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Espanha recebe 1.200 imigrantes em dois dias e pede ajuda a Europa

Crianças resgatadas pela marinha espanhola na sexta-feira (27) ao tentar atravessar, com os pais, o estreito de Gibraltar, que separa África e Europa - Marcos Moreno / AP Photo
Crianças resgatadas pela marinha espanhola na sexta-feira (27) ao tentar atravessar, com os pais, o estreito de Gibraltar, que separa África e Europa Imagem: Marcos Moreno / AP Photo

28/07/2018 16h21

O ministro espanhol do Interior, Fernando Grande-Marlaska, pediu neste sábado (28), na Andaluzia, uma "solução europeia" para o "problema da imigração", depois que a Guarda Costeira espanhola auxiliou mais de 1.200 migrantes no mar em dois dias.

"Viemos aqui para ver no terreno os problemas que existem, o problema da imigração, que é um problema da Europa, que precisa de uma solução europeia", declarou à imprensa o ministro Grande-Marlaska, membro do novo governo do socialista Pedro Sánchez, ao visitar a província de Cádiz, segundo uma gravação enviada pela delegação oficial.

O ministro foi a Algeciras para constatar como os migrantes estão sendo atendidos pelas forças de segurança e pela Cruz Vermelha.

Em sua conta no Twitter, o serviço público de Salvamento Marítimo anunciou neste sábado que 334 pessoas recém-chegadas de 17 embarcações improvisadas receberam ajuda.

Na sexta, a Guarda Costeira socorreu 888 pessoas em um único dia.

Este ano, a Espanha se tornou a primeira porta de entrada de migrantes irregulares à Europa, à frente da Itália.

"Isso era de se esperar", afirmou o ministro, acusando o governo anterior, do conservador Marino Rajoy, de "um pouquinho de imprevisão", depois de as chegadas pelo mar terem começado a disparar no ano passado.

"Estamos abrindo um centro no [...] porto de Algeciras", com capacidade para mais de 600 lugares, declarou, afirmando que se trabalha "contra o relógio".

Mais de 20.992 migrantes em situação irregular chegaram à Espanha pelo mar desde o início do ano, e 304 morreram durante a travessia, segundo um registro da Organização Internacional para as Migrações (OIM), com data de 25 de julho.

Até então, a Itália contava com 18.130 chegadas e 1.111 mortos, enquanto a Grécia contabilizava 15.528 chegadas e 89 óbitos.