dinamarquês de navios petroleiros Maersk Tankers se preparavam para deixar o país. A francesa Total pode se retirar de um projeto de desenvolvimento do grande campo petroleiro iraniano Pars Sud.
Teerã não esconde sua impaciência. "O tempo de negociações está acabando", advertiu, no início de junho, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani.
O aiatolá Ali Khamenei exigiu uma garantia para as vendas iranianas de petróleo e para as transações comerciais.
A Europa se encontra, assim, submetida a uma dupla pressão: a de Teerã, que precisa de investimentos estrangeiros para recuperar sua economia, e a de Washington, que pode impor sanções contra suas empresas e privá-la do acesso ao mercado americano.
Prova de que há urgência - as primeiras sanções americanas serão reimpostas em agosto - é que Rouhani esteve em Genebra e em Viena esta semana, onde defendeu que o acordo seja salvo.
"Enquanto for possível para o Irã, continuaremos fazendo parte do acordo. Não abandonaremos o JCPOA, com a condição de que possamos nos beneficiar dele", afirmou o presidente iraniano, Hassan Rouhani.
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