Rússia detém fuzileiros ucranianos e Kiev acusa Moscou de aumentar presença militar
Simferopol, 28 Nov 2018 (AFP) - A Rússia deteve nesta terça-feira (27) fuzileiros navais ucranianos capturados pela guarda costeira russa no litoral da Crimeia anexada pela Rússia, e o presidente ucraniano acusou Moscou de reforçar "drasticamente" sua presença militar na fronteira.
Este é o primeiro confronto militar aberto entre Rússia e Ucrânia desde a anexação da Crimeia em março de 2014 e o início de um conflito armado no leste da Ucrânia. Desde então as forças ucranianas enfrentam os separatistas pró-russos, em um conflito com mais de 10.000 mortos.
Acusados de terem atravessado ilegalmente a fronteira russa, doze fuzileiros navais ucranianos, dos 24 que foram detidos no domingo, estão em "detenção provisória até 25 de janeiro", conforme a decisão de um tribunal da Simferopol, capital da Crimeia, constatou um jornalista da AFP.
No total, 12 fuzileiros ucranianos se apresentaram nesta terça-feira ao juiz. O restante o fará na quarta-feira.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, mencionou a ameaça de uma "guerra total" com Moscou e disse que a Rússia reforçou drasticamente sua presença militar na fronteira ucraniana.
Poroshenko se referiu a um forte aumento na quantidade de barcos militares russos no Mar de Azov e uma presença militar russa reforçada na Crimeia, península ucraniana anexada por Moscou há quatro anos, citando dados dos serviços de Inteligência ucranianos.
Na Crimeia, desde 2014, "o número de soldados triplicou, o de blindados quintuplicou, e o da artilharia multiplicou quase 10 vezes", disse.
"Não quero que alguém pense que é um jogo infantil. A Ucrânia está enfrentando a ameaça de uma guerra total com a Federação Russa", afirmou.
Poroshenko afirmou que tentou falar por telefone com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, após a captura pela Rússia, na noite de domingo, de três embarcações militares ucranianas no Mar Negro, em águas em frente à Crimeia, mas ele não respondeu.
"Não recebemos resposta. E me vi obrigado" a pedir à chanceler alemã, Angela Merkel, para "falar com Putin" sobre este incidente, acrescentou o chefe de Estado ucraniano.
O presidente americano, Donald Trump, elevou o tom em relação a Vladimir Putin e ameaçou cancelar o encontro previsto para o final de semana com o presidente russo na cúpula do Argentina.
O relatório sobre a situação que seus assessores de segurança nacional lhe entregarão em breve "será determinante", disse Trump em uma entrevista ao jornal Washington Post. "Talvez não tenha esse encontro" com Putin, advertiu, depois que a Casa Branca confirmou a reunião bilateral.
"Não gosto dessa agressão. Não quero agressões", insistiu Donald Trump, frequentemente acusado de ser conciliador demais com Moscou.
- Ucrânia instaura lei marcial -O incidente entre a Guarda Costeira russa, vinculada ao Serviço Federal de Segurança (FSB), e os navios ucranianos aconteceu no domingo no Mar Negro, quando as embarcações tentavam entrar no estreito de Kerch para chegar ao Mar de Azov, uma rota marítima crucial para as exportações de cereais ou aço produzidos no leste da Ucrânia.
A guarda-costeira russa, vinculada aos serviços de segurança (FSB), controlaram pela força dois navios patrulheiros e um rebocador ucranianos, acusando-os de ter entrado ilegalmente em águas territoriais russas e capturaram vinte fuzileiros navais a bordo.
A Rússia classificou o incidente de "provocação", enquanto que a Ucrânia denunciou um "ato de agressão" e pediu a libertação de seus fuzileiros e retorno de seus navios.
Em resposta, a Ucrânia instaurou a lei marcial nessas regiões fronteiriças durante um mês.
A instauração da lei marcial sem precedentes desde a independência da ex-república soviética em 1991 se deu por iniciativa do presidente ucraniano.
Seu homólogo russo, Vladimir Putin, advertiu nesta terça-feira a Ucrânia de qualquer ato "irracional" depois dessa decisão.
A lei marcial, que será aplicada a partir de quarta-feira na Ucrânia em várias regiões de fronteira, em particular com a Rússia, Belarus e as zonas costeiras do Mar de Azov, permitirá durante um mês que as autoridades ucranianas mobilizem a população, controlem os meios de comunicação e limitem as reuniões públicas.
Putin considera que "é evidente que tudo isso foi feito em relação à campanha eleitoral na Ucrânia", para a eleição presidencial de 2019.
A Rússia garante que agiu "em estrita conformidade com o direito internacional" e acusa Kiev de buscar "um pretexto para reforçar as sanções" da UE e de Washington contra a Rússia, vigentes desde 2014.
O incidente acontece dias antes da cúpula do G20 na Argentina, onde Vladimir Putin deve se reunir com seu homólogo americano, Donald Trump.
- Vídeo do incidente -A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, denunciou na segunda-feira durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança uma ação "ilegal" da Rússia, que torna "impossível uma relação normal" entre Washington e Moscou.
"Não gostamos do que está acontecendo", disse o presidente americano Donald Trump, sugerindo que trabalhará com os países europeus para solucionar a crise.
O Departamento de Estado americano afirmou que as ações da Rússia são uma "perigosa escalada" e que Washington quer ver seus "aliados europeus fazerem mais para ajudar a Ucrânia".
A França pediu que as partes "tranquilizem" a situação.
Desde a anexação da Crimeia em 2014, a Rússia reivindica o controle do estreito de Kerch, a única rota marítima entre o Mar Negro e o de Azov.
