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Congressista republicano nega acusações de desvio de verba nos EUA

23/08/2018 21h18

Los Angeles, 24 Ago 2018 (AFP) - Um congressista republicano dos Estados Unidos e sua esposa negaram nesta quinta-feira (23) ter destinado 250.000 dólares de fundos de campanha para gastos como tequila e passagem de avião para o seu animal de estimação, um coelho.

Duncan e Margaret Hunter foram denunciados em um tribunal de San Diego por desvio de verba.

Os gastos também incluem férias familiares no Havaí e na Itália, trabalhos odontológicos e entradas de teatro.

"Vergonha, vergonha", gritaram manifestantes nesta quinta-feira ao sair do tribunal, onde foi fixada uma fiança de 15.000 dólares para o congressista republicano e 10.000 para sua mulher.

Hunter, um militar reformado que representa boa parte do leste de San Diego, diz que este caso tem motivações políticas e, assim como o presidente Donald Trump quando fala da investigação do procurador especial Mueller, denuncia uma "caça às bruxas".

"O congressista enfrentou batalhas mais difíceis do que essa, no Iraque e Afeganistão", declarou o seu advogado, Gregory Vega. "Faremos de tudo para representá-lo" em 4 de setembro, quando deve voltar ao tribunal.

Um grande júri federal - um corpo judicial colegiado que decide se há evidências para abrir um julgamento - denunciou na terça-feira o casal pelas acusações de conspiração para cometer um crime, fraude eletrônica, falsificação de registros e uso proibido de contribuições de campanha.

A Procuradoria sustenta que os Hunters - que defendem a sua inocência - usaram entre 2009 e 2016 fundos de campanha para "gastos pessoais que não podiam ser pagos de outra maneira".

O coelho e a tequila são mencionados entre as evidências, que detalha muitos outros gastos, desde matrículas em escolas, partidas de golfe e videogames, até cafés e comidas muito caras.

O congressista, eleito em 2008 depois que seu pai não se candidatou à reeleição, representa um sólido distrito conservador, mas os democratas esperam que o julgamento lhes dê uma chance nas eleições de novembro.

Segundo a lei da Califórnia, Hunter não pode ser retirado da votação.

O chefe da Câmara de Representantes, Paul Ryan, disse que as acusações contra Hunter são "profundamente sérias" e o retirou dos comitês aos quais ele pertencia.