Anfitriã da COP24, Polônia hesita em abandonar o carvão
Varsóvia, 30 Nov 2018 (AFP) - A Polônia, país anfitrião da Conferência sobre o clima (COP24), tem dificuldades de renunciar ao carvão, seu "ouro negro" de outrora, embora este seja poluente e cada vez mais caro.
Milhões de poloneses sofrem de ardência nos olhos devido ao smog (neblina com poluição), causado em grande parte pelo carvão, e suas cidades estão entre as mais poluídas da Europa.
Se o país pretende cumprir os objetivos do Acordo de Paris sobre o clima e reduzir suas emissões de CO2, terá que realizar grandes esforços.
Segundo os especialistas do Instituto de Pesquisas Estruturais (IBS) de Varsóvia, a Polônia teria que diminuir a utilização do carvão para que a parte deste na produção de eletricidade seja de 39% em 2030.
Mas a Política Energética do Estado (PEP), apresentada em 23 de novembro pelo ministro da Energia, Krzysztof Tchorzewski, prevê que nesse ano 60% da energia elétrica procederá do carvão (em comparação com 80% em 2017).
O ministro se mostra, no entanto, disposto a conciliar esta previsão com os objetivos da UE em relação à redução de emissões de CO2. Espera poder reduzi-las em 30% até 2030 em relação ao nível de 1990, principalmente reduzindo o desperdício de energia.
Segundo a PEP, a parte do carvão deveria reduzir realmente entre 2030 e 2040, quando o governo espera que caia até 32% no mix energético, graças à energia nuclear.
O programa prevê a abertura de seis usinas nucleares a partir de 2033, assim como novas minas de carvão e a redução da energia eólica terrestre em benefício das turbinas marítimas.
- 'Impacto negativo' -"A Polônia se opõe ao aumento dos objetivos de redução de CO2 adotados pela UE para o ano 2030, pois isto teria um impacto negativo no setor da energia elétrica e no conjunto da economia polonesa", aponta um documento do ministério polonês de Energia, publicado em 13 de novembro.
Apesar disso, graças às fontes de energia renováveis e à pressão da UE, a parte do carvão na produção de energia elétrica da Polônia passou de 98% em 1990 a 80% em 2017, segundo dados oficiais.
Mas sua produção continuará sendo mais ou menos estável, admitiu recentemente Piotr Naimski, secretário de Estado de Infraestruturas Energéticas.
E ainda que esta baixe, a Polônia continuará comprando carvão no exterior, sobretudo da Rússia. Em 2018, as importações do mineral aumentaram ligeiramente, até 12 milhões de toneladas entre janeiro e setembro.
"A Polônia não tem estratégia, o que prima é o interesse político a curto prazo, as decisões difíceis se adiam", afirma Marek Jozefiak, especialista em carvão no Greenpeace. Menciona, por exemplo, que recentemente se começou a construir uma usina de carvão a 200 km de uma mina em um feudo eleitoral do ministro da Energia.
Para Piotr Siergiej, ativista na organização "Alarme antismog polonês", o fator econômico também influencia, pois o gás ficou mais caro e as pessoas passaram a buscar mais o carvão.
No entanto, ressalta Siergiej, a lógica econômica vai no sentido contrário.
Segundo o Tribunal de Contas polonês, a indústria mineira recebeu mais de 15 bilhões de euros em subvenções entre 2007 e 2015.
Levando em conta o custo das doenças causadas pela poluição, aponta o ecologista, essas subvenções deveriam ser destinadas a outras fontes de energia, economizando, além disso, no setor de saúde.
Milhões de poloneses sofrem de ardência nos olhos devido ao smog (neblina com poluição), causado em grande parte pelo carvão, e suas cidades estão entre as mais poluídas da Europa.
Se o país pretende cumprir os objetivos do Acordo de Paris sobre o clima e reduzir suas emissões de CO2, terá que realizar grandes esforços.
Segundo os especialistas do Instituto de Pesquisas Estruturais (IBS) de Varsóvia, a Polônia teria que diminuir a utilização do carvão para que a parte deste na produção de eletricidade seja de 39% em 2030.
Mas a Política Energética do Estado (PEP), apresentada em 23 de novembro pelo ministro da Energia, Krzysztof Tchorzewski, prevê que nesse ano 60% da energia elétrica procederá do carvão (em comparação com 80% em 2017).
O ministro se mostra, no entanto, disposto a conciliar esta previsão com os objetivos da UE em relação à redução de emissões de CO2. Espera poder reduzi-las em 30% até 2030 em relação ao nível de 1990, principalmente reduzindo o desperdício de energia.
Segundo a PEP, a parte do carvão deveria reduzir realmente entre 2030 e 2040, quando o governo espera que caia até 32% no mix energético, graças à energia nuclear.
O programa prevê a abertura de seis usinas nucleares a partir de 2033, assim como novas minas de carvão e a redução da energia eólica terrestre em benefício das turbinas marítimas.
- 'Impacto negativo' -"A Polônia se opõe ao aumento dos objetivos de redução de CO2 adotados pela UE para o ano 2030, pois isto teria um impacto negativo no setor da energia elétrica e no conjunto da economia polonesa", aponta um documento do ministério polonês de Energia, publicado em 13 de novembro.
Apesar disso, graças às fontes de energia renováveis e à pressão da UE, a parte do carvão na produção de energia elétrica da Polônia passou de 98% em 1990 a 80% em 2017, segundo dados oficiais.
Mas sua produção continuará sendo mais ou menos estável, admitiu recentemente Piotr Naimski, secretário de Estado de Infraestruturas Energéticas.
E ainda que esta baixe, a Polônia continuará comprando carvão no exterior, sobretudo da Rússia. Em 2018, as importações do mineral aumentaram ligeiramente, até 12 milhões de toneladas entre janeiro e setembro.
"A Polônia não tem estratégia, o que prima é o interesse político a curto prazo, as decisões difíceis se adiam", afirma Marek Jozefiak, especialista em carvão no Greenpeace. Menciona, por exemplo, que recentemente se começou a construir uma usina de carvão a 200 km de uma mina em um feudo eleitoral do ministro da Energia.
Para Piotr Siergiej, ativista na organização "Alarme antismog polonês", o fator econômico também influencia, pois o gás ficou mais caro e as pessoas passaram a buscar mais o carvão.
No entanto, ressalta Siergiej, a lógica econômica vai no sentido contrário.
Segundo o Tribunal de Contas polonês, a indústria mineira recebeu mais de 15 bilhões de euros em subvenções entre 2007 e 2015.
Levando em conta o custo das doenças causadas pela poluição, aponta o ecologista, essas subvenções deveriam ser destinadas a outras fontes de energia, economizando, além disso, no setor de saúde.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso do UOL.