Na segunda à noite, a imprensa russa transmitiu trechos do interrogatório dos marinheiros capturados em que um homem apresentado como capitão afirma que os movimentos de seu navio eram uma "provocação", repetindo a versão de Moscou.
Este é o primeiro confronto militar aberto entre Rússia e Ucrânia desde a anexação da Crimeia em março de 2014 e o início de um conflito armado no leste da Ucrânia. Desde então as forças ucranianas enfrentam os separatistas pró-russos, em um conflito com mais de 10.000 mortos.
Acusados de terem atravessado ilegalmente a fronteira russa, doze fuzileiros navais ucranianos, dos 24 que foram detidos no domingo, estão em "detenção provisória até 25 de janeiro", conforme a decisão de um tribunal da Simferopol, capital da Crimeia, constatou um jornalista da AFP.
No total, 12 fuzileiros ucranianos se apresentaram nesta terça-feira ao juiz. O restante o fará na quarta-feira.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, mencionou a ameaça de uma "guerra total" com Moscou e disse que a Rússia reforçou drasticamente sua presença militar na fronteira ucraniana.
Poroshenko se referiu a um forte aumento na quantidade de barcos militares russos no Mar de Azov e uma presença militar russa reforçada na Crimeia, península ucraniana anexada por Moscou há quatro anos, citando dados dos serviços de Inteligência ucranianos.
Na Crimeia, desde 2014, "o número de soldados triplicou, o de blindados quintuplicou, e o da artilharia multiplicou quase 10 vezes", disse.
"Não quero que alguém pense que é um jogo infantil. A Ucrânia está enfrentando a ameaça de uma guerra total com a Federação Russa", afirmou.
Poroshenko afirmou que tentou falar por telefone com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, após a captura pela Rússia, na noite de domingo, de três embarcações militares ucranianas no Mar Negro, em águas em frente à Crimeia, mas ele não respondeu.
"Não recebemos resposta. E me vi obrigado" a pedir à chanceler alemã, Angela Merkel, para "falar com Putin" sobre este incidente, acrescentou o chefe de Estado ucraniano.
O presidente americano, Donald Trump, elevou o tom em relação a Vladimir Putin e ameaçou cancelar o encontro previsto para o final de semana com o presidente russo na cúpula do Argentina.
O relatório sobre a situação que seus assessores de segurança nacional lhe entregarão em breve "será determinante", disse Trump em uma entrevista ao jornal Washington Post. "Talvez não tenha esse encontro" com Putin, advertiu, depois que a Casa Branca confirmou a reunião bilateral.
"Não gosto dessa agressão. Não quero agressões", insistiu Donald Trump, frequentemente acusado de ser conciliador demais com Moscou.
- Ucrânia instaura lei marcial -O incidente entre a Guarda Costeira russa, vinculada ao Serviço Federal de Segurança (FSB), e os navios ucranianos aconteceu no domingo no Mar Negro, quando as embarcações tentavam entrar no estreito de Kerch para chegar ao Mar de Azov, uma rota marítima crucial para as exportações de cereais ou aço produzidos no leste da Ucrânia.
A guarda-costeira russa, vinculada aos serviços de segurança (FSB), controlaram pela força dois navios patrulheiros e um rebocador ucranianos, acusando-os de ter entrado ilegalmente em águas territoriais russas e capturaram vinte fuzileiros navais a bordo.
A Rússia classificou o incidente de "provocação", enquanto que a Ucrânia denunciou um "ato de agressão" e pediu a libertação de seus fuzileiros e retorno de seus navios.
Em resposta, a Ucrânia instaurou a lei marcial nessas regiões fronteiriças durante um mês.
A instauração da lei marcial sem precedentes desde a independência da ex-república soviética em 1991 se deu por iniciativa do presidente ucraniano.
Seu homólogo russo, Vladimir Putin, advertiu nesta terça-feira a Ucrânia de qualquer ato "irracional" depois dessa decisão.
A lei marcial, que será aplicada a partir de quarta-feira na Ucrânia em várias regiões de fronteira, em particular com a Rússia, Belarus e as zonas costeiras do Mar de Azov, permitirá durante um mês que as autoridades ucranianas mobilizem a população, controlem os meios de comunicação e limitem as reuniões públicas.
Putin considera que "é evidente que tudo isso foi feito em relação à campanha eleitoral na Ucrânia", para a eleição presidencial de 2019.
A Rússia garante que agiu "em estrita conformidade com o direito internacional" e acusa Kiev de buscar "um pretexto para reforçar as sanções" da UE e de Washington contra a Rússia, vigentes desde 2014.
O incidente acontece dias antes da cúpula do G20 na Argentina, onde Vladimir Putin deve se reunir com seu homólogo americano, Donald Trump.
- Vídeo do incidente -A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, denunciou na segunda-feira durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança uma ação "ilegal" da Rússia, que torna "impossível uma relação normal" entre Washington e Moscou.
"Não gostamos do que está acontecendo", disse o presidente americano Donald Trump, sugerindo que trabalhará com os países europeus para solucionar a crise.
O Departamento de Estado americano afirmou que as ações da Rússia são uma "perigosa escalada" e que Washington quer ver seus "aliados europeus fazerem mais para ajudar a Ucrânia".
A França pediu que as partes "tranquilizem" a situação.
Desde a anexação da Crimeia em 2014, a Rússia reivindica o controle do estreito de Kerch, a única rota marítima entre o Mar Negro e o de Azov.
Na segunda à noite, a imprensa russa transmitiu trechos do interrogatório dos marinheiros capturados em que um homem apresentado como capitão afirma que os movimentos de seu navio eram uma "provocação", repetindo a versão de Moscou.
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