Talibãs não querem a paz, afirma chefe de Governo afegão
Paris, 22 Nov 2018 (AFP) - Os talibãs no Afeganistão ainda não mostraram intenções sérias de acabar com 17 anos de insurgência, apesar dos esforços dos Estados Unidos para estimular um novo processo de paz, afirmou à AFP o primeiro-ministro de fato do país.
Abdullah Abdullah, que tem o cargo de chefe de Governo de unidade afegão, é muito mais cético sobre as perspectivas de um acordo que seu rival político, o presidente Ashraf Ghani, e seus colegas ocidentais.
Ghani afirmou no início do mês que um acordo com os talibãs não era uma "questão de se, mas quando". O enviado dos Estados Unidos ao país chegou a citar a possibilidade de um grande avanço até as eleições presidenciais de abril.
"Recentemente a comunidade internacional e especialmente os Estados Unidos renovaram os esforços", disse Abdullah à AFP em uma entrevista em Paris.
"Não queremos julgar prematuramente, mas eu diria que, com base em nossa experiência até agora (os talibãs) não demonstraram nenhuma intenção de compromisso sério com as negociações de paz", completou.
Um dia antes da entrevista, concedida na quarta-feira, 55 pessoas morreram em um novo atentado suicida em Cabul. Um ato que "vai além do imaginável", disse Abdullah, um veterano da luta política contra a invasão soviética nos anos 1980 e, 10 anos depois, contra o regime talibã.
Abdullah disse que vai examinar de modo detalhado as informações sobre a mais recente rodada de conversações entre o enviado americano Zalmay Khalilzad e os talibãs.
Independente do resultado das conversações, o chefe de Governo acredita que o Afeganistão deve organizar eleições presidenciais em abril, apesar da violência.
"Minha ideia é seguir o calendário. Ao mesmo tempo, devemos prosseguir com os esforços pela paz".
Mas ele duvida de um avanço nas negociações com os talibãs antes da votação. "Seria muito surpreendente se isto acontecesse, mas se acontecer (...) seria bem recebido pelo povo afegão".
Abdullah não anunciou se voltará a ser candidato à presidência, após derrotas em 2009 e 2014, em campanhas marcadas por acusações de fraude fraude.
Depois de ser derrotado em 2014 por Ghani, Abdullah aceitou lidera um governo de unidade em um acordo mediado pelos Estados Unidos, mas a rivalidade persiste.
"Meu envolvimento ativo acontecerá de uma forma ou outra, mas não tomei a decisão final", disse Abdullah ao ser questionado sobre uma candidatura em 2019.
Ele não esconde o temor com a falta de progressos na luta contra a fraude eleitoral.
As eleições legislativas de outubro foram marcadas pelo uso caótico da nova tecnologia de votação biométrica e por falhas nas listas de eleitores.
Milhares de denúncias foram apresentadas à Comissão Eleitoral Independente (CEI) e muitas pessoas não acreditam na capacidade da instituição de organizar a votação presidencial em 2019.
Abdullah Abdullah, que tem o cargo de chefe de Governo de unidade afegão, é muito mais cético sobre as perspectivas de um acordo que seu rival político, o presidente Ashraf Ghani, e seus colegas ocidentais.
Ghani afirmou no início do mês que um acordo com os talibãs não era uma "questão de se, mas quando". O enviado dos Estados Unidos ao país chegou a citar a possibilidade de um grande avanço até as eleições presidenciais de abril.
"Recentemente a comunidade internacional e especialmente os Estados Unidos renovaram os esforços", disse Abdullah à AFP em uma entrevista em Paris.
"Não queremos julgar prematuramente, mas eu diria que, com base em nossa experiência até agora (os talibãs) não demonstraram nenhuma intenção de compromisso sério com as negociações de paz", completou.
Um dia antes da entrevista, concedida na quarta-feira, 55 pessoas morreram em um novo atentado suicida em Cabul. Um ato que "vai além do imaginável", disse Abdullah, um veterano da luta política contra a invasão soviética nos anos 1980 e, 10 anos depois, contra o regime talibã.
Abdullah disse que vai examinar de modo detalhado as informações sobre a mais recente rodada de conversações entre o enviado americano Zalmay Khalilzad e os talibãs.
Independente do resultado das conversações, o chefe de Governo acredita que o Afeganistão deve organizar eleições presidenciais em abril, apesar da violência.
"Minha ideia é seguir o calendário. Ao mesmo tempo, devemos prosseguir com os esforços pela paz".
Mas ele duvida de um avanço nas negociações com os talibãs antes da votação. "Seria muito surpreendente se isto acontecesse, mas se acontecer (...) seria bem recebido pelo povo afegão".
Abdullah não anunciou se voltará a ser candidato à presidência, após derrotas em 2009 e 2014, em campanhas marcadas por acusações de fraude fraude.
Depois de ser derrotado em 2014 por Ghani, Abdullah aceitou lidera um governo de unidade em um acordo mediado pelos Estados Unidos, mas a rivalidade persiste.
"Meu envolvimento ativo acontecerá de uma forma ou outra, mas não tomei a decisão final", disse Abdullah ao ser questionado sobre uma candidatura em 2019.
Ele não esconde o temor com a falta de progressos na luta contra a fraude eleitoral.
As eleições legislativas de outubro foram marcadas pelo uso caótico da nova tecnologia de votação biométrica e por falhas nas listas de eleitores.
Milhares de denúncias foram apresentadas à Comissão Eleitoral Independente (CEI) e muitas pessoas não acreditam na capacidade da instituição de organizar a votação presidencial em 2019.
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