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Trump gera indignação após encontro com Putin

16/07/2018 19h35

Washington, 16 Jul 2018 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se tornou nesta segunda-feira o centro de uma avalanche de críticas de aliados e opositores em seu país, após a entrevista coletiva sobre seu encontro com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin.

"Perigoso e fraco", "vergonhoso", "à beira da traição" foram alguns dos comentários sobre o desempenho de Trump na entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira em Helsinque, na Finlândia.

O presidente da Câmara dos Representantes do Congresso, o republicano Paul Ryan, afirmou em nota que Trump "deveria considerar que a Rússia não é nosso aliado".

"Não há uma equivalência moral entre Estados Unidos e Rússia, que continua sendo hostil a nossos valores básicos e ideais", acrescentou.

Por sua vez, o titular do partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, apontou que, na coletiva com Putin, Trump exibiu um comportamento "perigoso e fraco" ante um adversário como a Rússia.

"Em toda a história de nosso país, os americanos nunca viram seu presidente apoiar um adversário dos Estados Unidos como Donald Trump apoiou o presidente Putin", expressou Schumer no Twitter.

Os legisladores não esconderam sua irritação pelo gesto de Trump de aceitar a palavra de Putin negando qualquer ingerência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, como afirmam os serviços americanos de inteligência.

- 'Vergonhoso' -Para o senador republicano John McCain, "a entrevista coletiva de hoje em Helsinque é um dos desempenhos mais vergonhosos de um presidente americano que podemos lembrar".

"Nenhum presidente anteriormente se humilhou de forma mais abjeta diante de um tirano" que Trump, afirmou McCain.

Para Jeff Flake, outro senador republicano, o desempenho de Trump foi "vergonhoso".

"Nunca pensei que viveria para ver um presidente americano subir no palco com um presidente russo e culpar os Estados Unidos por uma agressão da Rússia. É vergonhoso", afirmou no Twitter.

Na cúpula, Trump culpou a "estupidez" de seus antecessores por deixar as relações bilaterais atingirem os baixos níveis atuais.

Os legisladores ficaram especialmente irritados com o gesto de Trump de aceitar a palavra de Putin negando qualquer ingerência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, como afirmam os serviços de inteligência americanos.

O legislador democrata Jimmy Gomez foi além e afirmou que o presidente chegou ao limite da "traição".

"Aliar-se com Putin contra os serviços americanos de inteligência é asqueroso; mas não defender os Estados Unidos está à beira da traição. Todos os americanos deveriam estar preocupados", apontou.

O ex-diretor do FBI James Comey, que perdeu o cargo por insistir em investigar o suposto conluio entre Trump e funcionários russos durante a eleição, declarou que os "patriotas devem ficar de pé e rejeitar o comportamento deste presidente.

O ex-secretário de Estado John Kerry disse que "jamais viu um presidente americano fazer ou dizer nada remotamente parecido ao que o presidente Trump fez hoje".

Em meio à chuva de críticas, o diretor de Inteligência americano, Dan Coats, defendeu em nota oficial a conclusão dos órgãos de segurança sobre a ingerência russa nas eleições.

"Fomos claros em nossas avaliações da intromissão russa nas eleições de 2016 e seus esforços contínuos e onipresentes para minar nossa democracia", disse Coats.

Do avião em que viajava de volta aos Estados Unidos Trump assegurou no Twitter que tem uma "grande confiança" nos órgãos de inteligência, embora tenha ignorado suas conclusões.

"Tenho grande confiança em minha equipe de inteligência", tuitou, acrescentando que "para construir um futuro brilhante, não podemos nos concentrar exclusivamente no passado".

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