Pezão é preso no Rio acusado de corrupção
Rio de Janeiro, 29 Nov 2018 (AFP) - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi preso nesta quinta-feira (29), acusado de ter recebido propina como parte de um esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, informou a imprensa.
"De acordo com as investigações que embasaram as medidas cautelares, o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a Administração Pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro", afirma em nota a Procuradoria-Geral da União.
O governador foi detido de manhã cedo no Palácio das Laranjeiras e levado à sede da Polícia Federal (PF), como parte da operação "Boca de Lobo". Pezão, de 63 anos, não foi algemado e teve escolta de agentes policiais.
De acordo com a Procuradoria, Pezão teria recebido os subornos entre 2007 e 2014, quando era vice-governador de Sérgio Cabral, que cumpre prisão por corrupção. Os pagamentos teriam sido feitos até 2015, quando já era governador.
A ordem de prisão foi solicitada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e se baseia em perícias contáveis e na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral.
Pezão teria recebido de empresas e fornecedores contratados pelo governo do Rio de Janeiro uma mesada de 150 mil reais, além de um bônus de um milhão de reais, segundo o delator. A Procuradoria informou que a organização criminosa integrada pelo governador desviou dinheiro público, com remessas de grandes quantias ao exterior.
A prisão acontece a um mês do término de seu mandato. Em coletiva de imprensa após a detenção, Dodge ressaltou que a medida foi necessária, já que os crimes, como os de corrupção e lavagem de dinheiro, continuaram ocorrendo.
- Quarto governador preso -Todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro entre 1998 e 2014 foram detidos, mas Pezão é o primeiro caso de detenção durante o exercício do cargo.
Anthony Garotinho (1999-2002) e Rosinha Matheus (2003-2007) passaram pela prisão por crimes eleitorais, que eles negam.
Cabral (2007-2014) está preso desde 2016, acusado de receber subornos em troca de concessões de obras públicas. Suas condenações somam mais de 180 anos de prisão.
Dodge ressaltou que o esquema criminoso que atua no Rio de Janeiro chegou a diversas esferas do aparato público estatal e que, apesar das condenações, essa organização não parou.
De acordo com a Procuradoria, apesar de ter sido homem de confiança de Sérgio Cabral e assumido um papel fundamental na organização criminosa, inclusive sucedendo-o em sua liderança, Pezão "operou um esquema próprio, com seus próprios operadores financeiros".
O governador eleito em outubro, Wilson Witzel, afirmou em comunicado que "a transição não será afetada". Depois, em coletiva de imprensa, disse que não acha necessário antecipar a entrada no governo e que auditará todos os contratos "sem paralisar o governo".
-Crise financeira-Pezão, do MDB, foi eleito governador em 2014 apresentando um perfil mais discreto que o de seu antecessor. Luiz Fernando Souza é conhecido como "Pezão" por causa do tamanho 47 de seu sapato.
Em 2016, enfrentou um câncer que o tirou de seu cargo por alguns meses, e passou parte de sua recuperação em sua cidade natal Piraí, a 100 km do Rio. Sua casa em Piraí também foi revistada pela polícia nesta quinta.
O governador herdou de Cabral uma severa crise financeira que ainda não foi superada pelo estado. O Rio enfrenta também graves problemas de violência, o que levou o presidente Michel Temer a emitir um decreto de intervenção federal.
O vice-governador, Francisco Dornelles, assume o cargo interinamente até a posse de Wilson Witzel, em janeiro.
"De acordo com as investigações que embasaram as medidas cautelares, o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a Administração Pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro", afirma em nota a Procuradoria-Geral da União.
O governador foi detido de manhã cedo no Palácio das Laranjeiras e levado à sede da Polícia Federal (PF), como parte da operação "Boca de Lobo". Pezão, de 63 anos, não foi algemado e teve escolta de agentes policiais.
De acordo com a Procuradoria, Pezão teria recebido os subornos entre 2007 e 2014, quando era vice-governador de Sérgio Cabral, que cumpre prisão por corrupção. Os pagamentos teriam sido feitos até 2015, quando já era governador.
A ordem de prisão foi solicitada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e se baseia em perícias contáveis e na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral.
Pezão teria recebido de empresas e fornecedores contratados pelo governo do Rio de Janeiro uma mesada de 150 mil reais, além de um bônus de um milhão de reais, segundo o delator. A Procuradoria informou que a organização criminosa integrada pelo governador desviou dinheiro público, com remessas de grandes quantias ao exterior.
A prisão acontece a um mês do término de seu mandato. Em coletiva de imprensa após a detenção, Dodge ressaltou que a medida foi necessária, já que os crimes, como os de corrupção e lavagem de dinheiro, continuaram ocorrendo.
- Quarto governador preso -Todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro entre 1998 e 2014 foram detidos, mas Pezão é o primeiro caso de detenção durante o exercício do cargo.
Anthony Garotinho (1999-2002) e Rosinha Matheus (2003-2007) passaram pela prisão por crimes eleitorais, que eles negam.
Cabral (2007-2014) está preso desde 2016, acusado de receber subornos em troca de concessões de obras públicas. Suas condenações somam mais de 180 anos de prisão.
Dodge ressaltou que o esquema criminoso que atua no Rio de Janeiro chegou a diversas esferas do aparato público estatal e que, apesar das condenações, essa organização não parou.
De acordo com a Procuradoria, apesar de ter sido homem de confiança de Sérgio Cabral e assumido um papel fundamental na organização criminosa, inclusive sucedendo-o em sua liderança, Pezão "operou um esquema próprio, com seus próprios operadores financeiros".
O governador eleito em outubro, Wilson Witzel, afirmou em comunicado que "a transição não será afetada". Depois, em coletiva de imprensa, disse que não acha necessário antecipar a entrada no governo e que auditará todos os contratos "sem paralisar o governo".
-Crise financeira-Pezão, do MDB, foi eleito governador em 2014 apresentando um perfil mais discreto que o de seu antecessor. Luiz Fernando Souza é conhecido como "Pezão" por causa do tamanho 47 de seu sapato.
Em 2016, enfrentou um câncer que o tirou de seu cargo por alguns meses, e passou parte de sua recuperação em sua cidade natal Piraí, a 100 km do Rio. Sua casa em Piraí também foi revistada pela polícia nesta quinta.
O governador herdou de Cabral uma severa crise financeira que ainda não foi superada pelo estado. O Rio enfrenta também graves problemas de violência, o que levou o presidente Michel Temer a emitir um decreto de intervenção federal.
O vice-governador, Francisco Dornelles, assume o cargo interinamente até a posse de Wilson Witzel, em janeiro.
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