Paris tem incidentes e distúrbios em protesto dos 'coletes amarelos'
Paris, 24 Nov 2018 (AFP) - A polícia francesa lançou neste sábado (24) gás lacrimogêneo e jatos d'água contra manifestantes que participavam, no centro de Paris, da mobilização dos "coletes amarelos" contra o aumento dos combustíveis e a perda de poder aquisitivo na França.
Cerca de 3 mil policiais foram mobilizados na capital francesa contra os manifestantes, que, na última semana, protestaram bloqueando estradas e centros comerciais.
Milhares de manifestantes reuniram-se na primeira hora de hoje na avenida Champs-Élysées, onde enfrentaram a polícia, que tentava impedi-los de chegar á Praça da Concórdia, perto do Museu do Louvre e do Palácio do Eliseu.
Cerca de 106 mil pessoas manifestaram-se em toda a França, 8.000 delas na capital francesa, segundo o Ministério do Interior francês. No sábado passado, foram, segundo o ministério, 282.000 em todo o país.
O dia foi marcado pela troca de acusações políticas. O governo atribuiu essa violência à "extrema direita". Os partidos da oposição, tanto de direita quanto de esquerda, responderam criticando o governo de querer reduzir o movimento à violência e fazer ouvidos moucos às reivindicações dos manifestantes.
"Vergonha daqueles que violentaram outros cidadãos e jornalistas [...] Não há lugar para essa violência na República", escreveu no Twitter o presidente francês ao fim do dia de protestos.
- Caos na Champs Elysées -O ministério do Interior reportou 19 feridos, quatro deles entre as forças de segurança, contra 106 na semana anterior, acrescentou a mesma fonte. Houve 130 pessoas detidas, 42 delas em Paris, acrescentou.
A avenida parisiense da Champs Elysées, onde as autoridades não haviam dado permissão para protestos, foi o principal cenário dos incidentes do dia.
A via estava interrompida pelos manifestantes, que atiraram projéteis, montaram barricadas e queimaram mobiliário urbano, enquanto a tropa de choque da Polícia tentava fazê-los recuar com bombas de gás lacrimogêneo e caminhões hidrantes.
Os bombeiros intervieram para apagar as barricadas incendiárias, das quais saía uma espessa fumaça preta que se misturava à nuvem de gases lacrimogêneos.
No começo da noite, a calma voltou ao centro da capital.
Muitos atos pacíficos, como manifestações, bloqueios em rodovias e em áreas comerciais foram realizados em quase toda a França, no âmbito deste segundo dia de mobilização, uma semana depois do começo do movimento.
- "Macron, demissão" -"Protesto tanto pela minha avó, que está aposentada, como pelo futuro do meu filho de três anos", declarou à AFP Mickael, um "colete amarelo" do oeste da França, que participava de uma operação de pedágio gratuito na rodovia.
Em Paris, com exceção de um grupo de manifestantes, o protesto quis se mostrar pacífico.
"Não estamos aqui para derrubar policiais, viemos para que o governo nos escute, que escute seu povo. Aqui não queremos política, nem sindicato. Denunciamos a violência dos pseudo-manifestantes", declarou à AFP Laetitia Dewalle, de 37 anos, uma das porta-vozes dos "coletes amarelos".
Este "ato 2" não teve tanto êxito quanto a mobilização do sábado passado, quando cerca de 300.000 personas bloquearam estradas e locais estratégicos por todo o país, seguidos por uma semana de bloqueios que foram perdendo intensidade.
- 'É a manifestação maciça do povo' -Os incidentes do sábado provocaram as reações dos políticos.
O ministro Castaner culpou pela violência a líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, considerando que "subversivos" responderam à sua convocação de marchar pela Champs Elysées.
Le Pen rejeitou estas acusações, afirmando que ela nunca pediu violência e após o dia de protestos, constatou em sua conta no Twitter que o governo não tinha resposta às reivindicações dos manifestantes.
"Castaner gostaria que a manifestação dos #GiletsJaunes [Coletes amarelos] fosse de extrema direita e pouco numerosa. A verdade é que é a manifestação maciça do povo", reagiu no Twitter Jean-Luc Mélenchon, líder das fileiras da França Insubmissa (esquerda radical).
Resta saber se esta mobilização mudará a política de Macron, centro da revolta dos manifestantes, que repetiam em coro palavras de ordem como "Macron demissão" e "Macron devolva o dinheiro".
Macron por enquanto não parece disposto a mudar o ritmo de suas reformas para "transformar" a França ou renunciar à elevação do preço dos combustíveis, tudo isso para "manter o rumo a favor da transição ecológica".
