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Ex-presidente Jimmy Carter afirma que EUA perderam protagonismo em direitos humanos

25/07/2018 14h46

Washington, 25 Jul 2018 (AFP) - O ex-presidente Jimmy Carter considerou que os Estados Unidos deixou seu lugar de maior defensor dos direitos humanos, ao se mostrar indiferente diante dos abusos dentro e fora do país.

"Os Estados Unidos já perderam seu lugar de líder na proteção das pessoas e de seus direitos humanos", declarou na terça-feira o ex-presidente democrata em um fórum no Carter Center, em Atlanta.

"Ainda temos a oportunidade de restaurar nossa posição como o principal defensor dos direitos humanos, mas não estamos nessa posição no momento", disse Carter, que em 2002 ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho de promoção dos direitos humanos, democracia e desenvolvimento.

"Se mantivermos nossa posição atual de indiferença às violações dos direitos humanos, encorajaremos" o aumento de tais transgressões ainda mais rapidamente do que nos últimos anos, disse ele.

Carter, de 93 anos, que falou diante de dezenas de especialistas em direitos humanos de todo o mundo, afirmou que os Estados Unidos estavam na vanguarda dos direitos humanos quando liderou a ONU para proclamar a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Mas as ações do governo americano contra as liberdades civis depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 afetaram a credibilidade dos Estados Unidos, disse Carter.

O presidente Donald Trump tem dado pouca ênfase aos direitos humanos e, muitas vezes, elogia ou volta seus olhos para as palavras ou ações de governantes autoritários, como Filipinas, Rússia ou Coreia do Sul.