Abbas nega que EUA seja 'único mediador' no Oriente Mpedio
Nações Unidas, Estados Unidos, 27 Set 2018 (AFP) - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos não são os únicos mediadores no Oriente Médio, um dia após Donald Trump anunciar um novo plano de paz "equilibrado" para a região.
"Este governo renegou todos os compromissos anteriores dos Estados Unidos, e minou a solução de dois Estados", além de emitir "falsas declarações de preocupação sobre as condições humanitárias do povo palestino", queixou-se Abbas à Assembleia Geral das Nações Unidas.
O presidente americano surpreendeu na quarta-feira ao se inclinar na ONU pela solução de dois Estados, israelense e palestino, uma via que seus antecessores defendem pelo menos desde 2001, mas com a qual Trump não simpatizava.
"Os Estados Unidos não podem ser o único mediador", disse Abbas, argumentando que Donald Trump se voltou para Israel desde que assumiu o poder.
"Temos um Quarteto à nossa disposição, muito bem! Os Estados Unidos podem participar do Quarteto", acrescentou, referindo-se ao Quarteto para o Oriente Médio que reúne Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU.
Ele criticou Washington por ter reconhecido Jerusalém como a capital de Israel, pelo corte da ajuda dos Estados Unidos à agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) e sua decisão de fechar o escritório da Organização de Libertação da Palestina (OLP) em Washington.
"Todas essas decisões ameaçam a causa nacional palestina e constituem um ataque ao direito internacional e a resoluções relevantes das Nações Unidas", disse Abbas.
"É irônico que o governo dos EUA ainda esteja falando sobre o que eles chamam de 'acordo do século', mas o que resta para este governo dar ao povo palestino? Soluções humanitárias?!" - questionou.
A agência para os refugiados palestinos, a UNRWA, recebeu nesta quinta-feira promessas de contribuições de US$ 118 milhões de países doadores para tentar compensar o corte da ajuda americana.
Alemanha, Suécia, União Europeia, Turquia e Japão são alguns dos países que propuseram ajuda extra à UNRWA durante uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU, informou o chanceler Ayman Safadi em coletiva de imprensa.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou na Assembleia que está "ansioso" para trabalhar com Trump no plano e elogiou "o apoio indefectível" do governo americano a Israel.
- Gaza pode explodir -"Gosto da solução de dois Estados", disse Trump antes de se reunir com Netanyahu na ONU. Embora seja "um pouco mais difícil, funciona melhor porque cada um governa pelo seu lado".
Vinte e cinco anos depois dos acordos de Oslo, as perspectivas de acordo parecem muito distantes. A última iniciativa americana fracassou em 2014. Os líderes israelense e palestino já não falam de paz.
A violência continua, e Gaza "pode explodir de um minuto para o outro", segundo a ONU. A colonização israelense continua. A Autoridade Palestina está desacreditada diante do seu povo e os rivais islâmicos do Hamas, que controlam desde 2007 a Faixa de Gaza, persistem em não reconhecer o Estado de Israel.
Israel tem atualmente o governo mais à direita de sua história. Integrantes importantes do governo se negam a escutar a palavra de um Estado palestino e defendem a anexação de pelo menos certas partes da Cisjordânia.
- "Jerusalém não está à venda" -Após um discurso em que apoiou publicamente a ideia de um Estado palestino em 2009, Netanyahu deixou muitos de seus interlocutores com a convicção de que esse posicionamento era circunstancial.
Segundo a imprensa israelense que o acompanha, Netanyahu citou nesta quinta-feira o exemplo do genro e conselheiro de Trump Jared Kushner para dizer que cada um "interpreta o termo 'Estado' palestino de maneira diferente".
Ele disse concordar em que os palestinos tenham "a autoridade para se governar". No entanto, repetiu que em qualquer cenário Israel, e não os palestinos, devem ser os responsáveis pela segurança a leste de seu território (ou seja na Cisjordânia) até a fronteira jordaniana.
Essa fórmula foi apresentada como a de um Estado "minus", o que significa um Estado sem todas as suas prerrogativas.
Trump alimentou a sensação de imprecisão ao reiterar que outras soluções como a de um só Estado continuam sendo contempláveis. "Eu fico contente se eles (israelenses e palestinos) estiverem contentes. Sou apenas um facilitador".
