Migrantes venezuelanos dizem que Equador os enganou, atrasando viagem ao Peru
Huaquillas, Equador, 26 Ago 2018 (AFP) - Migrantes venezuelanos denunciaram neste sábado (25) que o Equador os enganou e atrasou sua travessia até o Peru, impedindo-os de cruzar a fronteira com este país antes da entrada em vigor da exigência de passaporte.
"Os funcionários (equatorianos) nos enganaram", disse à AFP Audrey Mojica, uma venezuelana de 25 anos que, junto com um grupo de amigos, chegou na madrugada de sábado a Huaquillas, último ponto migratório equatoriano antes do Peru, em um dos ônibus fornecidos pelo Equador.
Deram-nos transporte "para nos tirar do Equador, nos tinham como que presos e nos atrasaram para nos deixar praticamente à deriva, nem no Equador, nem no Peru", acrescentou.
A jovem disse, ainda, que o trajeto de Rumichaca, na fronteira com a Colômbia, e os limites fronteiriços do Equador com o Peru demorou 24 horas, quase seis horas a mais que o normal para este trajeto.
O atraso, advertiu, foi o culpado para que não conseguissem chegar ao Peru antes deste país começar a exigir, no sábado, passaporte diante da onda migratória de venezuelanos, muitos dos quais - como Mojica - não têm esse documento devido à falta de papel na Venezuela.
"Os funcionários da Polícia faziam os ônibus parar desnecessariamente", disse na ponte que liga os dois países e cercada de uma dezena de migrantes que se juntavam às suas reclamações.
Joan David Torres foi um deles. O eletricista de 37 anos assegurou que a Polícia obrigava parar a caravana de ônibus saídos na sexta-feira de Rumichaca com mais frequência que o necessário. "Viu-se a maldade que havia, a cada dez minutos paravam e tiravam fotos nossas, nós não somos palhaços", afirmou.
Ariadmi Figueroa, enquanto isso, afirmou que o motorista do ônibus em que viajavam desconhecia o caminho para chegar à fronteira com o Peru. "Ficou cinco horas dando voltas conosco (...) Para mim parece que tudo isso foi um engano. Com que motivo? Chegar tarde", afirmou esta jovem de 18 anos.
- O Equador nega -Nenhum dos três tem passaporte e por isso precisavam chegar à fronteira antes da 00H00 deste sábado. Se tivessem conseguido, bastaria apresentar a identidade e a carta andina para entrar no Peru.
Alguns migrantes que não conseguiram passar, agora vão pedir refúgio no Peru. Outros não sabem o que fazer e continuam nas respectivas sedes migratórias.
Um dos motoristas dos ônibus admitiu, em declarações à AFP com a condição de manter sua identidade protegida, que a Polícia os parava com frequência e que inclusive os desviava das rotas tradicionais para chegar a Huaquillas.
O governo equatoriano, por sua vez, negou as supostas manobras dilatórias e destacou oe esforços humanitários de seu país para transportar desde a sexta-feira quase mil pessoas nos ônibus.
"De forma alguma se tentou dilatar, não acho que o país ganharia nada neste sentido. O interesse dos ministérios envolvidos foi tentar dar um caminho e uma saída humanitária digna e garantindo que todos os direitos estejam protegidos", disse à AFP Carlos Basante, vice-secretário da entidade encarregada da mobilização dentro do corredor humanitário aberto pelo Equador.
O vice-secretário de resposta da Secretaria de Gestão de Riscos (SGR), explicou que segundo o organizado, foram feitas duas paradas para check-up médico e alimentação.
Entre as duas, "completamente planejadas", demoraram uma hora e meia, assegurou.
O Equador, onde as autoridades estimam que vivam 200 mil venezuelanos, se tornou um país de passagem para os migrantes que fogem da crise rumo a Peru, Chile e Argentina, em travessias de milhares de quilômetros que muitos fazem a pé em longos trajetos.
Nas últimas semanas 2.500 venezuelanos entraram por dia, segundo cifras oficiais, mas a quantidade disparou após a exigência de passaporte por parte do Peru.
