Opositores denunciam forte perseguição do governo da Nicarágua
Manágua, 31 Jul 2018 (AFP) - O governo da Nicarágua tem efetuado uma forte perseguição contra os setores que participam dos protestos mediante capturas, desaparecimentos e queima de propriedades, enquanto vende a "falsa" imagem de normalidade no país, denunciou nesta terça-feira (31) um movimento opositor.
"Basicamente há ameaças, capturas, desaparecimentos, saques e queima de casas de opositores", declarou à AFP o ex-deputado José Pallais, dirigente da opositora Frente Ampla pela Democracia (FAD).
A intenção do governo é "extinguir todas as vozes críticas, fazê-las desaparecer", destacou Pallais, afirmando que vários opositores foram capturados, as casas de pelo menos três foram saqueadas e duas foram queimadas, em meio à repressão dos protestos.
A FAD repudiou "estas novas formas de repressão, intimidação e perseguição", em um comunicado lido em coletiva de imprensa por sua coordenadora, Violeta Granera.
"Isto aumentou a cifra de desaparecidos, assim como de prisioneiros de consciência que enfrentam, em processos ilegais, acusações de terrorismo formuladas pela Promotoria, depois de ter sido detidos arbitrariamente e levados a prisões clandestinas", acrescentou.
A Nicarágua sofre "uma das maiores perseguições na história contra a população civil, uma verdadeira caça de manifestantes", diz um informe publicado nesta terça-feira pelo Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh).
Foram detidas 1.900 pessoas no âmbito da repressão dos protestos, das quais 488 continuam presas e 98 foram criminalizadas, aponta o relatório.
Os capturados são acusados de "terrorismo" e outros delitos em base a uma lei aprovada em 16 de julho que penaliza com até 20 anos de prisão "a alteração da ordem constitucional", denunciou a organização.
O presidente Daniel Ortega disse na terça-feira em entrevista à CNN que a Nicarágua está voltando à normalidade depois de mais de três meses de protestos, que deixaram 195 mortos, segundo o governo e mais de 300, segundos os grupos dos direitos humanos.
"Longe dessa falsa imagem de paz", além dos mortos há mais de 2.800 feridos e cerca de 600 desaparecidos, destacou a FAD.
A Promotoria, por sua vez, disse na segunda-feira que investiga dez opositores por apoiar os protestos, entre eles os líderes estudantis Lesther Alemán, Víctor Cuadra e Jorge Solís, membros da opositora Aliança Cívica pela Justiça e pela Democracia, que participa de um diálogo com o governo.
Enquanto isso, a dirigente da direita liberal Kitty Monterrey e seis dirigentes da dissidência sandinista, entre eles a ex-guerrilheira Dora María Téllez e o ex-deputado e ex-vice-chanceler Víctor Hugo Tinoco, denunciaram ter sido ameaçados.
Isto é "parte da estratégia de repressão governamental", declarou Monterrey em coletiva de imprensa.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) declarou na semana passada que a Nicarágua vive uma terceira fase de repressão que se traduz "em um processo intenso de criminalização dos manifestantes".
"Basicamente há ameaças, capturas, desaparecimentos, saques e queima de casas de opositores", declarou à AFP o ex-deputado José Pallais, dirigente da opositora Frente Ampla pela Democracia (FAD).
A intenção do governo é "extinguir todas as vozes críticas, fazê-las desaparecer", destacou Pallais, afirmando que vários opositores foram capturados, as casas de pelo menos três foram saqueadas e duas foram queimadas, em meio à repressão dos protestos.
A FAD repudiou "estas novas formas de repressão, intimidação e perseguição", em um comunicado lido em coletiva de imprensa por sua coordenadora, Violeta Granera.
"Isto aumentou a cifra de desaparecidos, assim como de prisioneiros de consciência que enfrentam, em processos ilegais, acusações de terrorismo formuladas pela Promotoria, depois de ter sido detidos arbitrariamente e levados a prisões clandestinas", acrescentou.
A Nicarágua sofre "uma das maiores perseguições na história contra a população civil, uma verdadeira caça de manifestantes", diz um informe publicado nesta terça-feira pelo Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh).
Foram detidas 1.900 pessoas no âmbito da repressão dos protestos, das quais 488 continuam presas e 98 foram criminalizadas, aponta o relatório.
Os capturados são acusados de "terrorismo" e outros delitos em base a uma lei aprovada em 16 de julho que penaliza com até 20 anos de prisão "a alteração da ordem constitucional", denunciou a organização.
O presidente Daniel Ortega disse na terça-feira em entrevista à CNN que a Nicarágua está voltando à normalidade depois de mais de três meses de protestos, que deixaram 195 mortos, segundo o governo e mais de 300, segundos os grupos dos direitos humanos.
"Longe dessa falsa imagem de paz", além dos mortos há mais de 2.800 feridos e cerca de 600 desaparecidos, destacou a FAD.
A Promotoria, por sua vez, disse na segunda-feira que investiga dez opositores por apoiar os protestos, entre eles os líderes estudantis Lesther Alemán, Víctor Cuadra e Jorge Solís, membros da opositora Aliança Cívica pela Justiça e pela Democracia, que participa de um diálogo com o governo.
Enquanto isso, a dirigente da direita liberal Kitty Monterrey e seis dirigentes da dissidência sandinista, entre eles a ex-guerrilheira Dora María Téllez e o ex-deputado e ex-vice-chanceler Víctor Hugo Tinoco, denunciaram ter sido ameaçados.
Isto é "parte da estratégia de repressão governamental", declarou Monterrey em coletiva de imprensa.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) declarou na semana passada que a Nicarágua vive uma terceira fase de repressão que se traduz "em um processo intenso de criminalização dos manifestantes".
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