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Ataque talibã contra empresa britânica de segurança deixa ao menos 10 mortos

28/11/2018 19h00

Cabul, 28 Nov 2018 (AFP) - Ao menos 10 pessoas morreram e 19 ficaram feridas nesta quarta-feira (28) em um atentado, reivindicado pelos talibãs, contra uma companhia britânica de segurança particular no leste do Cabul, capital do Afeganistão.

Houve "10 mortos e 19 feridos foram evacuados do local" da explosão, explicou à AFP o porta-voz do Ministério da Saúde, Wahid Majroh. Um porta-voz do Ministério do Interior confirmou a existência de vítimas fatais e advertiu que o balanço pode aumentar.

"Podemos confirmar que aconteceu um incidente em um de nossos escritórios em Cabul. A situação segue em curso e estamos nos coordenando com as autoridades afegãs", declarou à AFP um porta-voz em Londres da G4S.

As autoridades afegãs também informaram que estavam realizando uma operação para retirar as minas no local da explosão.

"Um carro-bomba explodiu perto dos locais da companhia G4S. Também houve rajadas de tiros. As forças de segurança estão inspecionando a região para declará-la segura", afirmou à AFP o porta-voz da polícia afegã, Basir Mujahid.

A G4S, que opera na Bolsa de Londres, é uma empresa britânica presente em mais de 100 país e que conta com mais de 600.000 funcionários, segundo seu site.

O porta-voz dos talibãs, Zabiullah Mujahid, reivindicou o atentado por meio de uma mensagem em sua conta no Twitter. "A operação começou com um caminhão-bomba que retirou todos os obstáculos e abriu caminho para muitos mártires", assegurou.

Este atentado múltiplo, com a explosão de um veículo e disparos, acontece no mesmo dia em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos talibãs e ao governo afegão que "estabeleçam negociações de paz".

Durante uma reunião em Genebra sobre a situação no Afeganistão, o presidente do país Ashraf Ghani anunciou a criação de uma "equipe de negociação" de 12 pessoas e explicou que estabeleceu "um roteiro para as negociações de paz".

Contudo, desde o início do ano, os talibãs intensificaram seus ataques contra as forças de segurança afegãs e da Otan.

Depois que o Exército afegão assumiu a posição das forças americanas e da Otan, em janeiro de 2015, 30.000 soldados e policiais afegãos morreram por conta dos confrontos com talibãs e grupos extremistas, explicou recentemente o presidente do Afeganistão.

A espiral de violência persiste no país apesar dos esforços dos Estados Unidos para impulsionar negociações de paz entre Cabul e os talibãs, que se mostraram dispostos a negociar, embora continuem cometendo atentados.

O enviado especial dos Estados Unidos no Afeganistão, Zalmay Khalilzad, assegurou recentemente que espera que alcancem um acordo de paz nos próximos cinco meses e que "as duas partes aproveitem a oportunidade para levar o Afeganistão na direção de uma solução política e da reconciliação".

Estas declarações mostram a urgência crescente na Casa Branca para encontrar uma solução ao conflito afegão em um momento no qual a Rússia também se envolveu neste terreno, após receber neste mês uma rodada de discussões sobre o Afeganistão, e que contou com a participação dos talibãs.

G4S