O Equador, que também exigir este documento, abriu nesta sexta-feira um corredor humanitário para facilitar a passagem para o país vizinho.
"Os funcionários (equatorianos) nos enganaram", disse à AFP Audrey Mojica, uma venezuelana de 25 anos que, junto com um grupo de amigos, chegou na madrugada de sábado a Huaquillas, último ponto migratório equatoriano antes do Peru, em um dos ônibus fornecidos pelo Equador.
Deram-nos transporte "para nos tirar do Equador, nos tinham como que presos e nos atrasaram para nos deixar praticamente à deriva, nem no Equador, nem no Peru", acrescentou.
A jovem disse, ainda, que o trajeto de Rumichaca, na fronteira com a Colômbia, e os limites fronteiriços do Equador com o Peru demorou 24 horas, quase seis horas a mais que o normal para este trajeto.
O atraso, advertiu, foi o culpado para que não conseguissem chegar ao Peru antes deste país começar a exigir, no sábado, passaporte diante da onda migratória de venezuelanos, muitos dos quais - como Mojica - não têm esse documento devido à falta de papel na Venezuela.
"Os funcionários da Polícia faziam os ônibus parar desnecessariamente", disse na ponte que liga os dois países e cercada de uma dezena de migrantes que se juntavam às suas reclamações.
Joan David Torres foi um deles. O eletricista de 37 anos assegurou que a Polícia obrigava parar a caravana de ônibus saídos na sexta-feira de Rumichaca com mais frequência que o necessário. "Viu-se a maldade que havia, a cada dez minutos paravam e tiravam fotos nossas, nós não somos palhaços", afirmou.
Ariadmi Figueroa, enquanto isso, afirmou que o motorista do ônibus em que viajavam desconhecia o caminho para chegar à fronteira com o Peru. "Ficou cinco horas dando voltas conosco (...) Para mim parece que tudo isso foi um engano. Com que motivo? Chegar tarde", afirmou esta jovem de 18 anos.
- O Equador nega -Nenhum dos três tem passaporte e por isso precisavam chegar à fronteira antes da 00H00 deste sábado. Se tivessem conseguido, bastaria apresentar a identidade e a carta andina para entrar no Peru.
Alguns migrantes que não conseguiram passar, agora vão pedir refúgio no Peru. Outros não sabem o que fazer e continuam nas respectivas sedes migratórias.
Um dos motoristas dos ônibus admitiu, em declarações à AFP com a condição de manter sua identidade protegida, que a Polícia os parava com frequência e que inclusive os desviava das rotas tradicionais para chegar a Huaquillas.
O governo equatoriano, por sua vez, negou as supostas manobras dilatórias e destacou oe esforços humanitários de seu país para transportar desde a sexta-feira quase mil pessoas nos ônibus.
"De forma alguma se tentou dilatar, não acho que o país ganharia nada neste sentido. O interesse dos ministérios envolvidos foi tentar dar um caminho e uma saída humanitária digna e garantindo que todos os direitos estejam protegidos", disse à AFP Carlos Basante, vice-secretário da entidade encarregada da mobilização dentro do corredor humanitário aberto pelo Equador.
O vice-secretário de resposta da Secretaria de Gestão de Riscos (SGR), explicou que segundo o organizado, foram feitas duas paradas para check-up médico e alimentação.
Entre as duas, "completamente planejadas", demoraram uma hora e meia, assegurou.
O Equador, onde as autoridades estimam que vivam 200 mil venezuelanos, se tornou um país de passagem para os migrantes que fogem da crise rumo a Peru, Chile e Argentina, em travessias de milhares de quilômetros que muitos fazem a pé em longos trajetos.
Nas últimas semanas 2.500 venezuelanos entraram por dia, segundo cifras oficiais, mas a quantidade disparou após a exigência de passaporte por parte do Peru.
O Equador, que também exigir este documento, abriu nesta sexta-feira um corredor humanitário para facilitar a passagem para o país vizinho.
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