May se esforça para vender acordo do Brexit em um Reino Unido cético
Londres, 26 Nov 2018 (AFP) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, empreendeu nesta segunda-feira (26) uma ofensiva para convencer uma Parlamento majoritariamente hostil a ratificar o acordo sobre o Brexit, alcançado com a União Europeia (UE), enquanto tenta convencer um país cético.
Após reunir pela manhã o seu governo para informar sobre a cúpula europeia que, na véspera, em Bruxelas, selou o acordo de saída do Reino Unido da UE, May compareceu na Câmara dos Comuns, onde o texto enfrenta duras críticas.
A primeira-ministra anunciou que em 11 de dezembro será realizada a votação do acordo sobre o Brexit.
"Não há melhor acordo possível", assegurou depois de enumerar os principais pontos aos deputados, aos quais pediu que o apoiem em nome do "interesse nacional" na próxima votação.
"Podemos respaldar este acordo, cumprir o votado no referendo e começar a construir um futuro mais brilhante". "Ou esta Câmara pode optar por rejeitar este acordo e voltar ao ponto de partida", o que "abriria caminho para mais divisão e mais incerteza", assinalou.
Em resposta, o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, expressou a oposição de boa parte dos deputados de todo o espectro político: "Seguir em frente não é estoicismo, é um ato nacional de dano autoinfligido", afirmou.
O acordo estipula os termos do Brexit, previsto para 29 de março, e esboça as linhas da futura relação entre ambas as partes, "uma cooperação o mais próxima possível", cujos detalhes demorarão anos para serem negociados.
Embora o texto não aponte nenhuma garantia jurídica de que a Espanha terá, como pede, a última palavra sobre a aplicação em Gibraltar dos termos dessa futura relação, o governo de Madri recebeu a promessa escrita de Londres e UE, o que enfureceu ainda mais os críticos do acordo.
"A reivindicação espanhola de Gibraltar foi firmemente impulsionada pelo ditador fascista Francisco Franco, que agora estará sorrindo em seu túmulo após esta capitulação", afirmou ol líder do partido eurocético Ukip, Gerard Batten, acusando May de "traição".
- 'Desastre' e 'humilhação' -Segundo uma fonte europeia, May reconheceu em Bruxelas que, por enquanto, não conta com uma maioria parlamentar para aprovar o texto, mas esclareceu que advertiria os seus deputados rebeldes, 80 dos quais declararam publicamente que votarão contra, de que muitos poderiam perder as suas cadeiras nas próximas eleições se o acordo for rejeitado.
Em uma tentativa de contra-balançar o peso destes conservadores rebeldes, May também tenta atrair alguns deputados trabalhistas, principalmente os representantes de circunscrições operárias que votaram pela saída da UE no referendo de 2016.
E nesta segunda-feira, após a intervenção no Parlamento, sua equipe tinha planejado manter uma reunião especial com eles.
Em outra frente, para defender o acordo ante uma opinião pública também cética, May viajará pelo país até quinta-feira, dia em que deve partir para a Argentina para participar da cúpula do G20. E nesta segunda-feira foi dito que, inclusive, ela analisa a possibilidade de um debate televisionado com Corbyn.
Os partidários mais ferrenhos do Brexit criticam o acordo por considerar que mantém o Reino Unido alinhado com o bloco comunitário.
O ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson, que renunciou do governo em julho por sua oposição ao texto que May estava negociando, o qualificou de "desastre" e "humilhação" para o Reino Unido, que permanecerá sendo "um Estado satélite" da UE.
E o pequeno partido da Irlanda do Norte DUP, cujos 10 deputados apoiaram o governo de May desde as eleições de 2017, alertou que retirará seu apoio se o Parlamento aprovar o acordo.
Membros do governo reconheceram que a situação é delicada, mas estão decididos a superá-la nas próximas duas semanas.
"Daremos ao povo britânico o que ele votou", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, à BBC.
Enquanto isso, o Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social, um organismo independente, publicou nesta segunda-feira um estudo sobre o impacto que esse acordo teria sobre a economia britânica.
