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EUA acusa China de 'desestabilizar' relações com ação em El Salvador

24/08/2018 07h49

Washington, 24 Ago 2018 (AFP) - O governo dos Estados Unidos acusou nesta quinta-feira a China de desestabilizar as relações na "região americana" ao anunciar esta semana que El Salvador romperá seus laços diplomáticos com Taipé em favor de Pequim.

A China reagiu com uma nota do ministério das Relações Exteriores que considera a decisão de El Salvador "correta, apropriada e legítima".

A Casa Branca havia informado em um comunicado que os "Estados Unidos continuarão se opondo à desestabilização das estreitas relações e à interferência política no hemisfério ocidental".

"Esta é uma decisão que não afeta apenas El Salvador, mas também a saúde econômica e de segurança de toda a região americana", completa o texto, que reitera que Washington reavaliará os laços com o país centro-americano.

Na quinta-feira, o diretor do Instituto Americano em Tawain, Brent Christensen, antecipou que Washington revisaria suas relações com El Salvador após a decisão do país de romper com Taipé.

Taiwan e China se envolveram durante anos em uma competição diplomática por países em desenvolvimento. O apoio econômico e outras ajudas foram utilizadas em várias oportunidades como moeda de troca para o reconhecimento diplomático.

Na segunda-feira, o presidente de El Salvador, Sánchez Cerén, anunciou a viagem de seu chanceler, Carlos Castaneda, a Pequim para formalizar as relações com a China.

Em Pequim, os ministros das Relações Exteriores salvadorenho e chinês assinaram o documento que estabelece as relações diplomáticas entre os países.

China e Taiwan são governados por regimes rivais desde o fim da guerra civil em 1949. A ilha tem um governo autônomo, mas jamais declarou sua independência.

Pequim sempre considerou Taiwan uma de suas províncias. Por este motivo se nega a reconhecer sua soberania e proíbe que os sócios mantenham relações diplomáticas com Taipé, em nome do princípio de "uma só China".

O porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang, disse que a decisão de El Salvador de aderir ao "princípio de uma só China é correta, apropriada e legítima".

"Alguns países fazem comentários irresponsáveis. Isto não interfere nos assuntos internos El Salvador? Não é uma interferência política na região? Isto é óbvio", completou.

ska/dga/lr/fp.