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Temporal na Itália deixa cinco mortos; Veneza está debaixo d'água

29.out.18 - Homem anda na praça de São Marcos totalmente inundada em Veneza (Itália) - Miguel Medina/AFP
29.out.18 - Homem anda na praça de São Marcos totalmente inundada em Veneza (Itália) Imagem: Miguel Medina/AFP

29/10/2018 17h20Atualizada em 29/10/2018 17h45

Roma, 29 Out 2018 (AFP) - A onda de mau tempo que atinge a Itália desde domingo causou a morte de ao menos cinco pessoas nesta segunda-feira (29) e o fechamento de muitas escolas, enquanto a água alcançava um nível histórico em Veneza.

Duas pessoas morreram após a queda de uma árvore sobre o veículo onde estavam, perto de Roma, e outro homem faleceu em circunstâncias similares em Terracina, na costa sul de Roma.

Um jovem também morreu devido à queda de uma árvore em uma rua na região de Nápoles (sul), segundo as autoridades. Um idoso morreu atingido por um pedaço da estrutura de um edifício, no noroeste, perto de Savona.

Grande parte da Itália se encontra em estado de alerta máximo devido à combinação de ventos fortes, chuvas intensas e marés altas.

Nesta segunda-feira, a água alcançou um nível histórico em Veneza devido ao temporal que atinge o país. O nível da água chegou ao máximo de 156 cm em Veneza.

As habituais passarelas de madeira, que permitem caminhar no seco em caso de inundação, deixaram de ser seguras.

A Praça de São Marcos ficou inacessível para os turistas e muitos decidiram percorrer as ruas ao redor. As crianças iam nos ombros de seus pais e com os pés encharcados.

No domingo, a cidade teve que modificar o percurso da maratona, que acabou sendo realizada em parte apesar das inundações.

Esta é a sexta vez na história recente da cidade em que o nível da água supera os 150 cm: em 1951 chegou a 151 cm; em 1976, a 166 cm; em 1986 chegou a 159 cm; em 2008 ficou em 156 cm; e em novembro de 1966 alcançou um nível recorde de 194 cm.

Além de Veneza, praticamente toda a Itália está em alerta: vermelho no norte (Ligúria, Lombardia, Vêneto, Friul, Trento) e Abruzos (centro), e laranja em grande parte do resto da península e na Sicília.

Ventos de até 150 km/h

Todas as escolas de Vêneto estavam fechadas, assim como as de Roma, Gênova (noroeste), Messina (Sicília) e em muitas cidades de Piemonte e da Toscana.

No nordeste, espera-se que as rajadas de vento alcancem os 100 km/h na costa e os 150 km/h nas montanhas. Em poucos dias, as precipitações foram equivalentes às chuvas de vários meses.

Algumas zonas montanhosas do norte da região de Vêneto superaram os 400 mm de chuva desde sábado.

"Estamos preocupados porque a situação é igual, ou pior, à vivida em Vêneto (durante as inundações) em 1966 e 2010. Os terrenos já estão cheios de água, os rios, com o nível maior e, devido ao (vento de) siroco, o mar não absorve", comentou Luca Zaia, dirigente da região de Vêneto.

Os bombeiros intervieram em todo o país. No início haviam constatado alguns feridos, em sua maioria pela queda de árvores.

No domingo, um amador que conduzia um barco à vela caiu na água na Calábria (sul). Seu barco ficou à deriva e as operações de busca para encontrar seu corpo, visto no mar na véspera, continuavam nesta segunda-feira.