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Paquistão vota em eleições legislativas

25/07/2018 01h53

Islamabad, 25 Jul 2018 (AFP) - O Paquistão realizava nesta quarta-feira eleições legislativas, ao final de uma tensa campanha marcada por atentados e acusações de interferência dos militares, constatou a AFP em Islamabad.

No total, 106 milhões de eleitores estão convocados para votar em um país cuja população é de 207 milhões de habitantes, para eleger os deputados para os próximos cinco anos.

Os mais de 85 mil colégios eleitorais abriram suas portas às 03H00 GMT (00H00 Brasília) e a votação será encerrada às 13H00 GMT (10H00). Os primeiros resultados devem ser divulgados na noite desta quarta-feira.

As Forças Armadas mobilizaram cerca de 370.000 soldados em todo o país para assegurar o bom desenrolar da votação - a maior operação do gênero na história do Paquistão para um dia de eleição.

Cerca de 450.000 policiais também estão mobilizados para esta votação, segundo as autoridades eleitorais.

Os eleitores estão divididos entre a Liga Muçulmana Paquistanesa (PML-N), de Shabaz Sharif, e o Tehreek-e-Insaf (PTI, "Movimento para a Justiça"), do popular ex-jogador de críquete Imran Khan.

Sharif votou pela manhã no centro de Lahore, capital da província de Pendjab, a mais populosa do país.

Os partidos políticos encerraram na segunda-feira (23) à noite seus compromissos eleitorais públicos, uma vez que são proibidos na véspera do voto.

Imran Khan, que dirige o Tehreek-e-Insaf e que figura entre os favoritos, lançou um apelo aos seus eleitores, pedindo que "acordem cedo e saiam para votar", diante de milhares de partidários em Lahore.

"A vitória é certa", declarou, por sua vez, seu rival Shahbaz Sharif, que substituiu seu irmão Nawaz, preso por corrupção, à frente da Liga Muçulmana (PML-N), no sul de Pendjab.

"Contra todas as expectativas, o PML-N está em boa posição para vencer as eleições", afirmou, enquanto o partido diz estar sendo perseguido pelo Exército e pela Justiça, em detrimento do PTI de Imran Khan.

A campanha eleitoral, de curta duração, mas extremamente dura, foi marcada por acusações de manipulações flagrantes pelo Exército, bem como pelo crescimento dos partidos religiosos extremistas e vários atentados que fizeram mais de 180 mortos, incluindo três candidatos.

No dia 12 de julho, um atentado em um comício eleitoral no Paquistão causou 149 mortos, tornando-se o segundo mais sangrento na história do país. Reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), o ataque foi o terceiro contra um comício na mesma semana no Paquistão.

A Comissão Eleitoral paquistanesa autorizou aos soldados amplo acesso e poderes nos colégios eleitorais, alimentando os temores de uma interferência.