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Ex-diretor do FBI James Comey presta depoimento no Congresso

07/12/2018 22h34

Washington, 8 dez 2018 (AFP) - O ex-diretor do FBI James Comey, demitido pelo presidente americano Donald Trump em 2017, testemunhou nesta sexta-feira (7) perante os legisladores do Congresso dos Estados Unidos, tendo como pano de fundo a investigação de um suposto conluio da campanha presidencial com a Rússia.

Comey testemunhou em duas comissões da Câmara de Representantes, por mais de seis horas, e voltará a depor no dia 17 de dezembro.

O ex-diretor do FBI foi interrogado pelos republicanos sobre a possível interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e sobre a democrata Hillary Clinton, derrotada por Trump no pleito.

"Os emails de Hillary Clinton, pelo amor de Deus", disse Comey durante o depoimento. "Não acredito que tenhamos que fazer isto".

Logo após o fim da audiência Trump tuitou: "Informam que James Comey foi orientado pelos advogados do departamento de Justiça a não responder as principais perguntas. Parcialidade e corrupção total nos níveis mais altos da administração anterior".

Mas Comey garantiu que apenas evitou responder uma "pequena parte" das perguntas. "O FBI, por razões que se pode entender, não quer revelar detalhes de uma investigação em andamento e que começou quando ainda era o diretor".

A audiência foi conduzida a portas fechadas, mas seu conteúdo será publicado 24 horas depois, a pedido de James Comey, que temia vazamentos de "informações seletivas" e que representantes republicanos deturpassem suas palavras.

O congressista Darrell Issa disse que queria respostas sobre o que chamou de "registro falso", um relatório de inteligência de 2016 que inclui uma investigação da oposição alegando má conduta e ligações entre a campanha de Trump e a Rússia.

"Queremos saber o que ele sabia e quando ele sabia", disse Issa sobre Comey.

O novo presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, disse que a investigação sobre o comportamento do FBI era um "desperdício de tempo" e que iria encerrá-la.

"Todo o propósito desta investigação é Mueller", disse Nadler a repórteres que esperavam do lado de fora do depoimento de Comey.

Trump demitiu James Comey em maio de 2017, que era então o alto funcionário encarregado da investigação criminal de um eventual conluio com Moscou para influenciar a eleição presidencial dos EUA.

Trump convocou uma audiência pública para Comey depois que os membros do Congresso o citaram em novembro, mas os republicanos na Câmara dos Representantes, incluindo alguns aliados de Trump, insistiram em uma sessão privada no comitê judicial e os comitês supervisão.

Três meses antes, o presidente se reuniu em particular com Comey e pediu que ele terminasse a investigação do ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn, um movimento que muitos democratas interpretaram como uma obstrução à justiça.