No entanto, segundo a imprensa francesa, poderia anunciar na terça-feira novas medidas destinadas às famílias mais modestas para evitar o risco de uma "fraemtura" social.
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VINCI
Cerca de 3 mil policiais foram mobilizados na capital francesa contra os manifestantes, que, na última semana, protestaram bloqueando estradas e centros comerciais.
Milhares de manifestantes reuniram-se na primeira hora de hoje na avenida Champs-Élysées, onde enfrentaram a polícia, que tentava impedi-los de chegar á Praça da Concórdia, perto do Museu do Louvre e do Palácio do Eliseu.
Cerca de 106 mil pessoas manifestaram-se em toda a França, 8.000 delas na capital francesa, segundo o Ministério do Interior francês. No sábado passado, foram, segundo o ministério, 282.000 em todo o país.
O dia foi marcado pela troca de acusações políticas. O governo atribuiu essa violência à "extrema direita". Os partidos da oposição, tanto de direita quanto de esquerda, responderam criticando o governo de querer reduzir o movimento à violência e fazer ouvidos moucos às reivindicações dos manifestantes.
"Vergonha daqueles que violentaram outros cidadãos e jornalistas [...] Não há lugar para essa violência na República", escreveu no Twitter o presidente francês ao fim do dia de protestos.
- Caos na Champs Elysées -O ministério do Interior reportou 19 feridos, quatro deles entre as forças de segurança, contra 106 na semana anterior, acrescentou a mesma fonte. Houve 130 pessoas detidas, 42 delas em Paris, acrescentou.
A avenida parisiense da Champs Elysées, onde as autoridades não haviam dado permissão para protestos, foi o principal cenário dos incidentes do dia.
A via estava interrompida pelos manifestantes, que atiraram projéteis, montaram barricadas e queimaram mobiliário urbano, enquanto a tropa de choque da Polícia tentava fazê-los recuar com bombas de gás lacrimogêneo e caminhões hidrantes.
Os bombeiros intervieram para apagar as barricadas incendiárias, das quais saía uma espessa fumaça preta que se misturava à nuvem de gases lacrimogêneos.
No começo da noite, a calma voltou ao centro da capital.
Muitos atos pacíficos, como manifestações, bloqueios em rodovias e em áreas comerciais foram realizados em quase toda a França, no âmbito deste segundo dia de mobilização, uma semana depois do começo do movimento.
- "Macron, demissão" -"Protesto tanto pela minha avó, que está aposentada, como pelo futuro do meu filho de três anos", declarou à AFP Mickael, um "colete amarelo" do oeste da França, que participava de uma operação de pedágio gratuito na rodovia.
Em Paris, com exceção de um grupo de manifestantes, o protesto quis se mostrar pacífico.
"Não estamos aqui para derrubar policiais, viemos para que o governo nos escute, que escute seu povo. Aqui não queremos política, nem sindicato. Denunciamos a violência dos pseudo-manifestantes", declarou à AFP Laetitia Dewalle, de 37 anos, uma das porta-vozes dos "coletes amarelos".
Este "ato 2" não teve tanto êxito quanto a mobilização do sábado passado, quando cerca de 300.000 personas bloquearam estradas e locais estratégicos por todo o país, seguidos por uma semana de bloqueios que foram perdendo intensidade.
- 'É a manifestação maciça do povo' -Os incidentes do sábado provocaram as reações dos políticos.
O ministro Castaner culpou pela violência a líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, considerando que "subversivos" responderam à sua convocação de marchar pela Champs Elysées.
Le Pen rejeitou estas acusações, afirmando que ela nunca pediu violência e após o dia de protestos, constatou em sua conta no Twitter que o governo não tinha resposta às reivindicações dos manifestantes.
"Castaner gostaria que a manifestação dos #GiletsJaunes [Coletes amarelos] fosse de extrema direita e pouco numerosa. A verdade é que é a manifestação maciça do povo", reagiu no Twitter Jean-Luc Mélenchon, líder das fileiras da França Insubmissa (esquerda radical).
Resta saber se esta mobilização mudará a política de Macron, centro da revolta dos manifestantes, que repetiam em coro palavras de ordem como "Macron demissão" e "Macron devolva o dinheiro".
Macron por enquanto não parece disposto a mudar o ritmo de suas reformas para "transformar" a França ou renunciar à elevação do preço dos combustíveis, tudo isso para "manter o rumo a favor da transição ecológica".
No entanto, segundo a imprensa francesa, poderia anunciar na terça-feira novas medidas destinadas às famílias mais modestas para evitar o risco de uma "fraemtura" social.
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