'Coletes amarelos' espalham o caos na Champs-Élysées
Paris, 24 Nov 2018 (AFP) - Barricadas com fogo em plena calçada, manifestantes arrancando paralelepípedos, jatos d'água, gás lacrimogêneo... a Avenida Champs-Élysées, em Paris, tornou-se neste sábado o cenário caótico dos novos protestos de milhares de "coletes amarelos", manifestantes contrários ao aumento do preço dos combustíveis e à perda de poder aquisitivo na França.
Os coletes se concentraram desde a manhã na capital francesa. A manifestação havia sido autorizada apenas no Campo de Marte, aos pés da Torre Eiffel, que estava sob proteção policial.
"Não queremos ficar parados, queremos ser visíveis!", exigia o chefe de empresa de Montargis (centro) Jérémy Clément, 41, que tentou reunir pessoas desde o amanhecer nos acessos à capital, antes de se dirigir ao centro de Paris.
Ao meio-dia, grupos espalhados se juntaram rapidamente na famosa avenida, cercada por cordões policiais que impediam o acesso à zona adjacente ao palácio presidencial.
Segundo o Ministério do Interior, à tarde haviam sido contabilizados cerca de 8 mil manifestantes na capital, 5 mil deles na famosa avenida.
O descontentamento girava em torno do presidente francês, Emmanuel Macron: "Macron, demissão!", "Macron, devolva o dinheiro!" e o Hino francês responderam às sirenes das forças de segurança.
Rapidamente, a onda amarela, que pretendia chegar à Praça da Concórdia, perto do palácio presidencial, furou um cordão policial. "Está um caos, não há nenhuma ordem", protestou um policial com os braços para o alto.
- 'Lembre-se de 1789' -A situação piorou em seguida: jovens com o rosto coberto por cachecóis e capuzes, espalhados pela passeata, enfrentaram as forças de segurança.
A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e jatos d'água ao lançamento de objetos de todo tipo, desde garrafas até paralelepípedos, e a praça foi tomada pela fumaça. Os manifestantes fugiram para ruas vizinhas ou retrocederam até o Arco do Triunfo.
"Viemos nos manifestar em paz e nos jogam gases... Assim nos recebem em Paris!", criticou Christophe, 49, que estava acompanhado da mulher, com quem mora no leste da França. Atrás do casal, encadeavam-se explosões de granadas e petardos, e jatos d'água faziam a multidão retroceder para a parte de cima da avenida.
Alguns manifestantes arrancaram cercas metálicas de obras para usar como barricadas no meio da avenida. Projéteis voaram sobre os capacetes e escudos dos policiais.
Franck, 54, ex-comerciante desempregado há meses e morador da periferia norte de Paris, parecia decepcionado com a mobilização, mais fraca do que a do último fim de semana.
"Deveria haver mais gente mostrando seu descontentamento com o governo. Macron não deixa os franceses falarem, o que faz é uma ditadura", criticou o manifestante, que exibia um cartaz em que se lia "Lembre-se de 1789", referindo-se à Revolução Francesa.
Em outro ponto da avenida, uma cabine de obras ficou jogada sobre a calçada, e o terraço de uma padaria foi incendiado, um dos poucos estabelecimentos comerciais da avenida a sofrer os estragos causados pelo descontentamento social.
sab-cal/epe/bc/pa/lb
Os coletes se concentraram desde a manhã na capital francesa. A manifestação havia sido autorizada apenas no Campo de Marte, aos pés da Torre Eiffel, que estava sob proteção policial.
"Não queremos ficar parados, queremos ser visíveis!", exigia o chefe de empresa de Montargis (centro) Jérémy Clément, 41, que tentou reunir pessoas desde o amanhecer nos acessos à capital, antes de se dirigir ao centro de Paris.
Ao meio-dia, grupos espalhados se juntaram rapidamente na famosa avenida, cercada por cordões policiais que impediam o acesso à zona adjacente ao palácio presidencial.
Segundo o Ministério do Interior, à tarde haviam sido contabilizados cerca de 8 mil manifestantes na capital, 5 mil deles na famosa avenida.
O descontentamento girava em torno do presidente francês, Emmanuel Macron: "Macron, demissão!", "Macron, devolva o dinheiro!" e o Hino francês responderam às sirenes das forças de segurança.
Rapidamente, a onda amarela, que pretendia chegar à Praça da Concórdia, perto do palácio presidencial, furou um cordão policial. "Está um caos, não há nenhuma ordem", protestou um policial com os braços para o alto.
- 'Lembre-se de 1789' -A situação piorou em seguida: jovens com o rosto coberto por cachecóis e capuzes, espalhados pela passeata, enfrentaram as forças de segurança.
A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e jatos d'água ao lançamento de objetos de todo tipo, desde garrafas até paralelepípedos, e a praça foi tomada pela fumaça. Os manifestantes fugiram para ruas vizinhas ou retrocederam até o Arco do Triunfo.
"Viemos nos manifestar em paz e nos jogam gases... Assim nos recebem em Paris!", criticou Christophe, 49, que estava acompanhado da mulher, com quem mora no leste da França. Atrás do casal, encadeavam-se explosões de granadas e petardos, e jatos d'água faziam a multidão retroceder para a parte de cima da avenida.
Alguns manifestantes arrancaram cercas metálicas de obras para usar como barricadas no meio da avenida. Projéteis voaram sobre os capacetes e escudos dos policiais.
Franck, 54, ex-comerciante desempregado há meses e morador da periferia norte de Paris, parecia decepcionado com a mobilização, mais fraca do que a do último fim de semana.
"Deveria haver mais gente mostrando seu descontentamento com o governo. Macron não deixa os franceses falarem, o que faz é uma ditadura", criticou o manifestante, que exibia um cartaz em que se lia "Lembre-se de 1789", referindo-se à Revolução Francesa.
Em outro ponto da avenida, uma cabine de obras ficou jogada sobre a calçada, e o terraço de uma padaria foi incendiado, um dos poucos estabelecimentos comerciais da avenida a sofrer os estragos causados pelo descontentamento social.
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