ONU faz alerta sobre "clima de medo" na Nicarágua
Genebra, 29 Ago 2018 (AFP) - O Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU pediu à comunidade internacional que adote medidas para frear a crise na Nicarágua, que vive um "clima de medo" após meses de violenta repressão às manifestações da oposição.
"A repressão e as represálias contra os manifestantes prosseguem na Nicarágua, enquanto o mundo olha para o outro lado", afirma Zeid Ra'ad Al Hussein em um comunicado, divulgado por ocasião da publicação de um relatório sobre o país.
"A violência e a impunidade dos últimos quatro meses demonstraram a fragilidade das instituições do país e do Estado de direito, o que gerou um contexto de medo e desconfiança", completou.
As manifestações da oposição na Nicarágua, governada desde 2006 pelo ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega, começaram em abril contra uma reforma da Previdência - mais tarde abandonada. Os protestos foram ampliadas a todo o país como uma reação à violenta repressão, que deixou mais de 300 mortos e 2.000 feridos.
Entre as violações dos direitos humanos documentadas em um relatório do Alto Comissariado estão o "uso desproporcional da força por parte da polícia, que em alguns casos terminaram em execuções extrajudiciais, os desaparecimentos forçados, as prisões arbitrárias e generalizadas, as torturas e os maus-tratos".
O documento também destaca a violência dos opositores e os ataques contra integrantes do partido governante, funcionários do governo e membros das forças de segurança. O texto cita as mortes de 22 policiais.
"O nível de brutalidade de alguns destes episódios, que incluíram queimaduras, amputação e profanação de cadáveres, ilustra a grave degeneração da crise", afirma o relatório, que pede uma investigação dos abusos.
O Alto Comissariado divide a crise em fases: a "repressão" das manifestações por parte da polícia e elementos armados pró-governo, seguida de uma fase de "limpeza" (de meados de junho até meados de julho), durante a qual a polícia e os elementos armados pró-governo desmantelaram as barreiras nas estradas e as barricadas.
Finalmente, os manifestantes e outros opositores ao governo foram "perseguidos e criminalizados", segundo a ONU, que destaca que os elementos armados atuaram em acordo com as autoridades do Estado e o comando da Polícia Nacional.
O governo "tolera a ação e permite que atuem com absoluta impunidade", afirmou o Alto Comissário
"Peço ao Conselho de Direitos Humanos e à comunidade internacional em geral que adotem medidas específicas com o objetivo de evitar que a crise atual provoque distúrbios sociais e políticos ainda mais graves", afirmou Zeid, que pediu, mais uma vez, a abertura de uma investigação internacional.
"A repressão e as represálias contra os manifestantes prosseguem na Nicarágua, enquanto o mundo olha para o outro lado", afirma Zeid Ra'ad Al Hussein em um comunicado, divulgado por ocasião da publicação de um relatório sobre o país.
"A violência e a impunidade dos últimos quatro meses demonstraram a fragilidade das instituições do país e do Estado de direito, o que gerou um contexto de medo e desconfiança", completou.
As manifestações da oposição na Nicarágua, governada desde 2006 pelo ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega, começaram em abril contra uma reforma da Previdência - mais tarde abandonada. Os protestos foram ampliadas a todo o país como uma reação à violenta repressão, que deixou mais de 300 mortos e 2.000 feridos.
Entre as violações dos direitos humanos documentadas em um relatório do Alto Comissariado estão o "uso desproporcional da força por parte da polícia, que em alguns casos terminaram em execuções extrajudiciais, os desaparecimentos forçados, as prisões arbitrárias e generalizadas, as torturas e os maus-tratos".
O documento também destaca a violência dos opositores e os ataques contra integrantes do partido governante, funcionários do governo e membros das forças de segurança. O texto cita as mortes de 22 policiais.
"O nível de brutalidade de alguns destes episódios, que incluíram queimaduras, amputação e profanação de cadáveres, ilustra a grave degeneração da crise", afirma o relatório, que pede uma investigação dos abusos.
O Alto Comissariado divide a crise em fases: a "repressão" das manifestações por parte da polícia e elementos armados pró-governo, seguida de uma fase de "limpeza" (de meados de junho até meados de julho), durante a qual a polícia e os elementos armados pró-governo desmantelaram as barreiras nas estradas e as barricadas.
Finalmente, os manifestantes e outros opositores ao governo foram "perseguidos e criminalizados", segundo a ONU, que destaca que os elementos armados atuaram em acordo com as autoridades do Estado e o comando da Polícia Nacional.
O governo "tolera a ação e permite que atuem com absoluta impunidade", afirmou o Alto Comissário
"Peço ao Conselho de Direitos Humanos e à comunidade internacional em geral que adotem medidas específicas com o objetivo de evitar que a crise atual provoque distúrbios sociais e políticos ainda mais graves", afirmou Zeid, que pediu, mais uma vez, a abertura de uma investigação internacional.
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