Eritreia e Etiópia anunciam fim do estado de guerra
Adis Abeba, 9 Jul 2018 (AFP) - No dia seguinte a uma cúpula histórica entre seus líderes, Eritreia e Etiópia assinaram nesta segunda-feira, em Asmara, uma declaração conjunta que estipula que os dois países já não estão em guerra.
O texto, assinado pelo presidente da Eritreia, Issaias Afeworki, e o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, declara que o "estado de guerra que existia entre os dois países chegou a seu fim", anunciou o ministro eritreu da Informação, Yemane Gebremeskel.
"Tem início uma nova era de paz e amizade", indicou Yemane no Twitter.
"Os dois países se comprometeram a trabalhar juntos para promover uma estreita cooperação nos setores da política, economia, sociedade, cultura e segurança".
O documento confirma que serão retomados o comércio, os transportes e as telecomunicações, que serão restabelecidas as relações diplomáticas e a implementação do acordo de paz de 2000, assinado em Argel.
O chefe de gabinete de Abiy, Fitsum Arega, também indicou no Twitter que a Etiópia solicitou formalmente ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em visita nesta segunda-feira à Addis Abeba, que sejam levantadas as sanções da ONU contra a Eritreia.
Essas sanções foram adotadas em 2009 em razão do suposto apoio de Asmara aos extremistas islâmicos somalis shebab.
O chanceler etíope, Workneh Gebeyehu, anunciou por sua vez a criação de uma comissão conjunta sob supervisão dos dois ministros das Relações Exteriores, encarregada de estabelecer "um calendário tangível" de reformas.
A primeira medida a ser concretizada foi o restabelecimento das linhas telefônicas entre os dois países, o que alegrou os etíopes já no domingo. "Fiquei sem palavras. Muitas pessoas morreram esperando este dia. Estou comovido", declarou à AFP um homem de 30 anos que falou com seu irmão por telefone na Eritreia, a quem não vê desde 1998.
O encontro no domingo entre os presidentes dos países foi o primeiro em 20 anos.
Abiy também expressou a vontade da Etiópia de ceder para a Eritreia um território fronteiriço disputado que continua ocupando, apesar de uma sentença contrária de uma comissão independente internacional de 2002 apoiada pela ONU.
O rechaço da Etiópia de ceder o território bloqueava as relações bilaterais apesar de os países terem acabado com as hostilidades após a guerra que os opôs entre 1998 e 2000, e que deixou 80 mil mortos.
Em abril deste ano, Abiy, de 42 anos, chegou ao poder em Adis Abeba, o que abriu caminho para a normalização das relações.
Abiy lançou reformas sem precedentes no segundo país mais povoado da África.
Entre as mudanças está o anúncio, no início de junho, de sua intenção de aplicar o acordo de Argel de 2000 assinado com a Eritreia e as conclusões da comissão internacional sobre os limites fronteiriços.
A iniciativa foi bem recebida pelo presidente eritreu.
A região em disputa inclui a cidade de Badme, cuja soberania foi outorgada à Eritreia em 2002. As tropas etíopes deveriam se retirar da área. Os últimos combates nessa zona foram registrados há dois anos.
O texto, assinado pelo presidente da Eritreia, Issaias Afeworki, e o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, declara que o "estado de guerra que existia entre os dois países chegou a seu fim", anunciou o ministro eritreu da Informação, Yemane Gebremeskel.
"Tem início uma nova era de paz e amizade", indicou Yemane no Twitter.
"Os dois países se comprometeram a trabalhar juntos para promover uma estreita cooperação nos setores da política, economia, sociedade, cultura e segurança".
O documento confirma que serão retomados o comércio, os transportes e as telecomunicações, que serão restabelecidas as relações diplomáticas e a implementação do acordo de paz de 2000, assinado em Argel.
O chefe de gabinete de Abiy, Fitsum Arega, também indicou no Twitter que a Etiópia solicitou formalmente ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em visita nesta segunda-feira à Addis Abeba, que sejam levantadas as sanções da ONU contra a Eritreia.
Essas sanções foram adotadas em 2009 em razão do suposto apoio de Asmara aos extremistas islâmicos somalis shebab.
O chanceler etíope, Workneh Gebeyehu, anunciou por sua vez a criação de uma comissão conjunta sob supervisão dos dois ministros das Relações Exteriores, encarregada de estabelecer "um calendário tangível" de reformas.
A primeira medida a ser concretizada foi o restabelecimento das linhas telefônicas entre os dois países, o que alegrou os etíopes já no domingo. "Fiquei sem palavras. Muitas pessoas morreram esperando este dia. Estou comovido", declarou à AFP um homem de 30 anos que falou com seu irmão por telefone na Eritreia, a quem não vê desde 1998.
O encontro no domingo entre os presidentes dos países foi o primeiro em 20 anos.
Abiy também expressou a vontade da Etiópia de ceder para a Eritreia um território fronteiriço disputado que continua ocupando, apesar de uma sentença contrária de uma comissão independente internacional de 2002 apoiada pela ONU.
O rechaço da Etiópia de ceder o território bloqueava as relações bilaterais apesar de os países terem acabado com as hostilidades após a guerra que os opôs entre 1998 e 2000, e que deixou 80 mil mortos.
Em abril deste ano, Abiy, de 42 anos, chegou ao poder em Adis Abeba, o que abriu caminho para a normalização das relações.
Abiy lançou reformas sem precedentes no segundo país mais povoado da África.
Entre as mudanças está o anúncio, no início de junho, de sua intenção de aplicar o acordo de Argel de 2000 assinado com a Eritreia e as conclusões da comissão internacional sobre os limites fronteiriços.
A iniciativa foi bem recebida pelo presidente eritreu.
A região em disputa inclui a cidade de Badme, cuja soberania foi outorgada à Eritreia em 2002. As tropas etíopes deveriam se retirar da área. Os últimos combates nessa zona foram registrados há dois anos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.