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Ataque com tomada de reféns deixa 15 mortos na cidade afegã de Jalalabad

31/07/2018 12h39

Jalalabad, Afeganistão, 31 Jul 2018 (AFP) - Dois homens armados invadiram, nesta terça-feira (31), um prédio do governo afegão em Jalalabad, durante uma reunião da qual participavam membros de agências de ajuda estrangeiras, deixando pelo menos 15 mortos e 15 feridos no último de uma série de ataques nessa cidade do leste afegão.

O ataque na conservadora Jalalabad, capital da província de Nangarha, teve como alvo o complexo da agência de refugiados e repatriações.

O ataque se prolongou por mais de cinco horas com intensos confrontos entre os invasores e as forças de segurança, disse o porta-voz do governador, Ataula Khogyani.

Pelo menos 15 pessoas morreram, e outras 15 ficaram feridas, afirmou Khogyani, advertindo que o número de vítimas pode aumentar à medida que as forças de segurança revistam o prédio.

Quando começou o ataque, com várias explosões, representantes locais de doadores e agências estrangeiras estavam reunidos com funcionários desse órgão dentro do edifício.

"Todos os membros das agências associadas que estavam na reunião eram afegãos, e todos aqueles que estavam presos, incluindo o diretor do escritório de refugiados e repatriações, foram resgatados", disse Khogyani.

Várias pessoas foram tomadas como reféns pelos agressores, disse Zabiula Zmarary, um membro do conselho provincial.

"Os dois agressores foram abatidos pelas forças de segurança", havia dito Khogyani à AFP.

"Foram ouvidas pelo menos duas explosões esta manhã", indicou Khogyani, acrescentando que o ataque aconteceu ao meio-dia local (4h30, em Brasília).

Inicialmente, Khogyani anunciou que "11 pessoas foram levadas para diferentes hospitais".

As forças de segurança foram mobilizadas e bloquearam todo bairro, onde ficam escritórios de várias agências internacionais.

O diretor dos serviços de Saúde de Nangarhar, Najibullah Kamawal, falou em "dez feridos".

- Desmentido talibã -"Vi um (carro Toyota) Corolla preto deixar três homens armados na frente do prédio. Um deles se detonou imediatamente, e os outros dois invadiram o edifício", contou uma testemunha, que se identificou como Omaid.

A operação ainda não foi reivindicada por grupo algum. Por meio de uma mensagem divulgada no aplicativo WhatsApp, os talibãs já informaram não ter "qualquer vínculo" com este ataque, o que leva a suspeitar que os agressores fossem membros do Estado Islâmico (EI), muito ativo na região.

No sábado, uma escola de parteiras em Jalalabad foi alvo de um ataque que deixou pelo menos dois mortos - ou três, segundo a Polícia.

Ao menos 67 pessoas, incluindo professoras e alunas, estavam no local, quando a invasão começou, relatou à AFP o porta-voz do governador da província de Nangarhar. O incidente durou sete horas.

Por meio de seu órgão de propaganda, o EI assumiu a autoria de um ataque "contra a USaid" a Jalalabad - a agência de ajuda ao desenvolvimento dos Estados Unidos - sem mencionar a escola.

Assim como nesta terça, os talibãs rapidamente informaram que não tinham "nada a ver" com esta operação.

O EI sofre uma forte pressão militar, em particular dos Estados Unidos, sendo alvo de ondas de ataques aéreos. Nos últimos meses, viu-se obrigado a abandonar seus três feudos principais no Afeganistão, na fronteira com o Paquistão.

Em outro episódio isolado, pelo menos 11 pessoas morreram no oeste do Afeganistão nesta terça, e outras 31 ficaram feridas - mulheres e crianças em sua maioria -, na deflagração de uma mina ativada com a passagem de um ônibus.

"Uma mina colocada pelos talibãs para atacar as forças de segurança explodiu na passagem de um ônibus de passageiros", disse à AFP o porta-voz da Polícia da província de Farah, Muhibullah Muhib.

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