Topo

Favoritos nas presidenciais da RDC fracassam em tentativa de diminuir tensão

29/12/2018 16h11

Kinshasa, 29 dez 2018 (AFP) - O risco de que ocorram incidentes violentos no domingo (30) nas eleições presidenciais da República Democrática do Congo (RDC) continua sendo elevado, depois que os dois principais opositores se negaram a assinar um documento "em favor da paz".

Os dois principais candidatos da oposição, Martin Fayulu e Felix Tshisekedi, se negaram a assinar este texto, firmado pelo candidato da maioria presidencial, Emmanuel Ramazani Shadary, e pelo presidente da comissão eleitoral, Corneille Nangaa.

Este texto é um "compromisso em favor da paz, de eleições transparentes, tranquilas e não violentas", assegurou Nangaa, que o assinou como "testemunha".

Segundo este texto, os candidatos se comprometem a rechaçar "qualquer forma de violência".

As emendas da oposição pediam à comissão eleitoral que garantisse que "as eleições fossem realizadas com normalidade", "assegurasse uma contagem normal das cédulas", fornecesse credenciamento a todas as "testemunhas" (observadores) e os autorizasse a estar presentes durante a contagem.

As eleições de domingo, que foram adiadas em três ocasiões, culminam anos de turbulências, aprofundando os temores de que o país caia novamente em uma espiral de violência.

As eleições foram adiadas oficialmente em três regiões por conta do vírus do ebola e de incidentes violentos, embora estas áreas sejam conhecidas por se opor ao governo do presidente em fim de mandato, Joseph Kabila, que com 47 anos está no poder há quase 18.

A polícia alertou que afastará qualquer pessoa que tente se aproximar das seções eleitorais durante a contagem dos votos no domingo à noite.

Apesar da tensão em torno das eleições, o presidente Kabila assegurou neste sábado que tem "a convicção de que tudo correrá bem no domingo", durante uma entrevista ao jornal francês Le Monde.

"Não se pode desconsiderar (a chance de ocorrerem) episódios violentos após as eleições, mas a ameaça à segurança está sob controle", acrescentou o presidente.

Vinte e um candidatos disputam para suceder Kabila. Se tudo correr bem, um deles será empossado em 18 de janeiro, no que será a primeira vez que a RDC alcança uma transição pacífica desde a independência, em 1960.