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Bolsonaro indica general para comandar Ministério da Defesa

13/11/2018 20h22

Brasília, 13 Nov 2018 (AFP) - O presidente eleito Jair Bolsonaro indicou nesta terça-feira (13) como futuro ministro da Defesa o general da reserva Fernando Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, que ocupou um posto-chave nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

"Bom Dia! Comunico a todos a indicação do General-de-Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de Ministro da Defesa", tuitou Bolsonaro, que viajou nesta terça a Brasília para uma nova reunião de sua equipe de transição antes de sua posse, em 1º de janeiro.

Até agora, Bolsonaro anunciou sete ministros, três deles militares.

O vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, também é general da reserva.

Fernando Azevedo e Silva sucederá no cargo outro general, Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a ocupar o posto de ministro da Defesa desde a criação desta pasta, em 1999, que reuniu os Ministérios de Aeronáutica, Marinha e Exército em uma só dependência.

General da reserva desde setembro, Azevedo e Silva trabalhou nos últimos meses como assessor especial do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Em agosto, ainda como chefe do Estado-Maior do Exército, recomendou um clima de "conciliação" e "tolerância" para as eleições de outubro, das quais Bolsonaro foi eleito.

Ex-paraquedista, Azevedo e Silva foi contemporâneo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, na década de 1970.

Em 2013, a então presidente Dilma Rousseff o nomeou à frente da Autoridade Pública Olímpica, a cargo de coordenar os trabalhos e preparativos dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

Em 2014, chegou à patente de general e em 2015 ficou à frente do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro. Entre setembro de 2016 e agosto de 2018 foi chefe do Estado-Maior do Exército.

"É um homem de muita experiência. Foi peça-chave nas Olimpíadas e a escolha não poderia ter sido melhor", disse o comandante do Exército, Eduardo Vilas Boas.

Apesar de muitos militares estarem sendo convocados para o novo governo, "o Exército continua em seu papel de instituição do Estado, apolítica e apartidária", ressaltou.

Bolsonaro também nomeou o tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes para o Ministério de Ciência e Tecnologia, e o general da reserva Augusto Heleno - ex-comandante da missão de paz da ONU no Haiti - como chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

O liberal Paulo Guedes comandará o "superministério" de Economia, o juiz federal Sérgio Moro ficará à frente do Ministério de Justiça e Segurança Pública, e a deputada Tereza Cristina da Costa foi nomeada para o de Agricultura.

Espera-se que nos próximos dias Bolsonaro revele os nomes escolhidos para outros três ministérios fundamentais: Relações Exteriores, Saúde e Educação.

Nesta terça-feira, Bolsonaro recuou em sua intenção de extinguir o ministério do Trabalho.

"O ministério do Trabalho vai continuar com status de ministério, não será uma secretaria", mesmo que incorporado a outros ministérios, disse Bolsonaro à imprensa em Brasília.