"Jerusalém não está à venda" e "os direitos dos palestinos não são negociáveis", replicou Abbas. "Queremos um Estado com fronteiras bem definidas".
vl-lal/lbc/lda/cc
"Este governo renegou todos os compromissos anteriores dos Estados Unidos, e minou a solução de dois Estados", além de emitir "falsas declarações de preocupação sobre as condições humanitárias do povo palestino", queixou-se Abbas à Assembleia Geral das Nações Unidas.
O presidente americano surpreendeu na quarta-feira ao se inclinar na ONU pela solução de dois Estados, israelense e palestino, uma via que seus antecessores defendem pelo menos desde 2001, mas com a qual Trump não simpatizava.
"Os Estados Unidos não podem ser o único mediador", disse Abbas, argumentando que Donald Trump se voltou para Israel desde que assumiu o poder.
"Temos um Quarteto à nossa disposição, muito bem! Os Estados Unidos podem participar do Quarteto", acrescentou, referindo-se ao Quarteto para o Oriente Médio que reúne Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU.
Ele criticou Washington por ter reconhecido Jerusalém como a capital de Israel, pelo corte da ajuda dos Estados Unidos à agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) e sua decisão de fechar o escritório da Organização de Libertação da Palestina (OLP) em Washington.
"Todas essas decisões ameaçam a causa nacional palestina e constituem um ataque ao direito internacional e a resoluções relevantes das Nações Unidas", disse Abbas.
"É irônico que o governo dos EUA ainda esteja falando sobre o que eles chamam de 'acordo do século', mas o que resta para este governo dar ao povo palestino? Soluções humanitárias?!" - questionou.
A agência para os refugiados palestinos, a UNRWA, recebeu nesta quinta-feira promessas de contribuições de US$ 118 milhões de países doadores para tentar compensar o corte da ajuda americana.
Alemanha, Suécia, União Europeia, Turquia e Japão são alguns dos países que propuseram ajuda extra à UNRWA durante uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU, informou o chanceler Ayman Safadi em coletiva de imprensa.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou na Assembleia que está "ansioso" para trabalhar com Trump no plano e elogiou "o apoio indefectível" do governo americano a Israel.
- Gaza pode explodir -"Gosto da solução de dois Estados", disse Trump antes de se reunir com Netanyahu na ONU. Embora seja "um pouco mais difícil, funciona melhor porque cada um governa pelo seu lado".
Vinte e cinco anos depois dos acordos de Oslo, as perspectivas de acordo parecem muito distantes. A última iniciativa americana fracassou em 2014. Os líderes israelense e palestino já não falam de paz.
A violência continua, e Gaza "pode explodir de um minuto para o outro", segundo a ONU. A colonização israelense continua. A Autoridade Palestina está desacreditada diante do seu povo e os rivais islâmicos do Hamas, que controlam desde 2007 a Faixa de Gaza, persistem em não reconhecer o Estado de Israel.
Israel tem atualmente o governo mais à direita de sua história. Integrantes importantes do governo se negam a escutar a palavra de um Estado palestino e defendem a anexação de pelo menos certas partes da Cisjordânia.
- "Jerusalém não está à venda" -Após um discurso em que apoiou publicamente a ideia de um Estado palestino em 2009, Netanyahu deixou muitos de seus interlocutores com a convicção de que esse posicionamento era circunstancial.
Segundo a imprensa israelense que o acompanha, Netanyahu citou nesta quinta-feira o exemplo do genro e conselheiro de Trump Jared Kushner para dizer que cada um "interpreta o termo 'Estado' palestino de maneira diferente".
Ele disse concordar em que os palestinos tenham "a autoridade para se governar". No entanto, repetiu que em qualquer cenário Israel, e não os palestinos, devem ser os responsáveis pela segurança a leste de seu território (ou seja na Cisjordânia) até a fronteira jordaniana.
Essa fórmula foi apresentada como a de um Estado "minus", o que significa um Estado sem todas as suas prerrogativas.
Trump alimentou a sensação de imprecisão ao reiterar que outras soluções como a de um só Estado continuam sendo contempláveis. "Eu fico contente se eles (israelenses e palestinos) estiverem contentes. Sou apenas um facilitador".
"Jerusalém não está à venda" e "os direitos dos palestinos não são negociáveis", replicou Abbas. "Queremos um Estado com fronteiras bem definidas".
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