Milhares de venezuelanos na fronteira peruana prestes a vencer prazo de permissão

Lima, 31 Out 2018 (AFP) - Milhares de venezuelanos se amontoavam na cidade fronteiriça peruana de Tumbes para se qualificar e ter acesso à Permissão Temporária de Permanência (PTP), sem necessidade de passaporte, uma opção para trabalhar legalmente que vence à meia-noite desta quarta-feira (31).

Os mais de 3.000 migrantes venezuelanos, que saíram de seu país e cruzaram Colômbia e Equador, formavam longas filas nas instalações do Centro Binacional de Atendimento Fronteiriço (Cebaf) esperando para passar pelos controles para se registrar, informou imprensa local.

"Estamos com fome, estamos com sede", afirmaram os venezuelanos ao canal N de notícias.

Organizações humanitárias, donas de casa e o vicariato de Tumbes entregam comida e água aos venezuelanos, de acordo com as imagens divulgadas pela televisão.

A entrada diária de venezuelanos aumentou nos últimos dias, passando de 3.000 no domingo para 5.055, reportou o escritório de Migrações em Tumbes.

O Peru estabeleceu o dia 31 de outubro como o último prazo para os venezuelanos sem passaporte iniciarem os trâmites de obtenção do PTP, o único documento com o qual podem trabalhar legalmente no país.

Os venezuelanos que tiverem entrado no Peru até o fim de outubro têm até 31 de dezembro para aplicar o PTP.

"Cidadão venezuelano: o prazo para solicitar a Permissão Temporária de Permanência - PTP - expira em 31 de dezembro de 2018. Regularize a sua situação migratória. Não espere o último momento", tuitou esta semana a superintendência de Imigração.

Os venezuelanos podem continuar entrando no Peru depois de 31 de outubro, mas sem passaporte não poderão acessar o PTP e ter um emprego legal.

Com o PTP, documento emitido pela Imigração com um ano de validade, o cidadão venezuelano pode ter acesso à educação e saúde pública, entre outros.