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Senador republicano pedirá a Trump que reconsidere retirada de tropas da Síria

30/12/2018 16h30

Washington, 30 dez 2018 (AFP) - Um senador republicano de longa trajetória disse neste domingo (30) que se reunirá com o presidente Donald Trump para pedir que ele reconsidere seu plano de retirar as tropas americanas da Síria e diminuir sua presença no Afeganistão.

"Se deixarmos (a Síria) agora, os curdos serão assassinados", disse Lindsey Graham em um programa da emissora ABC, em referência às tropas curdas aliadas às forças americanas naquele país.

"Pedirei ao presidente para que faça algo que (o ex-presidente Barack) Obama nunca fez: reconsiderar", disse, sem detalhar quando será o encontro.

Graham, que se encontra no comitê de Serviços Armados e tem visitado com frequência tropas americanas em zonas de conflito, disse que Trump estava "frustrado" com as limitadas opções disponíveis na Síria.

"Vou falar com ele", afirmou Graham. "O presidente está reconsiderando como faríamos isso. Está frustrado".

"Eu entendo. Não somos a polícia do mundo. Estamos lutando em uma guerra contra o EI", disse, referindo-se ao grupo Estado Islâmico. "Não foram derrotados na Síria. Estou pedindo ao presidente que se assegure de que tenhamos tropas lá para nos protegermos".

Kellyanne Conway, assessora próxima de Trump, pareceu sugerir neste domingo que o presidente pode estar mudando seus planos de retirada.

"No Iraque teve uma reunião a portas fechadas e disse para observar o que estava aconteceu... que o fizessem porque ele tinha planos. Não me adiantarei ao seu anúncio", disse Conway na Fox.

"Este presidente está limpando a bagunça deixada pela última administração, que nunca levou a sério a ameaça da EI", assinalou.

A decisão de Trump sobre a Síria chocou a comunidade internacional, políticos de seu próprio partido e da oposição, além de líderes militares. Após o anúncio, o secretário de Defesa, Jim Mattis, apresentou sua renúncia.

A isso se somaram relatos de que Trump planeja um corte significativo nas tropas que estão no Afeganistão, de cerca de metade dos 14 mil soldados.

De acordo com Graham, isso poderia "abrir o caminho para um segundo 11 de setembro".