Representante da Palestina no Brasil tenta evitar mudança de embaixada para Jerusalém
Brasília, 5 Nov 2018 (AFP) - O embaixador da Palestina no Brasil disse nesta segunda-feira esperar que a promessa do presidente eleito Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém seja apenas "um anúncio de campanha" e garantiu que vai se esforçar para evitar isso.
"Esperamos que este seja um anúncio de campanha. Temos esperanças de que (o presidente eleito) mantenha a posição tradicional do Brasil respeitosa das resoluções da ONU referentes ao tema", declarou à AFP Ibrahim Alzeben, à frente da representação palestina no Brasil desde 2008.
Alzeben considera "prematuro" endurecer o tom e afirma que a partir desta semana, quando Bolsonaro iniciar o processo de transição, sua embaixada intensificará as negociações para dissuadir o novo governo de romper com anos de tradição diplomática.
Bolsonaro, que assumirá o cargo em 1º de janeiro, ainda não anunciou quem será seu ministro de Relações Exteriores.
Mas, alinhado com os Estados Unidos, Bolsonaro afirmou durante a campanha que levaria a embaixada brasileira para Jerusalém, cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos, que até hoje é alvo de uma disputa sensível.
"Como afirmado durante a campanha, pretendemos transferir a Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos", tuitou Bolsonaro na quinta-feira passada, quatro dias após sua vitória eleitoral. Nesta segunda, ele reiterou o posicionamento.
Mas Alzeben acredita que a decisão pode ser revertida antes de Bolsonaro assumir. "Ainda temos dois meses para deixar a diplomacia trabalhar", afirmou.
"Estamos, a partir de amanhã, em contato com o senhor presidente e sua equipe para conversar. Consideramos que é um tema muito importante, tanto para o Brasil, quanto para nós", disse o embaixador, que teve sua primeira experiência no Brasil entre 1989 e 1996, como segundo representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
"Eu duvido que ele não deseje a paz para aquela região", considerou o embaixador.
O Estado hebreu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos querem que Jerusalém Ocidental seja a capital de seu futuro Estado.
Para a comunidade internacional, o estatuto da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes, e as embaixadas não devem se instalar ali até que um acordo tenha sido alcançado.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e posteriormente a anexou, ato nunca reconhecido pela comunidade internacional.
O Brasil reconheceu a Palestina como Estado em 2010, durante a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas desde 1975, durante a ditadura militar, reconhece a OLP como movimento de libertação nacional, segundo o Ministério de Relações Exteriores.
"Esperamos que este seja um anúncio de campanha. Temos esperanças de que (o presidente eleito) mantenha a posição tradicional do Brasil respeitosa das resoluções da ONU referentes ao tema", declarou à AFP Ibrahim Alzeben, à frente da representação palestina no Brasil desde 2008.
Alzeben considera "prematuro" endurecer o tom e afirma que a partir desta semana, quando Bolsonaro iniciar o processo de transição, sua embaixada intensificará as negociações para dissuadir o novo governo de romper com anos de tradição diplomática.
Bolsonaro, que assumirá o cargo em 1º de janeiro, ainda não anunciou quem será seu ministro de Relações Exteriores.
Mas, alinhado com os Estados Unidos, Bolsonaro afirmou durante a campanha que levaria a embaixada brasileira para Jerusalém, cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos, que até hoje é alvo de uma disputa sensível.
"Como afirmado durante a campanha, pretendemos transferir a Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos", tuitou Bolsonaro na quinta-feira passada, quatro dias após sua vitória eleitoral. Nesta segunda, ele reiterou o posicionamento.
Mas Alzeben acredita que a decisão pode ser revertida antes de Bolsonaro assumir. "Ainda temos dois meses para deixar a diplomacia trabalhar", afirmou.
"Estamos, a partir de amanhã, em contato com o senhor presidente e sua equipe para conversar. Consideramos que é um tema muito importante, tanto para o Brasil, quanto para nós", disse o embaixador, que teve sua primeira experiência no Brasil entre 1989 e 1996, como segundo representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
"Eu duvido que ele não deseje a paz para aquela região", considerou o embaixador.
O Estado hebreu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos querem que Jerusalém Ocidental seja a capital de seu futuro Estado.
Para a comunidade internacional, o estatuto da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes, e as embaixadas não devem se instalar ali até que um acordo tenha sido alcançado.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e posteriormente a anexou, ato nunca reconhecido pela comunidade internacional.
O Brasil reconheceu a Palestina como Estado em 2010, durante a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas desde 1975, durante a ditadura militar, reconhece a OLP como movimento de libertação nacional, segundo o Ministério de Relações Exteriores.
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