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Família de americano detido em Moscou por espionagem garante que é inocente

01/01/2019 17h46

Washington, 1 Jan 2019 (AFP) - Um homem que se identificou como o irmão de um americano preso em Moscou sob acusações de espionagem publicou nesta terça-feira (1) um comunicado de sua família no qual assegura que ele é inocente.

"Lemos relatórios sobre a prisão em Moscou de Paul Whelan, nosso filho e irmão", diz o comunicado publicado no Twitter por David Whelan.

"Paul é um fuzileiro naval na reserva e estava visitando Moscou para ir a um casamento", continua o texto, que também assegura que o homem parou de se comunicar com a sua família em 28 de dezembro, "o que é pouco comum para ele, inclusive quando está viajando".

A família disse que soube da prisão pelos meios de comunicação na segunda-feira de manhã e que, desde então, esteve em contato com legisladores e o Departamento de Estado.

"Estamos muito preocupados com sua segurança e seu bem-estar. A sua inocência é indubitável e confiamos que seus direitos sejam respeitados", continua o comunicado.

Na segunda-feira, o serviço secreto russo anunciou que deteve um cidadão americano acusado de espionagem, em um contexto carregado de escândalos deste tipo entre Moscou e os ocidentais.

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) detalhou em um comunicado que o americano havia sido detido na sexta-feira "enquanto realizava um ato de espionagem" e que abriu um procedimento penal contra ele, que pode acarretar penas de até 20 anos de prisão.

Em um breve comunicado, o Departamento de Estado americano explicou que estava tentando entrar em contato com seu cidadão.

Esta detenção acontece em um momento em que os países ocidentais envolvem a Rússia em vários escândalos de espionagem.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou os países ocidentais de recorrer a tais escândalos para tentar socavar o peso do país no tabuleiro político internacional.

Entre estes casos de espionagem destaca-se o envenenamento do agente duplo russo Sergei Skripal e de sua filha na Inglaterra, atribuído a Moscou pelos responsáveis britânicos. O Kremlin desmentiu qualquer implicação.

Também há o da russa Maria Butina, detida em julho em Washington por atuar como agente estrangeira ilegal nos Estados Unidos. O Kremlin afirmou que se tratavam de acusações "sem fundamento". Butin enfrenta uma condenação de seis meses de prisão, seguida de uma provável expulsão.