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Onze 'torturados' na Venezuela denunciam que algozes tinham 'sotaque cubano'

27/11/2018 22h11

Washington, 28 Nov 2018 (AFP) - A ONG Instituto CASLA denunciou nesta terça-feira que onze vítimas na Venezuela relataram ter sido torturadas por pessoas com "sotaque cubano", segundo um relatório apresentado em Washington que compilou 106 casos de restrições físicas e psicológicas em 2018.

"Este ano, pela primeira vez, compilamos 11 casos em que as testemunhas nos contaram que pessoas cubanas, com sotaque cubano, os estavam torturando", disse Tamara Suju, diretora executiva do Instituto CASLA, em uma entrevista coletiva acompanhada pelo secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.

Suju indicou que neste ano 106 casos de tortura foram coletados e que entre 2014 e 2018 eles receberam 536 denúncias de abuso físico e psicológico na Venezuela.

"Estou apresentando hoje um relatório sobre padrões, sobre quais foram os padrões de tortura em 2018, quem foram as vítimas e quais foram os métodos", disse o especialista.

Suju indicou que toda a documentação dos casos já foi enviada ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que em setembro recebeu uma carta de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru pedindo que investigasse supostos crimes contra a humanidade cometido, segundo esses países, pelo governo de Nicolás Maduro.

"Hoje, quem está em dívida com a Venezuela é o TPI", disse Almagro, que destacou o trabalho dos seis países americanos que enviaram a carta à Corte.