"Acreditamos que o Produto Interno Bruto per capita seria 3% menor sob o acordo do Brexit de novembro 2018 e a negociação bem-sucedida de um acordo de livre-comércio com a UE, comparado com continuar sendo membro" do bloco, escreveram seus especialistas.
Após reunir pela manhã o seu governo para informar sobre a cúpula europeia que, na véspera, em Bruxelas, selou o acordo de saída do Reino Unido da UE, May compareceu na Câmara dos Comuns, onde o texto enfrenta duras críticas.
A primeira-ministra anunciou que em 11 de dezembro será realizada a votação do acordo sobre o Brexit.
"Não há melhor acordo possível", assegurou depois de enumerar os principais pontos aos deputados, aos quais pediu que o apoiem em nome do "interesse nacional" na próxima votação.
"Podemos respaldar este acordo, cumprir o votado no referendo e começar a construir um futuro mais brilhante". "Ou esta Câmara pode optar por rejeitar este acordo e voltar ao ponto de partida", o que "abriria caminho para mais divisão e mais incerteza", assinalou.
Em resposta, o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, expressou a oposição de boa parte dos deputados de todo o espectro político: "Seguir em frente não é estoicismo, é um ato nacional de dano autoinfligido", afirmou.
O acordo estipula os termos do Brexit, previsto para 29 de março, e esboça as linhas da futura relação entre ambas as partes, "uma cooperação o mais próxima possível", cujos detalhes demorarão anos para serem negociados.
Embora o texto não aponte nenhuma garantia jurídica de que a Espanha terá, como pede, a última palavra sobre a aplicação em Gibraltar dos termos dessa futura relação, o governo de Madri recebeu a promessa escrita de Londres e UE, o que enfureceu ainda mais os críticos do acordo.
"A reivindicação espanhola de Gibraltar foi firmemente impulsionada pelo ditador fascista Francisco Franco, que agora estará sorrindo em seu túmulo após esta capitulação", afirmou ol líder do partido eurocético Ukip, Gerard Batten, acusando May de "traição".
- 'Desastre' e 'humilhação' -Segundo uma fonte europeia, May reconheceu em Bruxelas que, por enquanto, não conta com uma maioria parlamentar para aprovar o texto, mas esclareceu que advertiria os seus deputados rebeldes, 80 dos quais declararam publicamente que votarão contra, de que muitos poderiam perder as suas cadeiras nas próximas eleições se o acordo for rejeitado.
Em uma tentativa de contra-balançar o peso destes conservadores rebeldes, May também tenta atrair alguns deputados trabalhistas, principalmente os representantes de circunscrições operárias que votaram pela saída da UE no referendo de 2016.
E nesta segunda-feira, após a intervenção no Parlamento, sua equipe tinha planejado manter uma reunião especial com eles.
Em outra frente, para defender o acordo ante uma opinião pública também cética, May viajará pelo país até quinta-feira, dia em que deve partir para a Argentina para participar da cúpula do G20. E nesta segunda-feira foi dito que, inclusive, ela analisa a possibilidade de um debate televisionado com Corbyn.
Os partidários mais ferrenhos do Brexit criticam o acordo por considerar que mantém o Reino Unido alinhado com o bloco comunitário.
O ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson, que renunciou do governo em julho por sua oposição ao texto que May estava negociando, o qualificou de "desastre" e "humilhação" para o Reino Unido, que permanecerá sendo "um Estado satélite" da UE.
E o pequeno partido da Irlanda do Norte DUP, cujos 10 deputados apoiaram o governo de May desde as eleições de 2017, alertou que retirará seu apoio se o Parlamento aprovar o acordo.
Membros do governo reconheceram que a situação é delicada, mas estão decididos a superá-la nas próximas duas semanas.
"Daremos ao povo britânico o que ele votou", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, à BBC.
Enquanto isso, o Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social, um organismo independente, publicou nesta segunda-feira um estudo sobre o impacto que esse acordo teria sobre a economia britânica.
"Acreditamos que o Produto Interno Bruto per capita seria 3% menor sob o acordo do Brexit de novembro 2018 e a negociação bem-sucedida de um acordo de livre-comércio com a UE, comparado com continuar sendo membro" do bloco, escreveram seus especialistas.
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