Francisco avalia que consciência sobre abuso sexual 'evoluiu'
A bordo do avião do papa, Itália, 25 Set 2018 (AFP) - O papa Francisco assegurou nesta terça-feira (25) que há mais consciência sobre o fenômeno dos abusos sexuais dentro da Igreja, e afirmou que não hesitará em negar a graça a todo padre condenado por isso.
"É certo que a Igreja está sob acusação, todos sabemos, conhecemos as estatísticas", reconheceu o papa argentino aos jornalistas que o acompanhavam a bordo do avião que o levou da Estônia para Roma.
"Se somente um sacerdote tivesse abusado de uma criança já seria algo monstruoso", insistiu.
"Entendo que os jovens estão escandalizados por essa corrupção", disse o pontífice, que se reuniu com jovens da Estônia para discutir essas questões.
"Eles sabem que isso acontece em todas as partes", admitiu, "mas dentro da Igreja é mais escandaloso, porque deve levar as crianças a Deus e não à destruição".
O pontífice argentino, a quem as vítimas exigem mais fatos e menos gestos contra padres pedófilos, assegurou que nos últimos tempos tem recebido "muitas condenações da Congregação da Doutrina da Fé" a padres pedófilos.
"Nunca assinei um pedido de graça depois de uma condenação. Sobre isso não há negociação", afirmou.
O papa, que falou em italiano, assinalou que o fenômeno diminuiu nos últimos anos com relação aos anos 1970.
"A Igreja percebeu que tinha que lutar de outra maneira", disse, citando o exemplo dos Estados Unidos.
"No passado, essas coisas eram escondidas. Também se escondiam nas casas, quando os tios violentavam uma sobrinha, ou quando o pai abusava dos filhos. Escondiam porque era uma grande vergonha", insistiu.
"Era a maneira de pensar nos séculos passados, ou no século passado", acrescentou, enfatizando que não se deve julgar o passado com os olhos de hoje.
Francisco citou como exemplo o fato de que no Estado do Vaticano foi aplicada por séculos a pena de morte, enquanto hoje em dia é o líder mundial na batalha contra essa condenação.
Questionado sobre o relatório apresentado nesta terça-feira pela Igreja Católica na Alemanha, que revela abusos sexuais em massa durante décadas, o papa não quis comentar e preferiu falar sobre a viagem de quatro dias aos Países Bálticos que acabava de concluir.
O documento da Alemanha, cujo conteúdo foi vazado à imprensa em meados de setembro, reconhece que ao menos 3.677 vítimas entre 1946 e 2014, a maioria crianças menores de 13 anos, sofreram abusos por parte de 1.670 clérigos.
Diante da magnitude do fenômeno, o pontífice argentino convocou para fevereiro 2019, no Vaticano, os presidentes de todas as conferências episcopais do mundo para elaborar medidas para "proteger os menores" de idade dentro da instituição.
cm-kv/gm/cb
"É certo que a Igreja está sob acusação, todos sabemos, conhecemos as estatísticas", reconheceu o papa argentino aos jornalistas que o acompanhavam a bordo do avião que o levou da Estônia para Roma.
"Se somente um sacerdote tivesse abusado de uma criança já seria algo monstruoso", insistiu.
"Entendo que os jovens estão escandalizados por essa corrupção", disse o pontífice, que se reuniu com jovens da Estônia para discutir essas questões.
"Eles sabem que isso acontece em todas as partes", admitiu, "mas dentro da Igreja é mais escandaloso, porque deve levar as crianças a Deus e não à destruição".
O pontífice argentino, a quem as vítimas exigem mais fatos e menos gestos contra padres pedófilos, assegurou que nos últimos tempos tem recebido "muitas condenações da Congregação da Doutrina da Fé" a padres pedófilos.
"Nunca assinei um pedido de graça depois de uma condenação. Sobre isso não há negociação", afirmou.
O papa, que falou em italiano, assinalou que o fenômeno diminuiu nos últimos anos com relação aos anos 1970.
"A Igreja percebeu que tinha que lutar de outra maneira", disse, citando o exemplo dos Estados Unidos.
"No passado, essas coisas eram escondidas. Também se escondiam nas casas, quando os tios violentavam uma sobrinha, ou quando o pai abusava dos filhos. Escondiam porque era uma grande vergonha", insistiu.
"Era a maneira de pensar nos séculos passados, ou no século passado", acrescentou, enfatizando que não se deve julgar o passado com os olhos de hoje.
Francisco citou como exemplo o fato de que no Estado do Vaticano foi aplicada por séculos a pena de morte, enquanto hoje em dia é o líder mundial na batalha contra essa condenação.
Questionado sobre o relatório apresentado nesta terça-feira pela Igreja Católica na Alemanha, que revela abusos sexuais em massa durante décadas, o papa não quis comentar e preferiu falar sobre a viagem de quatro dias aos Países Bálticos que acabava de concluir.
O documento da Alemanha, cujo conteúdo foi vazado à imprensa em meados de setembro, reconhece que ao menos 3.677 vítimas entre 1946 e 2014, a maioria crianças menores de 13 anos, sofreram abusos por parte de 1.670 clérigos.
Diante da magnitude do fenômeno, o pontífice argentino convocou para fevereiro 2019, no Vaticano, os presidentes de todas as conferências episcopais do mundo para elaborar medidas para "proteger os menores" de idade dentro da instituição.
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