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Dois líderes separatistas catalães iniciam greve de fome

01/12/2018 17h21

Madri, 1 dez 2018 (AFP) - Dois dos líderes da independência da Catalunha, presos provisoriamente após o processo fracassado de separação da região no ano passado, começaram neste sábado uma greve de fome "para agitar consciências", de acordo com seu advogado, antes de seu julgamento previsto para o início de 2019.

Trata-se de Jordi Sánchez, então líder da associação separatista ANC, e Jordi Turull, que exercia a função de assessor do governo regional catalão. Ambos são acusados de "crime de rebelião", após a organização do referendo de 1 de outubro e a proclamação da independência em 27 de outubro de 2017.

"Não os aconselhei esta ação. Trata-se de uma decisão de meus clientes e têm o meu total apoio. Fazem uma greve de fome para denunciar sua situação", declarou seu advogado Jordi Pina durante uma coletiva de imprensa na manhã deste sábado em Barcelona.

Em um comunicado lido por seu advogado, Sánchez e Turull acusam o Tribunal Constitucional espanhol de bloquear suas petições contra sua detenção provisória para que não alcancem o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

"O Tribunal Constitucional nos impõe o bloqueio de acesso à Justiça europeia. A ação do TC é tão simples quanto aparente: admitir o trâmite de 100% dos nossos escritos de amparo, para depois não resolver nenhum", asseguraram em seu texto.

Em outubro deste ano, o Supremo Tribunal espanhol processou 18 líderes separatistas catalães. O julgamento deve ser realizado no início de 2019, de acordo com as previsões.

Nove líderes da independência da Catalunha estão atualmente presos provisoriamente, entre os quais o ex-vice-presidente do governo regional catalão Oriol Junqueras.

Depois de organizar um referendo sobre a autodeterminação em 1 de outubro de 2017, os separatistas catalães proclamaram no dia 27 desse mesmo mês uma república independente.

O governo espanhol, então liderado pelo conservador Mariano Rajoy, abortou a secessão destituindo em poucas horas o governo de Carles Puigdemont, dissolvendo o Parlamento e tomando o controle desta região de 7,5 milhões de habitantes.

Dias depois, o presidente catalão Carles Puigdemont e parte de seu governo se instalaram na Bélgica, enquanto a justiça prendeu preventivamente vários líderes acusados de rebelião.