Viúva do Nobel dissidente Liu Xiaobo deixa a China
Pequim, 10 Jul 2018 (AFP) - A poeta Liu Xia, viúva do dissidente chinês e vencedor do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo, deixou da China nesta terça-feira, informou um amigo da ativista à AFP.
Liu, 57 anos, estava em prisão domiciliar de fato porque não tinha liberdade de movimento desde 2010, quando seu marido venceu o Prêmio Nobel. A morte de Liu Xiaobo, vítima de um câncer de fígado em julho de 2017, não havia alterado a situação.
"Hoje, às 11H00, Liu Xia embarcou em um voo da Finnair e deixou Pequim rumo a Helsinque, capital da Finlândia", afirmou AFP Ye Du, amigo da poeta.
O dissidente Wu'er Kaixi também afirmou em Taipé que recebeu informações sobre a viagem de Liu em um voo da companhia finlandesa para Helsinque.
O dissidente Liu Xiaobo, que participou dos protestos da Praça Tiananmen (Paz Celestial) em 1989, foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por "subversão" por ter assinado um pedido de eleições livres na China. O ativista morreu no ano passado enquanto cumpria a pena, um fato trágico que fez dele o primeiro vencedor do Novel a morrer preso desde o período nazista na Alemanha.
Liu Xia era vigiada pela polícia política da China apesar de não ter sido condenada. Ela continuou sob este regime após a morte do marido, apesar das declarações das autoridades chinesas de que ela estava em liberdade.
Em maio, cinco diplomatas ocidentais tentaram visitar Liu Xia mas foram impedidos pela polícia sem qualquer explicação.
Estados Unidos, União Europeia e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediam sua libertação a Pequim.
Em uma recente ligação telefônica emotiva a um amigo, o escritor chinês Liao Yiwu, Liu disse: "Terão que acrescentar uma frase na Constituição que diga, 'Amar Liu Xiaobo é um crime grave, é uma sentença para a vida'".
A saída de Liu Xia aconteceu após a visita da chanceler alemã Angela Merkel a Pequim no fim de maio.
No mesmo mês, vários escritores e artistas reconhecidos, entre eles Michael Chabon, Paul Auster e Khaled Hosseini, pediram que ela fosse autorizada a passar por um tratamento médico no exterior.
Um de seus amigos, o escritor dissidente Liao Yiwu, que vive no exílio na Alemanha, afirmou na ocasião que a poeta havia confessado durante uma conversa telefônica que estava disposta a "deixar-se morrer" pela proibição do governo chinês para que saísse do país.
"É realmente maravilhoso que Liu Xia seja finalmente autorizada a abandonar a China depois de tudo que sofreu nos últimos anos", afirmou Patrick Poon, da ONG Anistia Internacional.
"Ela sofre de depressão e é bom que possa receber tratamento no exterior", completou.
Poon, no entanto, expressou preocupação com o destino do irmão de Liu Xia, Liu Hui, que permanece na China.
Liu será recebida em Berlim pelo opositor chinês Liao Yiwu, segundo uma organização de direitos humanos taiwanesa.
rld-dly/bur/kaf/pb/zm/fp
Liu, 57 anos, estava em prisão domiciliar de fato porque não tinha liberdade de movimento desde 2010, quando seu marido venceu o Prêmio Nobel. A morte de Liu Xiaobo, vítima de um câncer de fígado em julho de 2017, não havia alterado a situação.
"Hoje, às 11H00, Liu Xia embarcou em um voo da Finnair e deixou Pequim rumo a Helsinque, capital da Finlândia", afirmou AFP Ye Du, amigo da poeta.
O dissidente Wu'er Kaixi também afirmou em Taipé que recebeu informações sobre a viagem de Liu em um voo da companhia finlandesa para Helsinque.
O dissidente Liu Xiaobo, que participou dos protestos da Praça Tiananmen (Paz Celestial) em 1989, foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por "subversão" por ter assinado um pedido de eleições livres na China. O ativista morreu no ano passado enquanto cumpria a pena, um fato trágico que fez dele o primeiro vencedor do Novel a morrer preso desde o período nazista na Alemanha.
Liu Xia era vigiada pela polícia política da China apesar de não ter sido condenada. Ela continuou sob este regime após a morte do marido, apesar das declarações das autoridades chinesas de que ela estava em liberdade.
Em maio, cinco diplomatas ocidentais tentaram visitar Liu Xia mas foram impedidos pela polícia sem qualquer explicação.
Estados Unidos, União Europeia e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediam sua libertação a Pequim.
Em uma recente ligação telefônica emotiva a um amigo, o escritor chinês Liao Yiwu, Liu disse: "Terão que acrescentar uma frase na Constituição que diga, 'Amar Liu Xiaobo é um crime grave, é uma sentença para a vida'".
A saída de Liu Xia aconteceu após a visita da chanceler alemã Angela Merkel a Pequim no fim de maio.
No mesmo mês, vários escritores e artistas reconhecidos, entre eles Michael Chabon, Paul Auster e Khaled Hosseini, pediram que ela fosse autorizada a passar por um tratamento médico no exterior.
Um de seus amigos, o escritor dissidente Liao Yiwu, que vive no exílio na Alemanha, afirmou na ocasião que a poeta havia confessado durante uma conversa telefônica que estava disposta a "deixar-se morrer" pela proibição do governo chinês para que saísse do país.
"É realmente maravilhoso que Liu Xia seja finalmente autorizada a abandonar a China depois de tudo que sofreu nos últimos anos", afirmou Patrick Poon, da ONG Anistia Internacional.
"Ela sofre de depressão e é bom que possa receber tratamento no exterior", completou.
Poon, no entanto, expressou preocupação com o destino do irmão de Liu Xia, Liu Hui, que permanece na China.
Liu será recebida em Berlim pelo opositor chinês Liao Yiwu, segundo uma organização de direitos humanos taiwanesa.
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