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Centenas de voos são cancelados na Europa pela greve da Ryanair

25/07/2018 13h22

Madri, 25 Jul 2018 (AFP) - A companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair anunciou um corte da frota de aviões em seu país e possíveis demissões, coincidindo com o início de uma greve de dois dias de sua equipe de bordo que obrigou o cancelamento de voos em vários países da Europa.

A frota de Ryanair em Dublin passará este inverno dos 30 aviões atuais para 24, o que poderia significar o corte de 100 postos de pilotos e de 200 auxiliares de voo, anunciou a empresa em um comunicado.

A empresa materializa assim suas ameaças, com o anúncio coincide com o início da greve da equipe de bordo nesta quarta, que levou ao cancelamento de centenas de voos na Europa, justo quando a companhia aérea de baixo custo começou a cumprir a ameaça de reduzir sua frota na Irlanda, após uma paralisação de pilotos.

A companhia disse que a greve de dois dias, convocada por cinco sindicatos na Espanha, em Portugal, na Bélgica e na Itália, obrigou-a a cancelar 600 voos na Europa, hoje e amanhã.

No total, foram afetados 100.000 passageiros, que acabaram sendo realocados em outros voos, ou receberam o reembolso integral do bilhete.

Para esta quarta-feira, a empresa disse que, apesar de tudo, vai operar mais de 2.100 voos, "para levar 400.000 clientes a seus destinos de férias".

Na Espanha, o país mais atingido, a greve transcorria "sem incidentes", disse uma porta-voz do sindicato USO.

No aeroporto de Madrid-Barajas, funcionários da companhia distribuíram panfletos aos passageiros para lhes explicar como poderiam entrar em contato com o serviço de atendimento ao consumidor e pedir o reembolso, se seu voo tivesse sido cancelado.

Fundada há 33 anos em Dublin, a empresa cresceu muito rápido. Há anos, os funcionários se queixam das condições de trabalho. Em 2018, já haviam entrado em greve por esse motivo.

Os sindicatos querem que a companhia conceda aos trabalhadores terceirizados as mesmas condições que a seus próprios funcionários.

Também pedem que o pessoal da Ryanair trabalhe conforme a legislação trabalhista do país onde estiver lotado, e não a da Irlanda, como é o caso atualmente.

A Ryanair alega que, como seus aviões voam sob a bandeira irlandesa, e a maioria de seus funcionários trabalha a bordo de aviões, eles estão suficientemente cobertos pela legislação da Irlanda.

Essa greve de comissários de bordo começa depois de a Ryanair registrar, na terça, seu terceiro dia de uma greve de pilotos na Irlanda. Por conta disso, 16 voos foram cancelados, afetando 2.500 passageiros.

A companhia cumpriu suas ameaças nesta quarta e anunciou, em resposta, que vai reduzir em 20% sua frota de aviões em Dublin nos próximos meses, devido a essa greve de pilotos.

Em Dublin, a Ryanair deixará apenas 24 aviões, contra 30 atualmente, o que pode provocar a demissão de 100 pilotos e 200 comissários de bordo, indicou a empresa em uma nota.

bur-ds/avl/pc/tt