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Ex-assessor de Trump diz que EUA e Brasil vão se aproximar

29/10/2018 09h34

São Paulo, 29 Out 2018 (AFP) - Os Estados Unidos "serão um parceiro ainda mais próximo do Brasil durante o governo" do presidente eleito de extrema-direita Jair Bolsonaro, garantiu Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump.

Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal Folha de S. Paulo, ele deu boas vindas ao brasileiro ao clube de líderes nacionalistas e conservadores que chegaram ao poder nos últimos anos.

"Num pedaço do mundo onde há socialismo radical e caos na Venezuela e crise econômica, com o FMI mandando na Argentina, Bolsonaro representa o caminho do capitalismo esclarecido e será uma liderança populista nacionalista", considerou Bannon.

O ex-estrategista de comunicação de Trump também ressaltou as semelhanças entre o presidente americano e o brasileiro.

Segundo Bannon, há "muitas semelhanças" entre Trump, Bolsonaro e outros líderes "populistas e nacionalistas" de direita, como Viktor Orban, primeiro-ministro húngaro; Matteo Salvini, ministro do Interior da Itália; ou Nigel Farage, líder pró-Brexit no Reino Unido.

"Vejo três principais pontos em comum entre esses líderes: em situações muito confusas, conseguem identificar quais são os principais problemas e articular as soluções. Por serem autênticos, eles conseguem se conectar com o público de massa, particularmente com a classe trabalhadora e classe média, de modo muito visceral. E, em terceiro lugar, eles têm carisma", enumerou.

Quanto a Trump e Bolsonaro, ele destacou que os dois empregam a estratégia de "usar declarações provocativas para conseguir ser ouvido em meio ao barulho". "Ambos são especialistas em se conectar com as massas", ressaltou.

Bolsonaro, capitão da reserva de 63 anos, venceu no domingo a presidência com 55% dos votos contra Fernando Hadddad, do Partido dos Trabalhadores (PT) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de mais de 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

As redes sociais foram o principal meio de comunicação de Bolsonaro durante la campanha, marcada por suas declarações polêmicas sobre as mulheres, os homossexuais e de combate à criminalidade.

"Se não fosse pelo Facebook, Twitter e outras mídias sociais, teria sido cem vezes mais difícil para esse populismo ascender, porque não conseguiríamos ultrapassar a barreira do aparato da mídia. Trump conseguiu fazer isso, Salvini e Bolsonaro também", explicou Bannon.